Publicado

2015-01-01

A FORMA DE FUTURO DO PRETÉRITO NO PORTUGUÊS DO BRASIL E A FUNÇÃO DE POLIDEZ

FUTURO DO PRETÉRITO TENSE IN BRAZILIAN PORTUGUESE AND THE POLITENESS FUNCTION

LA FORMA DEL FUTURO DEL PRETÉRITO EN EL PORTUGUÉS DE BRASIL Y LA FUNCIÓN DE CORTESÍA

DOI:

https://doi.org/10.15446/fyf.v28n1.51973

Palabras clave:

futuro do pretérito, referência temporal, polidez, interação (pt)
futuro do pretérito, temporal reference, politeness, interaction (en)
futuro del pretérito, referencia temporal, cortesía, interacción (es)

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Autores/as

O futuro do pretérito é uma forma verbal que, dentre outros valores, expressa polidez. Neste trabalho, a partir de uma investigação quantitativa, objetivamos definir o arranjo de traços linguísticos do valor de polidez do futuro do pretérito a partir do arranjo temporal. A coleta de dados foi direcionada para propiciar contextos de ameaça à face, a fim de possibilitar o uso da forma de futuro do pretérito. Os resultados apontam para o arranjo temporal presente, em sequências explicativas/opinativas, com atenuadores de modalização e condicionais.
"Futuro do pretérito" is a polysemic tense of Portuguese that expresses also politeness value. In a quantitative approach, we propose to investigate what is the set of linguistic feature of this tense based on temporal reference. Data collecting focuses the emergence of threating face facts to predict the use of "futuro do pretérito" tense. Results point to setting of temporal reference is the present, in explanative/opinative text types and with modalization and conditional markers.
El futuro del pretérito es una forma verbal que, entre otros valores, expresa cortesía. El objetivo de este trabajo, basado en una investigación cuantitativa, consiste en definir la organización de los rasgos lingüísticos del valor de la cortesía del futuro del pretérito a partir de la disposición temporal. La recolección de los datos se orientó con miras a propiciar contextos de amenaza a la imagen personal, de modo que se empleara la forma del futuro del pretérito. Los resultados apuntan a la organización temporal presente, en secuencias explicativas/opinativas, con atenuadores de modalización y condicionales.

Doi: https://doi.org/10.15446/fyf.v28n1.51973

A FORMA DE FUTURO DO PRETÉRITO NO PORTUGUÊS DO BRASIL E A FUNÇÃO DE POLIDEZ*

LA FORMA DEL FUTURO DEL PRETÉRITO EN EL PORTUGUÉS DE BRASIL Y LA FUNCIÓN DE CORTESÍA

FUTURO DO PRETÉRITO TENSE IN BRAZILIAN PORTUGUESE AND THE POLITENESS FUNCTION

Andréia Silva Araujo**
Raquel Meister Ko. Freitag***
Universidade Federal de Sergipe, Sergipe – Brasil

* Este texto apresenta desdobramentos da dissertação de mestrado "'Você me faria um favor?' O futuro do pretérito e a expressão de polidez" (Araujo, 2014) e está vinculado ao projeto "Mulheres, linguagem e poder: estudos de gênero na sociolinguística brasileira" (edital CNPq 32/2012).
** andreialuzinete@hotmail.com, mestre em Letras da Universidade Federal de Sergipe - UFS, São Cristóvão, Sergipe, Brasil.
*** rkofreitag@uol.com.br, doutora em Linguística. Professora do Departamento de Letras Vernáculas e dos Programas de Pós-Graduação em Letras e em Educação da Universidade Federal de Sergipe- UFS, São Cristóvão, Sergipe, Brasil.

Cómo citar este artículo:
Silva Araujo, A., & Freitag, R. (2015). A forma de futuro do pretérito no português do Brasil e a função de polidez. Forma y Función, 28(1), 79-97. doi: 10.15446/fyf.v28n1.51973

Artículo de investigación. Recibido: 15-08-2014, aceptado: 20-11-2014.


Resumo

O futuro do pretérito é uma forma verbal que, dentre outros valores, expressa polidez. Neste trabalho, a partir de uma investigação quantitativa, objetivamos definir o arranjo de traços linguísticos do valor de polidez do futuro do pretérito a partir do arranjo temporal. A coleta de dados foi direcionada para propiciar contextos de ameaça à face, a fim de possibilitar o uso da forma de futuro do pretérito. Os resultados apontam para o arranjo temporal presente, em sequências explicativas/opinativas, com atenuadores de modalização e condicionais.

Palavras-chave: futuro do pretérito, referência temporal, polidez, interação.


Resumen

El futuro del pretérito es una forma verbal que, entre otros valores, expresa cortesía. El objetivo de este trabajo, basado en una investigación cuantitativa, consiste en definir la organización de los rasgos lingüísticos del valor de la cortesía del futuro del pretérito a partir de la disposición temporal. La recolección de los datos se orientó con miras a propiciar contextos de amenaza a la imagen personal, de modo que se empleara la forma del futuro del pretérito. Los resultados apuntan a la organización temporal presente, en secuencias explicativas/opinativas, con atenuadores de modalización y condicionales.

Palabras clave: futuro del pretérito, referencia temporal, cortesía, interacción.


Abstract

"Futuro do pretérito" is a polysemic tense of Portuguese that expresses also politeness value. In a quantitative approach, we propose to investigate what is the set of linguistic feature of this tense based on temporal reference. Data collecting focuses the emergence of threating face facts to predict the use of "futuro do pretérito" tense. Results point to setting of temporal reference is the present, in explanative/opinative text types and with modalization and conditional markers.

Keywords: futuro do pretérito, temporal reference, politeness, interaction.


Introdução

Polidez, no campo linguístico, é uma estratégia utilizada com o objetivo de evitar conflitos na interação verbal. Para manifestar polidez, o falante conta com um repertório de marcas linguísticas, como as elencadas por Rosa (1992), como certas formas verbais (futuro do pretérito, imperfeito do indicativo e do subjuntivo etc.), dentre outras.

Dado seu caráter multifuncional, o futuro do pretérito, no português, tem sido objeto de diferentes estudos, seja apresentando suas funções (Camara Jr., 1967), seja descrevendo seus contextos de variação (Costa, 1997, Barbosa, 2005, Freitag & Araujo, 2011, Santos, 2014, entre outros). No entanto, a função de polidez do futuro do pretérito ainda é pouco explorada.

(1) E: agora no final do curso você se sente realizado com o seu desempenho ao longo do curso? acha que poderia ter sido melhor? por quê?

F: então então é um curso assim que... que depende muito né? do estudante se... se ele vai se dar bem se ele vai se dar mal... depende muito do estudante... têm pessoas que têm mais facilidade outras têm menos facilidade... eu num se- eu... diria que (uma das disciplinas) poderia ser melhor gostei eu acho que eu me esforcei... no curso me dediquei... fiz o máximo que eu pude... mas é claro que isso poderia melhorar mais... todo mundo poderia melhorar mais... (hes) no que a gente já fez (m 02)1

Em (1), excerto retirado de uma entrevista sociolinguística, temos uma situação em que o entrevistador faz uma pergunta sobre o desempenho do informante durante a graduação e o questiona se acha que o seu desempenho poderia ter sido melhor. O informante não responde de maneira categórica e utiliza, dentre outras estratégias linguísticas para expressar polidez, a forma verbal diria para atenuar a sua afirmação e, desse modo, preservar a sua imagem social, uma vez que se fizesse uma afirmação categórica, poderia soar como presunçoso. Note-se que, nesse mesmo contexto, outras estratégias de polidez são utilizadas, como o modal "poder", que se combina com a forma de FP, contribuindo ainda mais para a preservação

As gramáticas do português costumam classificar as ocorrências em destaque no excerto (1) como a função de polidez do futuro do pretérito. Cunha & Cintra (1985, p. 440) elencam cinco possíveis empregos para a forma simples e três para a forma composta do futuro do pretérito, dentre os quais "para exprimir a incerteza (probabilidade, dúvida, suposição) sobre fatos passados; como forma polida de presente, em geral denotadora de desejo". Para ilustrar tal uso, os autores apresentam os seguintes exemplos:

    (2) Seríeis capazes, minhas Senhoras,/ De amar um homem deste feitio?
    (3) Desejaríamos ouvi-lo sobre o crime (Cunha & Cintra, 1985, p. 451)

Assim como Cunha e Cintra (1985), Bechara faz referência ao uso do futuro do pretérito como estratégia de polidez, ao afirmar que esta forma verbal exprime "asseveração modesta em relação ao passado, admiração por um fato se ter realizado" (2009, p. 280). Para demonstrar tal tipo de ocorrência, o autor apresenta os seguintes exemplos:

    (4) Eu teria ficado satisfeito com as tuas cartas.
    (5) Nós pretenderíamos saber a verdade.
    (6) Seria isso verdadeiro? (Bechara, 2009, p. 280)

Faraco e Moura afirmam que o futuro do pretérito pode ser usado para "substituir o presente do indicativo, para atenuar uma ordem ou um pedido" (2003, p. 347). Para Terra & Nicola (2004), o futuro do pretérito é usado no lugar do presente do indicativo ou do imperativo "como forma de cortesia, boa educação". Esses gramáticos apresentam os seguintes exemplos:

    (7) Pediria que todos se manifestassem a respeito do assunto. (Faraco & Moura, 2003, p. 347)
    (8) Você me faria um favor? (Terra & Nicola, 2004, p. 250)

Perini (2010) faz menção ao fato de o futuro do pretérito poder manifestar polidez. O autor afirma que, quando se utiliza o futuro do pretérito (ou condicional, em seus termos) com verbos de desejo para fazer pedidos, acrescenta-se um matiz de polidez à situação, como em:

    (9) Eu gostaria de participar da exposição.
    (10) Minha irmã adoraria conhecer o seu apartamento. (Perini, 2010, p. 225)

Castilho (2010, p. 434) afirma que há um futuro do pretérito "metafórico", que se emprega em lugar do presente do indicativo quando se quer manifestar "opinião de modo reservado, ou nos usos de atenuação ou polidez". Vejamos os exemplos utilizados pelo autor para demonstrar essa possibilidade:

(11) Eu acharia/teria achado melhor irmos embora.
(12) Isto aqui seria/teria sido o bacilo de Koch, pelo menos ele não está/estava sentado nem deitado.
(13) Que seria/teria sido aquilo? (Castilho, 2010, p. 434)

A correlação entre o futuro do pretérito e a polidez é descrita nos compêndios gramaticais, no entanto, as definições são pouco esclarecedoras quanto ao contexto sintático-semântico-pragmático definidor da função. Algumas definições, como as de Faraco e Moura (2003), Terra e Nicola (2004) e Castilho (2010) apontam que no valor de polidez a forma de futuro do pretérito pode ser alternada com a forma de presente do indicativo, sugerindo um arranjo temporal específico para a ocorrência deste valor, distinto das demais funções que o futuro do pretérito pode desempenhar.

Neste texto, apresentamos resultados de uma investigação a fim de definir o valor de polidez do futuro do pretérito em termos de arranjo temporal e traços de polidez. A hipótese geral que norteia a nossa investigação é a de que o FP por si só não codifica polidez, mas sim um conjunto de traços contextuais, que vão do linguístico estrito, como a forma verbal a que o morfema é afixado, discursivos, como o tipo de texto em que ocorre. Utilizamos como corpus a amostra "Rede Social de Informantes Universitários de Itabaiana/SE" (Araujo, Santos & Freitag, 2014), constituída por interações conduzidas – os próprios informantes conduzem a interação – coletada a partir de um grupo focal orientado para captar as nuanças de polidez, tanto em seus aspectos pragmáticos quanto sociolinguísticos.

1. Como controlar a polidez

Na literatura linguística há três modelos seminais que foram desenvolvidos para analisar os efeitos da polidez, os de Robin Lakoff (1973), Geoffrey Leech (1983) e Penelope Brown & Stephen Levinson (2011 [1987]). Dentre os três modelos elencados, o proposto por Brown & Levinson (2011 [1987]) é considerado o mais "sofisticado, produtivo e célebre" (Kerbrat-Orecchioni, 2006, p. 77) e utilizado nos estudos que focalizam o fenômeno da polidez. De acordo com Meyerhoff (2006), este modelo é o mais compatível aos propósitos de controle e operacionalização da Sociolinguística por fornecer um quadro claro para o estudo da sistematicidade da variação linguística, motivo pelo qual o adotamos.

A base da teoria da polidez de Brown e Levinson está pautada na noção de face derivada dos estudos de Goffman (1967) e do princípio da cooperação de Grice (1975). A noção de face é entendida como a autoimagem pública de uma pessoa/persona; trata-se de algo emocionalmente revestido, podendo ser perdida, mantida ou reforçada e deve ser constantemente cuidada durante a interação. Há dois tipos de face: a positiva e a negativa. A primeira está relacionada à autoimagem do indivíduo, representa o desejo de ser aprovado e apreciado. Já a segunda está relacionada à autopreservação, representa o desejo de não imposição, preservação do espaço pessoal, que as suas ações sejam livres. Decorrem destes dois tipos de face as estratégias de preservação de face positiva e de face negativa.

Segundo Brown e Levinson (2011 [1987]), o tipo de estratégia a ser utilizada na interação é direcionado por três fatores contextuais: I) a distância social existente entre os interlocutores – trata-se de uma dimensão simétrica de semelhança/diferença e refere-se ao grau de familiaridade e solidariedade entre o falante e o ouvinte; II) o poder relativo existente entre os interlocutores – consiste em uma dimensão assimétrica, está relacionado ao poder que o falante exerce sobre o ouvinte e vice-versa; e III) o grau do custo da imposição de um ato comunicativo – é definido cultural e situacionalmente e refere-se aos riscos intrínsecos ao ato que irá realizar, ou seja, pode ser aprovado ou não pelo interlocutor.

O valor de polidez emerge em contextos específicos, com fatores fortemente correlacionados: do ponto de vista pragmático, a distância social, as relações de poder/poder relativo e o custo da imposição são fatores fortemente envolvidos na avaliação de quais estratégias linguísticas são mais polidas ou menos polidas; e do ponto de vista sociolinguístico, a relação entre faixa etária, escolaridade, sexo/gênero dos interlocutores, entre outras, mostra-se significativa. A análise da função de polidez do futuro do pretérito em entrevistas sociolinguísticas é pouco produtiva, pois nem sempre há recorrência dos dados nessa função. Santos (2014), em seu estudo sobre a variação da forma do futuro do pretérito e do pretérito imperfeito em entrevistas sociolinguísticas, encontrou pouquíssimas ocorrências da forma do futuro do pretérito desempenhando a função de polidez, motivo pelo qual excluiu a função de sua investigação. Por isso, é preciso considerar uma amostra de fala que capte os efeitos de polidez envolvidos no processo interacional e permita que contextos de ameaça às faces emerjam, motivando o uso da forma de futuro do pretérito com valor de polidez.

Em Araujo, Santos e Freitag (2014), apresentamos detalhadamente um modelo de coleta de dados baseado em grupo focal, utilizado para a constituição da amostra analisada, "Rede Social de Informantes Universitários de Itabaiana/SE", pertencente ao banco de dados Falares Sergipanos (Freitag, 2013; Freitag, Martins & Tavares, 2012). Foram elaboradas instruções para a interação conduzida entre dois grupos de universitários da mesma faixa etária, compostos por dois homens e duas mulheres, todos pertencentes à mesma comunidade de práticas. Ambos os grupos são formados por indivíduos muito próximos e que travam forte interação entre si. No primeiro momento, coletamos interações produzidas por membros do próprio grupo (relações in-group). No segundo momento, membros de ambos os grupos foram orientados a interagir entre si (relações out-group).

A amostra analisada conta com 32 interações de 40-60 minutos, de onde foram extraídas as ocorrências de futuro do pretérito com valor de polidez para a análise quantitativa.

2. O futuro do pretérito e a expressão da polidez

Na amostra "Rede Social de Informantes Universitários de Itabaiana/SE", foram identificadas 671 ocorrências de futuro do pretérito com valor de polidez (Figura 1).

Identificamos a referência temporal das ocorrências, se passada (anterior ao momento da fala), como em (14), presente (concomitante ao momento da fala), como em (15), ou futura (posterior ao momento da fala), como em (16):

    (14) F2: sim... mas a solução disso não ( )... de jeito nenhum... de forma alguma... eu trabalho sobre o real não vivo trabalhando um bando de discurso... "ah que eu acredito nisso... porque assim"... sim... só no discurso... porque quando você vai pra prática não é bem assim... até mesmo... aqueles... que discutem de uma certa forma... fazem diferente... eu tiro vamos lá... o governo Lula... qual era o discurso? vamos lá transformar transformar transformar transformar... o que aconteceu? acreditavam-se que a solução seria... vamos lá... reforma agrária... vamos... dividir a terra... vamos acabar com aqui... foi isso que aconteceu? não foi... o que foi que aconteceu... (D.S.cdt D.M.sdt P MM 01)2

    (15) F1: e essa qualidade deveria vir da onde? essa qualidade essa maior qualidade deveria vir da onde? (D.S.cdt D.M.sdt P MM 01)

    (16) F1: é uma não sacar... é você con- você conversaria com as pessoa que estão a seu redor?

    F2: rapaz se fosse pra passar o tempo conversaria... agora... certos assuntos né? eu não vou conversar com ela em relação o que eu vou fazer ali no banco por exemplo uma pessoa desconhecida... você sabe acontece muito... da gente pegar é não sei o quê tô aqui há um tempão e isso tem que fazer isso isso e isso você sabe tem pessoas esperta que já fica já de olho naquilo né? naquela conversa já fica só filmando... mas eu não achava erro nenhum conversar... dependendo da pessoa fosse uma pessoa desconhecida pra passar o tempo conversaria agora assuntos ( )... (D.S.cdt W.S.sdt D MM 03)

A referência temporal presente foi a mais frequente para expressar o valor de polidez, em contraponto à referência temporal ao passado e ao futuro. Tal resultado corrobora as orientações de emprego presentes nas gramáticas de Faraco e Moura (2003), Nicola e Terra (2004) e Castilho (2010). No entanto, os demais arranjos temporais não podem ser desconsiderados, já que a referência temporal presente refere-se à aproximadamente metade das ocorrências. Vejamos, a seguir, a distribuição das ocorrências de futuro do pretérito nas três referências temporais quanto

2.1 Forma verbal

A forma de futuro do pretérito pode ocorrer em formas verbais simples, como ilustrado em (14) e em (16), ou em verbais constituídas por verbo auxiliar e verbo principal no infinitivo. Os verbos auxiliares mais recorrentes são os verbos de base modal poder, como em (1), dever, como em (15), ou o auxiliar ir, como em (26).

O tipo de forma verbal pode estabelecer correlação com a referência temporal sob escopo na expressão da polidez, como podemos observar na Tabela 1.

A maior parte das ocorrências de futuro do pretérito com função de polidez se dá com verbos em forma simples (448/671 = 66,%), concentrando-se na referência temporal presente (210/448 = 46,9%). Com as construções deveria + V-inf e poderia + V-inf a referência temporal do futuro do pretérito mais frequente também é a presente. Já a construção iria + V-inf está correlacionada à referência temporal futura, assim como os outros verbos auxiliares (evitar, buscar, ser, ter que, etc.), também mais frequentes em contextos de referências futura. As construções deveria + V-inf e poderia + V-inf já apresentam verbo modal; o que por si só já garantiria o efeito de polidez; ao acrescentar a forma de futuro do pretérito à construção, o valor é reforçado.

2.2 Paralelismo

O princípio do paralelismo consiste na tendência a repetição de uma mesma estrutura nos níveis fonológico, morfológico, lexical, sintático ou semântico. Trata-se da repetição de uma mesma forma linguística configurando ocorrências em cadeia. Tais ocorrências podem incidir de duas maneiras: dentro do próprio discurso do informante ou no discurso do interlocutor. Quando o paralelismo ocorre desta última maneira, é denominado como efeito gatilho. Isso porque, "a forma presente na fala do interlocutor 'engatilha' um uso que pode ou não ser repetido na fala do informante" (Oliveira, 2006, p. 119). O controle do paralelismo tem se mostrado um fator significativo em investigações variacionistas que focam a semântica de verbos (Costa, 1997, Barbosa, 2005, Oliveira, 2006, Freitag & Araujo, 2011). A seguir exemplificamos o controle do princípio do paralelismo no valor de polidez do futuro do pretérito.

Ocorrência precedida de futuro do pretérito (FP) na própria fala ou na fala do interlocutor:

    (17) F1: não... foi não... se pudesse escolher ela é... se você pudesse escolher... outro curso que você faria?

    F2: hoje acho que eu faria de design... (D.S.cdt D.M.sdt P MM 01

Ocorrência precedida de pretérito imperfeito (IMP) na própria fala ou na fala do interlocutor:

    (18) F1: só que ele não vai se formar não que ele atrasou disciplina... eu esqueci o nome do pessoal todo da turma ( )... mas assim a expectativa da gente é quando passa no vestibular... é que comece logo né? como foi essa sua expectativa de início às aulas?

    F2: olhe foi assim né aquela angustiante né porque você... não sabia como como seria a universidade... o que ia encontrar pela frente... a o material o assunto você não tinha material nenhum... ficava assim... (D.M.cdt C.A.sdt D MM 11)

Ocorrência isolada (e sem gatilho que a preceda) ou primeira de uma série:

    (1) F1: não tem água encanada... passa...

    (1) F2: acho que o governo deveria olhar mais pra esse pessoal... através de... po- mais poços artesianos criar barragens... açude... (D.C.cdt C.A.sdt D FM 15)

Os resultados na Tabela 2 evidenciam que a maior incidência do fenômeno em estudo é em contextos em que o futuro do pretérito ocorre isolado ou é o primeiro da série, apresentando percentual de 68,3%, ou seja, o paralelismo não se mostra significativo para o valor de polidez do futuro do pretérito. Na ocorrência isolada (e sem gatilho que a preceda) ou primeira de uma série correlacionado, predomina a referência temporal presente, com 59,6%. A ocorrência precedida de futuro do pretérito, na própria fala ou na fala do interlocutor, está correlacionado à referência temporal futura, das 149 ocorrências deste fator, 73 expressam o valor temporal futuro. Já a ocorrência precedida de pretérito imperfeito, na própria fala ou na fala do interlocutor, está correlacionado tanto ao valor de referência temporal presente quanto futura, com uma sutil tendência para este último (das 64 ocorrências de futuro do pretérito neste contexto, 25 são referentes ao futuro).

2.3 Atenuadores de natureza verbal

Os atenuadores são estratégias que emergem quando o falante realiza um ato ameaçador de face e deseja abrandá-lo (Brown & Levinson, 2011[1987], Rosa, 1992). Controlamos a presença de modalizadores, condicionais, minimizadores e ressalva que podem ocorrer junto à forma de futuro do pretérito na função de polidez nas diferentes referências temporais. Os contextos em que não há a presença de atenuadores também foram controlados. Exemplificamo-los a seguir.

Modalizadores: são expressões, tais como eu penso/creio/acho/tenho a impressão que, que "ao acompanharem uma asserção, instauram uma certa distância entre o sujeito da enunciação e o conteúdo do enunciado e, no mesmo gesto, lhe dá ares menos peremptórios, logo, mais polidos" (Kerbrat-Orecchioni, 2006, p. 89).

(20) F1: mas se ela tivesse mas se... mas se a população tivesse conhecimento... de de que fato... de do que é o fato... governo... de que é de fato o governo... ela teria ela taria na condição de de... de ficar mendigando uma bolsa família pra um governo...

F2: não... mendigando não... porque eu acho que ( ) com esse projeto seria melhor... porque a pressão ia ser maior... porque ninguém ia se contentar... com pouco... sempre ia querer mais... e a pressão sempre ia acontecer... porque ia ser exigido mais... eu acredito dessa forma... por isso que ninguém quer que tenha educação... ninguém quer uma sociedade... com o conhecimento... porque como diz... quem tem o conhecimento tem o poder... então pronto... né... (D.S.cdt D.M.sdt P MM 01)

Condicionais: construção formulaica cristalizada que contribui para atenuar um ato ameaçador de faces (Kerbrat-Orecchioni, 2006).

(21) F1: se fosse casado você deixaria sua mulher trabalhando? (D.S.cdt W.S.sdt D MM 03)

Minimizadores: uso de diminutivos para reduzir a ameaça do ato.

(22) F2: aí você você você você tocou numa paradinha meio braba... se é... deveria se ofertar... qualidade... mesmo que... digamos assim... vá atender um número pequeno... vamos lá... temos poucas vagas... beleza... que se oferte... com melhor qualidade... do que jogar torto à direita um número de alunos na sala de aula... (D.S.cdt D.M.sdt P MM 01)

Expressões de ressalva: uso de advérbios e de marcadores discursivos que assumem a função de atenuar o ato ameaçador de faces.

(23) F1: mas assim com o sistema de cotas você não poderia conseguir ou você não se enquadra nesse sistema de cotas? (D.M.cdt D.C.sdt P MF 10)

Em contextos em que o ato ameaçador de faces é mais forte, outras estratégias linguísticas além da forma de futuro do pretérito são utilizadas para amenizá-lo. Por haver maior risco dado referir-se ao agora, ao momento da interação, quanto à referência temporal, o presente deve ser, por hipótese, mais frequente com a presença de atenuadores.

Na Tabela 3, os atenuadores denominados por outras estratégias correspondem aos minimizadores e aos de ressalva. O uso de futuro do pretérito acompanhado de atenuadores foi mais frequente (56,6%), sem, no entanto, haver tendência para a referência temporal presente. Das estratégias de atenuação controladas, as condicionais foram mais frequentes quando a forma de futuro do pretérito foi utilizada com referência futura, apresentando um percentual de 48,6%. Tal resultado está potencialmente relacionado ao fato de que, ao projetarmos uma ação futura, a colocamos no âmbito da condicionalidade, pois não temos certeza se acontecerá. Os demais atenuadores foram mais frequentes em contextos de uso do futuro do pretérito com referência presente. Acreditamos que isto aconteceu por conta de a preservação de face ser no contexto da interação.

2.4 Tipo de sequência discursiva

O tipo de sequência discursiva tem se mostrado uma variável significativa em estudos linguísticos variacionistas (Freitag, 2014). Segundo Paredes Silva (1999), sequências discursivas são estruturas convencionalizadas de que o falante dispõe na língua para organizar o seu discurso, marcadas por características como tempo, modo e aspecto verbal, pessoa do discurso em referência, unidades sintática e semântica predominantes. O controle desta variável tem evidenciado que determinados fenômenos apresentam forte correlação com um tipo de sequência discursiva mais do que com outro.

Controlamos esta variável a fim de verificar se há correlação entre o tipo de referência temporal expresso pelo futuro do pretérito em contextos de polidez e o tipo de sequência discursiva. Foram controlados quatro tipos de sequências discursivas: narrativa, opinativa, explicativa e injuntiva. A seguir, as descrevemos brevemente.

Uma sequência narrativa é um trecho em que o foco está voltado para relatos verbais de fatos, "acontecimentos ocorridos no passado que podem se prolongar por um determinado tempo, em que aparecem ambientes, pessoas e uma sucessão temporal, ou seja, ocorre uma evolução no tempo, não há estaticidade" (Freitag et al., 2009, p. 5). Como o foco do texto narrativo é apresentar os fatos, os acontecimentos, os verbos são empregados, geralmente, no pretérito perfeito e pretérito imperfeito do modo indicativo. Em (24), temos um exemplo de um trecho de sequência narrativa em que o F1 relata sobre a compra de um medicamento genérico.

    (24) F1: é... sobre as questões de medicamentos né... eu tava até... tinha ido pro médico e ele tinha passado... alguns medicamentos pra mim por conta da tosse que eu estava... e aí ele me passou um genérico...

    F2: (est)

    F1: e aí... a moça... da farmácia me falou que o genérico seria mais barato né do que o... o original... e mesmo assim... mesmo assim... eu quis o original... (A.G.cdt D.C.sdt P FF 06)

A sequência opinativa é caracterizada por focalizar o ponto de vista de alguém em relação a algo, ou seja, o posicionamento que o falante tem em face de determinadas situações. Este tipo de sequência tem o objetivo apenas de evidenciar um ponto de vista de alguém em relação algo sem que seja necessário convencer o outro da veracidade de seus argumentos. Já a sequência discursiva explicativa é caracterizada por apresentar uma informação sobre um determinado assunto considerada nova para o interlocutor. O objetivo deste tipo de sequência é transmitir um conhecimento a alguém que não o possuía, sem deixar marcas avaliativas sobre o fato uma vez que o intuito deste tipo de sequência é apresentar apenas uma informação. O excerto (25) representa a sequência opinativa e o excerto (26), a explicativa.

    (25) F1: é voltando <<pra>> essa questão do... de relacionam<<né>> de casal... existe a questão da traição as vezes na (hes) no ambiente de trabalho existe muito isso você é casado e trabalha <<num>> lugar o marido trabalha em outro e as vezes existe essa questão de... um ( ) no trabalho... se... você soubesse de alguém assim que trabalha com você que é casado ( ) assim você tem um colega que trabalha com você você conhece a mulher dele e tudo e você percebesse que ele <<tava>>... começando a ter um relacionamento com o pessoal (hes) com alguém do trabalho você... chegaria a contar <<pra>> a esposa ou... namorada ou fingia que não <<tava>> vendo?

    F2: eu não sei porque assim... depende as vezes tem coisas que é... momento <<né>>? impulso é relativo... as vezes <<tô>> conversando com você até mesmo sem querer falo <<né>>? mas... eu acho... que eu não falaria porque assim... se dependendo do grau da paixão dela pelo amor dela... (D.C.cdt J.S.sdt D FF 16)

    (26) F1: mas você comer você comeria escondido era?

    F2: não não na frente entendeu? porque é mais difícil né? se eu se você se eu comer na sua frente... e se eu comer na frente deles se eles não podem... eu comer na frente deles é mais difícil de eles resistirem entendeu? eu como evitaria de comer na frente deles...

    F1: você iria comer escondido...

    F2: não... não comer escondido... não não comeria só apenas na frente... ((RISOS)) (D.S.cdt J.S.sdt D MF 04)

A sequência injuntiva é caracterizada por orientar e instruir o outro de como deve proceder em relação a algo, ou seja, por levar o interlocutor a realizar a vontade do locutor. Consideramos em nossa análise como sequências injuntivas as perguntas realizadas pelos informantes para introduzir, dar continuidade ou retomar o tópico. Ao fazer uma pergunta o falante instrui o seu interlocutor sobre qual tópico este deve discorrer. Tal ação representa poder no processo interacional. A pergunta presente nos excertos de (24) a (26) exemplifica este tipo de sequência.

Na Tabela 4, observa-se que, dos tipos de sequências discursivas controladas, a maior parte das ocorrências de futuro do pretérito em contextos de expressão de polidez estão relacionadas às sequências opinativas e injuntivas, com 50,8% e 32,3%, respectivamente.

Contextos de sequências opinativas e explicativas são mais propícios ao uso de futuro do pretérito na função de polidez com referência temporal presente: em contextos opinativos, foram 61,9% das ocorrências e, em contextos explicativos, 55,8%. Sequências injuntivas são associadas ao futuro do pretérito com referência temporal tanto futura, com 48,4%, quanto presente, com 44,7%.

Nas sequências narrativas foi mais recorrente o futuro do pretérito em função de polidez com referência passada, com 80,6% das ocorrências. Não houve nenhuma ocorrência em sequências narrativas de futuro do pretérito em função de polidez com referência futura, possivelmente porque o contexto de sequências narrativas é pouco propício aos atos ameaçadores de faces, diferentemente das sequências opinativas e explicativas que os favorecem e apresentam maior recorrência da forma do futuro do pretérito com valor de polidez. Tais resultados evidenciam forte correlação entre o tipo de referência temporal do futuro do pretérito com função de polidez e tipo de sequência discursiva.

3. Futuro do pretérito, tipo de referência temporal e a expressão da polidez

Os resultados apresentados permitem delinear quais os arranjos de traços que caracterizam a função de polidez de futuro do pretérito, sumarizado na Tabela 5.

    ––O uso do futuro do pretérito com referência temporal presente está relacionado à forma verbal constituída por poderia + Vinf ou deveria + Vinf, com atenuadores modalizadores e condicionais e em sequências discursivas explicativas e opinativas;

    ––O uso do futuro do pretérito com referência temporal futura está relacionado à forma verbal iria + Vinf, com atenuadores condicionais e em sequências discursivas injuntivas;

    ––Diferentemente do que ocorre com outras categoriais verbais, a variável paralelismo não se mostra significativa no valor de polidez do futuro do pretérito;

    ––O uso do futuro do pretérito com referência temporal passada está relacionado à forma verbal constituída por iria + Vinf, sem atenuadores, em sequências discursivas narrativas.

Podemos concluir que a referência temporal passada do futuro do pretérito está correlacionada ao menor grau de polidez; o continuum da figura 2 pode ser estabelecido para representação da correlação existente entre o tipo de referência temporal do futuro do pretérito e o grau de polidez:

Os resultados sugerem que o uso do futuro do pretérito com referência temporal passada emerge em contextos menos polidos e com referência presente em contextos mais/menos polidos (intermediário). Já o uso do futuro do pretérito com referência futura é mais recorrente em contexto em que se exige um grau maior de polidez. Uma justificativa possível para tal fato é que ao tratar de um tópico altamente ameaçador à face o falante remeta a situação projetando-a para o futuro, com o intuito de preservar as faces envolvidas, já que os riscos são menores quando as situações são colocadas como incertas.

4. Considerações finais

A investigação empreendida acerca do valor de polidez atribuído à forma de futuro do pretérito em português traz contribuições no que diz respeito ao delineamento do contexto sintático-semântico que a caracteriza. Desvelamos um arranjo temporal predominante para a ocorrência deste valor, a referência presente, no entanto, não categórico, necessitando de pistas de ordem estrutural, tais como o tipo do verbo e o paralelismo, e também, pistas discursivas, como o tipo de sequência discursiva em que a forma ocorre.

Destacamos que a análise quantitativa só foi possível porque a amostra sob análise foi coletada com o objetivo de propiciar as nuanças de polidez, tanto em seus aspectos pragmáticos quanto sociolinguísticos.


Notas

1 Os dados foram retirados da amostra Entrevistas Sociolinguísticas, constituída por 20 entrevistas de falantes universitários da cidade de Itabaiana/SE, estratificadas quanto ao sexo, do Banco de Dados Falares Sergipanos (Freitag, 2013; Freitag, Martins & Tavares, 2012). A sigla ao final identifica o informante.da face do informante. Destaque-se ainda a presença de gatilho na pergunta do entrevistador, que já dá a forma de futuro do pretérito.
2 Exemplos retirado da interação 1 do banco de dados Rede Social de Informantes Universitários (Araujo, Santos & Freitag, 2014). O código entre parênteses representa as identificações sociais dos informantes.aos fatores de natureza estrutural, como a forma verbal, o paralelismo e a presença de atenuadores, e de natureza discursiva, como o tipo de sequência discursiva.


Referências

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Araujo, A. S. y Meister Ko. Freitag, R. (2015). A FORMA DE FUTURO DO PRETÉRITO NO PORTUGUÊS DO BRASIL E A FUNÇÃO DE POLIDEZ. Forma y Función, 28(1), 79–97. https://doi.org/10.15446/fyf.v28n1.51973

ACM

[1]
Araujo, A.S. y Meister Ko. Freitag, R. 2015. A FORMA DE FUTURO DO PRETÉRITO NO PORTUGUÊS DO BRASIL E A FUNÇÃO DE POLIDEZ. Forma y Función. 28, 1 (ene. 2015), 79–97. DOI:https://doi.org/10.15446/fyf.v28n1.51973.

ACS

(1)
Araujo, A. S.; Meister Ko. Freitag, R. A FORMA DE FUTURO DO PRETÉRITO NO PORTUGUÊS DO BRASIL E A FUNÇÃO DE POLIDEZ. Forma. func. 2015, 28, 79-97.

ABNT

ARAUJO, A. S.; MEISTER KO. FREITAG, R. A FORMA DE FUTURO DO PRETÉRITO NO PORTUGUÊS DO BRASIL E A FUNÇÃO DE POLIDEZ. Forma y Función, [S. l.], v. 28, n. 1, p. 79–97, 2015. DOI: 10.15446/fyf.v28n1.51973. Disponível em: https://revistas.unal.edu.co/index.php/formayfuncion/article/view/51973. Acesso em: 24 abr. 2024.

Chicago

Araujo, Andréia Silva, y Raquel Meister Ko. Freitag. 2015. «A FORMA DE FUTURO DO PRETÉRITO NO PORTUGUÊS DO BRASIL E A FUNÇÃO DE POLIDEZ». Forma Y Función 28 (1):79-97. https://doi.org/10.15446/fyf.v28n1.51973.

Harvard

Araujo, A. S. y Meister Ko. Freitag, R. (2015) «A FORMA DE FUTURO DO PRETÉRITO NO PORTUGUÊS DO BRASIL E A FUNÇÃO DE POLIDEZ», Forma y Función, 28(1), pp. 79–97. doi: 10.15446/fyf.v28n1.51973.

IEEE

[1]
A. S. Araujo y R. Meister Ko. Freitag, «A FORMA DE FUTURO DO PRETÉRITO NO PORTUGUÊS DO BRASIL E A FUNÇÃO DE POLIDEZ», Forma. func., vol. 28, n.º 1, pp. 79–97, ene. 2015.

MLA

Araujo, A. S., y R. Meister Ko. Freitag. «A FORMA DE FUTURO DO PRETÉRITO NO PORTUGUÊS DO BRASIL E A FUNÇÃO DE POLIDEZ». Forma y Función, vol. 28, n.º 1, enero de 2015, pp. 79-97, doi:10.15446/fyf.v28n1.51973.

Turabian

Araujo, Andréia Silva, y Raquel Meister Ko. Freitag. «A FORMA DE FUTURO DO PRETÉRITO NO PORTUGUÊS DO BRASIL E A FUNÇÃO DE POLIDEZ». Forma y Función 28, no. 1 (enero 1, 2015): 79–97. Accedido abril 24, 2024. https://revistas.unal.edu.co/index.php/formayfuncion/article/view/51973.

Vancouver

1.
Araujo AS, Meister Ko. Freitag R. A FORMA DE FUTURO DO PRETÉRITO NO PORTUGUÊS DO BRASIL E A FUNÇÃO DE POLIDEZ. Forma. func. [Internet]. 1 de enero de 2015 [citado 24 de abril de 2024];28(1):79-97. Disponible en: https://revistas.unal.edu.co/index.php/formayfuncion/article/view/51973

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1. Raquel Meister Ko. Freitag, Rosangela Barros da Silva, Flávia Regina de Santana Evangelista. (2017). Marcadores discursivos interacionais: diferentes metodologias, diferentes resultados. Diacrítica, 31(1), p.55. https://doi.org/10.21814/diacritica.32.

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