Publicado

2010-01-01

Mulheres e cultura popular: gênero e classe no bumba-meu-boi do Maranhão

Palabras clave:

clase, cultura popular, género, identidad, raza, bumba-meu-boi (es)

Descargas

Autores/as

  • Lady Selma Ferreira Albernaz Universidade Federal de Pernambuco
O artigo trata o tema da participação das mulheres no bumba-meu-boi da região nordeste, no Maranhão (Brasil), uma festa da cultura popular que integra gênero e classe,
bem como alguns aspectos de raça e geração. O bumba-meu-boi, que antes era percebido negativamente como uma manifestação da comunidade de homens negros e pobres que eram os encarregados da festa, ganhou agora visibilidade, reconhecimento e recursos públicos, o que proporcionou um aumento do número de mulheres que alcançaram poder na festa, e inclusive do número de pessoas
brancas de classe média participantes, fato que alterou a hierararquia da população negra e pobre. A exigência de contar com um prototipo de mulher coincide com o branqueamento das mulheres em quase todos os grupos, daí que agora aumentem as desigualdades entre as mulheres negras e brancas, entre classes e entre os grupos de bumba-meu-boi. A investigação analisa tais desigualdades derivadas.
 
 
El artículo aborda el tema de la participación de las mujeres en el bumba-meu-boi de la región noreste de Maranhão (Brasil), una fiesta de la cultura popular que abarca género y clase, así como algunos aspectos de raza y generación. El bumba-meu-boi, que antes era percibido negativamente como una manifestación de la comunidad a cargo de hombres negros y pobres, ahora ha ganado visibilidad, reconocimiento y recursos públicos, lo que propició un aumento del número de mujeres que alcanzan el poder en la fiesta, e incluso del número de personas blancas de clase media participantes, hecho que ha alterado la jerarquía de la población negra y pobre. La exigencia de contar con un prototipo de mujer coincide con el blanqueamiento de las mujeres en casi todos los grupos, de ahí que ahora aumenten las desigualdades entre las mujeres negras y blancas, entre clases y entre los grupos de bumba-meu-boi. La investigación analiza tales desigualdades derivadas.

Referencias

Acioli, M. S., Oliveira, T. M. B. de, Albernaz, L. S. F. (2007). “Mulheres no bumba meu boi do Maranhão: significados de gênero e de formas corporais nos textos sobre bumba-meu-boi”. 13.º Encontro de Ciências Sociais do Norte e Nordeste - CISO, Maceió.

Acioli, M. S., Albernaz, L. S. F. (2007). Mulheres no bumba meu boi do Maranhão: dimensões de gênero, formas corporais e estética popular na literatura e nos documentos oficiais. Departamento de Ciências Sociais, Relatório de Pesquisa Pibic, UFPE. Manuscrito não publicado.

Albernaz, L. S. F. (2009). “Estéticas e disputas em torno do Bumba-meu-boi (São Luís, Maranhão)”. Revista Anthropológicas (no prelo).

Albernaz, Lady Selma F. (2006). “Orlando: homem invisível? Gênero, raça e (in) visibilidade nas relações de alteridade”. En R. B. Carneiro Campos, J. Chambliss Hoffnagel (orgs.). Pensando família, gênero e sexualidade (pp. 11-57). Recife: Edufpe.

Albernaz, L. S. F. (2004). O “urrou” do boi em Atenas: instituições, experiências culturais e identidade no Maranhão (tese de doutorado em Ciências Sociais, não publicada). Universidade Estadual de Campinas.

Albernaz, L. S. F. (1996). Feminismo, porém até certo ponto... (dissertação de mestrado em Antropologia, não publicada). Universidade Federal de Pernambuco.

Andrade, M. de. (1986). Danças dramáticas do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia. Arantes, A. A. (1981). O que é Cultura Popular. São Paulo: Brasiliense.

Araújo, M. S. (1986). Tu contas! Eu conto!: caracterização do Significado do Bumba-meu-boi. São Luís: Sioge.

Azevedo Neto, A. (1997). Bumba-meu-boi no Maranhão. São Luís: Alumar Cultura. 2.ª ed. Bakhtin, M. (1987). A cultura popular na Idade Média e Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo, Brasília: Hucitec, UNB.

Bartra, E. (org.). (2004). Creatividad invisible: mujeres y arte popular en América Latina y el Caribe. México: Universidad Nacional Autónoma de México.

Bartra, E. (2000). Arte popular y feminismo. Estudos Feministas, 8, 30-46. Beauvoir, S. (1980). O segundo sexo (vol. 1). Record: Rio de Janeiro.

Bordo, S. (1997). “‘Material Girl’: The Effacements of Post-modern Culture”. En R. N. Lancaster y M. di Leonardo (eds.), The Gender/sexuality Reader. New York, London: Routledge.

Branco, J. F. (1999). “A fluidez dos limites. Discurso etnográfico e movimento folclórico em Portugal” [em linha]. Etnográfica, 3(1), 23-48. Acessado em 1-6-2009, http://ceas.iscte.pt/etnografica/docs/vol_03/N1/Vol_iii_N1_23- 48.pdf

Brandão, C. (1982). O que é Folclore. São Paulo: Brasiliense. Burke, P. (1989). Cultura popular na idade moderna. Europa, 1500-1800. São Paulo: Companhia das Letras.

Carvalho, J. J. (2000). “O lugar da cultura tradicional na sociedade moderna”. En Seminário folclore e cultura popular: as várias faces de um debate. Rio de Janeiro: Funarte, CNDCP. 2.ª ed.

Carvalho, J. J. (2004). “Metamorfoses das tradições performáticas afrobrasileiras: de patrimônio cultural a indústria do entretenimento”. En Celebrações e saberes da cultura popular: pesquisa, inventário, crítica, perspectiva. Rio de Janeiro: Funarte, Iphan, CNFCP.

Carvalho, M. M. P. (1995). Matracas que desafiam o tempo: é o Bumba-boi do Maranhão, um estudo de tradição/modernidade na cultura popular. São Luís: s. n.

Carvalho, R. L. S. (2000). “Folclore e cultura popular uma discussão conceitual”. En Seminário folclore e cultura popular: as várias faces de um debate. Rio de Janeiro: Funarte, CNDCP. 2.ª ed.

Cavalcanti, M. L. (2004). “Cultura popular e sensibilidade romântica: as danças dramáticas de Mário de Andrade”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 19(54), 57-78.

Cavalcanti, M. L. (2006). “Tema e variantes do mito: sobre a morte e a ressurreição do boi”. Mana, 12(1), 69-104. Corrêa, M. (1996). “Sobre a invenção da mulata”. Cadernos Pagu, 6-7, 35-50.

Cunha, M. C. (1998). “Pontos de vista sobre a floresta amazônica: xamanismo e tradução”. Mana, 4(1), 7-22.

Esteves, L. L. (2008). “Viradas” e “marcações” a participação de pessoas de classe média nos grupos de maracatu de baque-virado do Recife-PE” (dissertação de mestrado em Antropologia, não publicada). Universidade Federal de Pernambuco. Fox-

Genovese, E. (1992). “Para além da irmandade”. Estudos Feministas, 0, 31-56.

Franco, J. (1994). “Sentido e sensualidade: notas sobre a formação nacional”. En H. Hollanda, Tendências e Impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco.

Friedman, S. S. (1995). “Beyond White and Other: Relacionality and Narratives of Race in Feminist Discourse”. Signs: Journal of Women in Culture and Society, 21(1), 1-49.

Hall, S. (2003). “Que ‘negro’ é esse na cultura negra?”. En S. Hall, Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG; Brasília: Representações da Unesco no Brasil.

Jancsó, I. y Kantor, Í. (org.). (2001). Festa: cultura a sociabilidade na América Portuguesa (vols. I y II). São Paulo: Hucitec, Editora da USP, Fapesp, Imprensa Oficial.

Marques, F. E. (1999). Mídia e experiência estética na cultura popular: o caso do bumba-meu-boi. São Luís: Imprensa Universitária.

Matos, S. M. (2001). “Artefatos de gênero na arte de barro: masculinidades e femininidades”. Estudos Feministas, 9, 56-80.

Moore, H. (2004). Antropología y feminismo. Madrid: Cátedra. Moutinho, L. (2004). “‘Raça’, sexualidade e gênero na construção da identidade nacional: uma comparação entre Brasil e África do Sul”. Cadernos Pagu, 23, 55-88.

Ortner, S. (1979). “Está a mulher para o homem assim como a natureza para a cultura?”. En M. Zimbalist Rosaldo, L. Lamphere (orgs.), A mulher, a cultura e a sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Piscitelli, A. (1996). “‘Sexo tropical’: comentários sobre gênero e ‘raça’ em alguns textos da mídia brasileira”. Cadernos Pagu, 6-7, 9-34.

Piscitelli, A. (2005). “Apresentação: gênero no mercado do sexo”. Cadernos Pagu, 25, 7-23. Prado, R. (1977). Todo ano tem: as festas na estrutura social camponesa (dissertação de mestrado em Antropologia, não publicado). Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Pratt, M. L. (1994). “Mulher, literatura e irmandade nacional”. En H. B. de Hollanda, Tendências e Impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco.

Reis, J. R. S. (2000). Bumba-meu-boi, o maior espetáculo do Maranhão. São Luís. 3.ª ed.

Rios, A. F. (1999). Tradição e modernidade (monografia de conclusão de curso de Ciências Sociais, não publicada). Universidade Federal do Maranhão.

Rocha, G. (2009). “Cultura popular: do folclore ao patrimônio”. Mediações: Revista de Ciências Sociais, 14(1), 218-236.

Rosaldo, M. Z. y Lamphere, L. (org.). (1979). A mulher, a cultura e a sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Schiebinger, L. (1993). Nature’s Body. Gender in the Making of Modern Science. Boston: Beacon Press. Scott, J. (1996). Gênero: uma categoria útil para a análise histórica. Recife: SOS Corpo, Gênero e Cidadania.

Segato, R. L. (1997). “Os percursos do gênero na antropologia e para além dela”. Sociedade e Estado, 12(2), 235-262.

Sommer, D. (1994). “Amor e pátria na América Latina: uma especulação alegórica sobre sexualidade e patriotismo”. En H. Hollanda, Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco.

Souza, C. V. y Botelho, T. R. (2001). “Modelos nacionais e regionais de família no pensamento social brasileiro”. Revista Estudos Feministas, 9(2), 414-432.

Stolcke, V. (2002). “A ‘natureza’ da nacionalidade”. En Y. Maggie, C. Rezende Barcellos, Raça como retórica e construção da diferença. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Stolcke, V. (2004). “La mujer es puro cuento: la cultura del género”. Estudos Feministas, 12, 77-102.

Strathern, M. (2006). O gênero da dádiva: problemas com as mulheres e problemas com a sociedade na melanésia. Campinas: Editora da Unicamp.

Thompson, E. P. (1998). Costumes em comum. Estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras.

Vidal e Souza, C. (1996). “Brasileiros e brasileiras: gênero, raça e espaço para a construção da nacionalidade em Cassiano Ricardo e Alfredo Ellis Jr.”. Cadernos Pagu, 6-7, 83-108.

Cómo citar

APA

Ferreira Albernaz, L. S. (2010). Mulheres e cultura popular: gênero e classe no bumba-meu-boi do Maranhão. Maguaré, (24), 69–98. https://revistas.unal.edu.co/index.php/maguare/article/view/22736

ACM

[1]
Ferreira Albernaz, L.S. 2010. Mulheres e cultura popular: gênero e classe no bumba-meu-boi do Maranhão. Maguaré. 24 (ene. 2010), 69–98.

ACS

(1)
Ferreira Albernaz, L. S. Mulheres e cultura popular: gênero e classe no bumba-meu-boi do Maranhão. Maguaré 2010, 69-98.

ABNT

FERREIRA ALBERNAZ, L. S. Mulheres e cultura popular: gênero e classe no bumba-meu-boi do Maranhão. Maguaré, [S. l.], n. 24, p. 69–98, 2010. Disponível em: https://revistas.unal.edu.co/index.php/maguare/article/view/22736. Acesso em: 29 mar. 2024.

Chicago

Ferreira Albernaz, Lady Selma. 2010. «Mulheres e cultura popular: gênero e classe no bumba-meu-boi do Maranhão». Maguaré, n.º 24 (enero):69-98. https://revistas.unal.edu.co/index.php/maguare/article/view/22736.

Harvard

Ferreira Albernaz, L. S. (2010) «Mulheres e cultura popular: gênero e classe no bumba-meu-boi do Maranhão», Maguaré, (24), pp. 69–98. Disponible en: https://revistas.unal.edu.co/index.php/maguare/article/view/22736 (Accedido: 29 marzo 2024).

IEEE

[1]
L. S. Ferreira Albernaz, «Mulheres e cultura popular: gênero e classe no bumba-meu-boi do Maranhão», Maguaré, n.º 24, pp. 69–98, ene. 2010.

MLA

Ferreira Albernaz, L. S. «Mulheres e cultura popular: gênero e classe no bumba-meu-boi do Maranhão». Maguaré, n.º 24, enero de 2010, pp. 69-98, https://revistas.unal.edu.co/index.php/maguare/article/view/22736.

Turabian

Ferreira Albernaz, Lady Selma. «Mulheres e cultura popular: gênero e classe no bumba-meu-boi do Maranhão». Maguaré, no. 24 (enero 1, 2010): 69–98. Accedido marzo 29, 2024. https://revistas.unal.edu.co/index.php/maguare/article/view/22736.

Vancouver

1.
Ferreira Albernaz LS. Mulheres e cultura popular: gênero e classe no bumba-meu-boi do Maranhão. Maguaré [Internet]. 1 de enero de 2010 [citado 29 de marzo de 2024];(24):69-98. Disponible en: https://revistas.unal.edu.co/index.php/maguare/article/view/22736

Descargar cita

Visitas a la página del resumen del artículo

935

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.