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Internacionalização de PME no Continente Americano: Revisão da Literatura
Cláudia Pires Ribau; António Carrizo Moreira; Mário Raposo
Cláudia Pires Ribau; António Carrizo Moreira; Mário Raposo
Internacionalização de PME no Continente Americano: Revisão da Literatura
INTERNACIONALIZACIÓN DE PYMES EN EL CONTINENTE AMERICANO: REVISIÓN DE LA LITERATURA
SMES' INTERNATIONALIZATION IN THE AMERICAN CONTINENT: A LITERATURE REVIEW
INTERNATIONALISATION DES PME SUR LE CONTINENT AMÉRICAIN: REVUE DE LA LITTÉRATURE
Innovar, vol. 28, núm. 67, pp. 59-73, 2018
Facultad de Ciencias Económicas. Universidad Nacional de Colombia.
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RESUMO: Dado o interesse premente, não só da comunidade académica como do mundo empresarial, sobre a internacionalização das empresas, esta investigação faz uma revisão da literatura empírica sobre a internacionalização de Pequenas e Médias Empresas (PME) no continente americano, a partir das principais bases de dados académicas. Partindo de um conjunto de 329 artigos, este estudo analisa em pormenor 39 destes, entre 1999 e 2014, contribuindo significativamente para o desenvolvimento do conhecimento e da compreensão da investigação feita até à data nesta área. Com esta análise, foram identificadas tendências e padrões, podendo concluir-se que a investigação feita sobre a internacionalização de pme centra-se nos Estados Unidos e no Canadá, influenciada sobretudo por quatro grandes tópicos: teorias da internacionalização, estratégia, desempenho e perspetiva internacional. Conclui-se igualmente que há uma predominância quantitativa. As conclusões e interpretações sobre oportunidades para futuras investigações são de relevância tanto para a comunidade académica como para a empresarial.

Clasificación JEL: M16, M20, F20

PALAVRAS-CHAVE: América do NorteAmérica do Norte,América LatinaAmérica Latina,internacionalizaçãointernacionalização,PMEPME,revisão da literaturarevisão da literatura.

RESUMEN: Dado el gran interés de la comunidad académica y el mundo empresarial sobre la internacionalización de las pequeñas y medianas empresas (pymes), esta investigación tiene como objetivo revisar la literatura empírica sobre la internacionalización de las pymes en el continente americano, a partir de las principales bases de datos académicas. Partiendo de un conjunto de 329 artículos, este estudio examina en detalle 39 artículos entre 1999 y 2014, lo que contribuye significativamente al desarrollo del conocimiento y la comprensión de la investigación realizada hasta la fecha en este ámbito. Con este análisis se han identificado tendencias y patrones, y se concluye que la investigación realizada sobre la internacionalización de pymes se centra en los EE. UU. y Canadá, influenciada principalmente en cuatro temas principales: las teorías de la internacionalización, estrategia, desempeño y perspectiva internacional. Igualmente, se concluye que las investigaciones han seguido un predominio cuantitativo. Las conclusiones e interpretaciones de oportunidades para futuras investigaciones son relevantes tanto para la comunidad académica como para el mundo empresarial.

Clasificación JEL: M16, M20, F20

PALABRAS CLAVE: Internacionalización, pymes, revisión de la literatura, América del Norte, América Latina.

ABSTRACT: Considering the pressing interest of the academic community and the business world over the internationalization of Small and Medium-sized Enterprises (SMES), this research is aimed to review the empirical literature about SMES' internationalization processes in the American continent, according to information included in the main academic databases. This study makes an in-depth analysis of 39 papers (out of a group of 329) published between 1999 and 2014, contributing to the construction of knowledge and the understanding of research in this field. This work allowed identifying patterns and trends, as well as concluding that SMES' internationalization research is USA-and-Canada-centered and is largely influenced by four main topics: internationalization theories, strategy, performance and international perspectives. According to the results, it is also concluded that research studies have mainly followed a quantitative approach. Conclusions and interpretations of opportunities for future research are important for both the academic community and the business world.

Clasificación JEL: M16, M20, F20

KEYWORDS: Internationalization, SMES, literature review, North America, Latin America.

RÉSUMÉ : Étant donné l'intérêt pressant de la communauté universitaire et du monde des affaires pour l'internationalisation des petites et moyennes entreprises (PME), cette recherche vise à examiner la littérature empirique sur l'internationalisation des PME dans les Amériques, en partant des principales bases de données académiques. Sur la base d'un ensemble de 329 articles, cette étude examine en détail 39 articles publiés entre 1999 et 2014, ce qui contribue de manière significative au développement des connaissances et à la compréhension des recherches menées à ce jour dans ce domaine. Avec cette analyse, on a identifié les tendances et les modèles et on conclut que la recherche menée sur l'internationalisation des PME se concentre aux États-Unis et le Canada, principalement influencée par quatre thèmes principaux: les théories de l'internationalisation, la stratégie, la performance et la perspective internationale. On conclut également que les recherches ont une prédominance quantitative. Les conclusions et les interprétations des possibilités de recherche future sont pertinentes à la fois pour la communauté universitaire et pour le monde des affaires.

Clasificación JEL: M16, M20, F20

MOTS-CLÉ: internationalisation, PME, revue de la littérature, Amérique du Nord, Amérique latine.

Carátula del artículo

Estrategia y Organizaciones

Internacionalização de PME no Continente Americano: Revisão da Literatura

INTERNACIONALIZACIÓN DE PYMES EN EL CONTINENTE AMERICANO: REVISIÓN DE LA LITERATURA

SMES' INTERNATIONALIZATION IN THE AMERICAN CONTINENT: A LITERATURE REVIEW

INTERNATIONALISATION DES PME SUR LE CONTINENT AMÉRICAIN: REVUE DE LA LITTÉRATURE

Cláudia Pires Ribau
Universidade de Aveiro, Portugal
António Carrizo Moreira
Universidade de Aveiro, Portugal
Mário Raposo
Universidade da Beira, Portugal
Innovar, vol. 28, núm. 67, pp. 59-73, 2018
Facultad de Ciencias Económicas. Universidad Nacional de Colombia.

Recepção: Março 2015

Aprovação: Dezembro 2016

Introdução

Apesar de vários estudos terem analisado a literatura sobre a internacionalização de Pequenas e Médias Empresas (PME), ainda persiste a necessidade de compreender as várias facetas destas, dada a multiplicidade de fenómenos intrínsecos e extrínsecos que as influenciam.

A comunidade académica tem vindo a interessar-se cada vez mais pelos estudos sobre a internacionalização das PME (McAuley, 2010; Singh, Gaur & Schmid, 2010; Singh, Pathak & Naz, 2010), devido essencialmente à relação entre a competitividade e o aumento da produtividade, da flexibilidade e da presença cada vez mais ativa das PME no mercado global.

Na literatura sobre a internacionalização de PME, é evidente o contraste entre os modelos tradicionais de internacionalização, por estágios ou etapas, e os "recentes" fenómenos denominados por born globais ou international new ventures (D'Angelo et al., 2013). Neste sentido e apesar de ser evidente o crescimento do conhecimento teórico e metodológico sobre a internacionalização de PME, o seu estudo continua a mostrar-se fragmentado e necessitado de uma visão holística e inclusiva das perspetivas plurais sobretudo no que se refere à visão endógena e exógena da empresa.

Existem vários trabalhos de revisão sobre esta temática. McAuley (1999; 2010) desenvolveu a sua pesquisa entre 1989-2009, analisando 24 artigos relevantes na literatura sobre a internacionalização de PME na perspetiva sequencial. Leonidou e Katsikeas (1996), Coviello e McAuley (1999), Coviello e Jones (2004) e Rialp, Rialp e Knight (2005) limitaram-se a analisar a internacionalização de empresas na sua fase embrionária. Fillis (2001) analisou 33 artigos sobre a internacionalização no período de 1975-2000, sem identificar claramente o tamanho da empresa, incluindo mesmo multinacionais. Etemad (2004) e Kuivalainen, Sundqvist, Saarenketo e McNaughton (2012) analisaram artigos conceptuais relacionados com os padrões de internacionalização de PME. A partir destas revisões de literatura, é possível concluir que esta área de estudo é pautada pelo crescente interesse em diversos tópicos ou vertentes de investigação, e não por uma abordagem genérica. Entre outros, destacam-se os seguintes exemplos: Moreira (2007), que estudou a relação entre PME e multinacionais no setor automóvel; Floriani e Fleury (2012), que relacionaram o desempenho e a experiência internacionais com o grau de internacionalização; Williams (2013), que combinou a perspetiva cognitiva com a internacionalização de PME, barreiras e desafios da internacionalização e ainda incluiu o género no seu estudo; Barbosa e Ayala (2014), que combinaram a internacionalização de PME com a abordagem empreendedora, born globals e inovação.

A nível académico e empresarial, avaliar a internacionalização de PME continua a ser pertinente como forma de identificar o tipo de artigos existente neste campo, as revistas onde são publicados, as características fundamentais, a situação atual e o potencial para futuras investigações.

Tendo em consideração que, na literatura sobre internacionalização de empresas, (a) não é apropriado fazer generalizações da realidade das empresas multinacionais, que têm muito mais recursos e competências (Thong, Yap & Raman, 1996) que as PME, (b) a análise que envolve as grandes empresas é muito mais antiga do que a realidade das PME (Ribau, Moreira, & Raposo, 2015), (c) o comportamento estratégico das grandes empresas não é semelhante ao das PME (Raymond & St-Pierre, 2013), (d) o estudo da internacionalização tem dado grande destaque às PME europeias e às multinacionais Americanas (Rugman, 1981; Rialp & Rialp, 2001; Ribau et ai., 2015) e (e) tanto quanto é nosso conhecimento, não existe qualquer estudo que analise trabalhos de internacionalização de PME no continente americano (CA), especificamente na América Latina (AL), este artigo tem como objetivo retratar os trabalhos publicados na área da internacionalização de PME especificamente do CA, comparando a perspetiva norteamericana com a latino-americana. Este trabalho de pesquisa complementa igualmente estudos anteriores, que, apesar de não seguirem uma linha sistemática, debruçaram-se na revisão de literatura sob a égide da internacionalização de PME. A presente revisão da literatura pretende não só contribuir para a identificação de padrões e tendências, bem como indicar caminhos de como futuras investigações poderão evoluir.

Considerando pormenorizadamente a análise de 39 artigos publicados em revistas científicas internacionais, este artigo procura alcançar o objetivo acima referido nas seguintes abordagens: a análise dos principais tópicos de cada artigo; a metodologia adotada, incluindo as características da amostra e os intervalos de tempo (o tamanho da amostra e as fontes de informação); a recolha de dados; a metodologia de análise dos resultados; os países de origem das PME e o sector de atividade das PME. Deste modo e com base em toda a pesquisa efetuada, não foi encontrada qualquer pesquisa contemporânea que analise tão profundamente a realidade da internacionalização das PME localizadas no CA, pelo que este artigo procura complementar estudos anteriores (McAuley, 1999; 2010; Leonidou & Katsikeas, 1996; Coviello & McAuley, 1999; Coviello & Jones, 2004; Rialp et al., 2005; Fillis, 2001; Etemad, 2004; Kuivalainen, Sundqvist, Saarenketo e McNaughton, 2012), que se focaram em áreas específica da internacionalização de PME que não tinham por objeto a análise do CA.

O artigo está dividido em cinco secções. Depois da introdução, que corresponde à primeira secção, os conceitos de internacionalização e PME foram abordados na secção dois. A terceira secção apresenta a metodologia adotada nesta pesquisa. Os resultados são apresentados e discutidos na quarta secção. Finalmente, as conclusões e os principais desafios e futuros desenvolvimentos são apresentados na secção cinco.

Internacionalização de PME

Os conceitos de internacionalização e PME são multifacetados. De acordo com a literatura, o conceito de internacionalização tem evoluído ao longo dos tempos, incorporando diferentes perspetivas analíticas e teóricas. Parece ser um termo ambíguo e a sua definição varia de acordo com o fenómeno em estudo (Chetty & Campbell-Hunt, 2003). Pode incluir exportação, comércio, cluster transfronteiriço, alianças, filiais e joint ventures localizadas fora do país de origem (Singh, Pathak & Naz, 2010); genericamente está associado a um movimento outward das operações internacionais da empresa (Luostarinen, 1980; Welch & Lu-ostarinen, 1988; Hitt, Hoskisson & Ireland, 1994; Ruzzier, Hisrich, & Antoncic, 2006) ou um processo de adaptação e aumento do envolvimento nas operações internacionais (Calof & Beamish, 1995), bem como o fenómeno de de-internationalisation (Chetty & Campbell-Hunt, 2003; Calof & Beamish, 1995; Chetty, 1999; Benito & Welch, 1997).

Fletcher (2001) dá-lhe uma perspetiva integrada ao incluir os movimentos inward. Varia de acordo com diversos fatores que incluem o tamanho da empresa, a idade, o tipo de gestão, a liderança, o sector, etc., sendo que algumas empresas preferem internacionalizar as suas atividades de produção, enquanto outras internacionalizam apenas o seu negócio (Kafouros et al., 2008).

A internacionalização tem vindo a ser intensivamente estudada, assumindo vários pontos de vista e várias perspeti-vas (Mejri & Umemoto, 2010), entre as quais se destacam: a teoria organizacional, o marketing, a estratégia, a gestão internacional, o empreendedorismo e a gestão de pequenos negócios (Ruzzier et al., 2006; O'Cass & Weerawar-dena, 2009). O crescimento das pesquisas em marketing internacional inclui diversos estudos na área das estratégias de entrada em mercados externos, no uso de informações sobre as exportações, nas estratégias de marketing utilizadas pelas pme e no desempenho em mercados internacionais (O'Cass & Weerawardena, 2009). Para proteger a sua posição no mercado doméstico e aumentar as suas receitas, as pme encontram nas atividades de exportação uma alternativa de risco relativamente baixo como forma de aceder a mercados externos (Bello & Gilliland, 1997; Peng & York, 2001; Salomon & Jin, 2008). Neste contexto, as PME enfrentam uma concorrência intensiva nos mercados internacionais, confrontando-se não só com as multinacionais, como também com a concorrência local do mercado destino (Etemad, 2004).

Em face da heterogeneidade das características intrínsecas das PME, as perspetivas macro foram dando lugar a abordagens microeconómicas, em que os modelos tradicionais de internacionalização focam uma perspetiva processual ou de rede (Moreira, 2009), e perspetivas empreendedoras (Lu & Beamish, 2001; Jones & Nummela, 2008; O'Cass & Weerawardena, 2009), mais adaptadas às PME, sobretudo às menos passivas, o que tem colocado em causa a visão tradicional baseada no processo de internacionalização (O'Cass & Weerawardena, 2009).

As novas abordagens empresariais têm dado origem a novas tipologias comportamentais como as international new ventures ou global start-ups (Oviatt & McDougall, 1994), high-technology start-ups (Jolly, Alahuhta, & Jeannet, 1992), born globals (Knight & Cavusgil, 1996; Madsen & Servais, 1997), ou as "multinacionais infantis" (Lindqvist, 1991; 1997). Os estudos mais recentes têm vindo a identificar um aumento do número de empresas que não se encaixam na perspetiva das etapas tradicionais do processo de internacionalização; pelo contrário, elas já nascem com o objetivo de desempenhar um papel ativo nos mercados internacionais.

Na literatura, encontram-se ainda modelos conceptuais que explicam a internacionalização como um processo comportamental, no qual a expansão para mercados externos começa em mercados geograficamente próximos à empresa (denominada por zona de conforto), seguido por mercados caracterizados por uma proximidade psicológica (Johanson & Vahlne, 1977; Johanson & Wieder-sheim-Paul, 1975). Claramente existe um confronto entre os estudos tradicionais que descrevem o desenvolvimento das atividades internacionais das empresas de forma sequencial e as novas abordagens empresariais com um cunho mais dinâmico (Wennberg & Holmquist, 2008). No entanto, não há um único modelo agregador que explique o processo de internacionalização desde uma fase embrionária. Há claramente uma perspetiva evolutiva que tem sido alimentada por questões contextuais e por um processo de decisão interno à empresa que é complexo e multifacetado (Ribau et al., 2015).

Desde o início do século XXI, os investigadores têm tentado dar uma explicação holística à internacionalização das empresas. Alguns estudos se centram na explicação de aspetos específicos da internacionalização, negligenciando outros, o que deu origem a um aumento de modelos, encaixando não só várias teorias, como também a globalização, a complexidade dos mercados e as "novas" empresas (Fletcher, 2001; Etemad, 2004; McAuley, 2010; Mejri & Umemoto, 2010; Kuivalainen, Saarenketo e Puumalainen, 2012; Ribau et al., 2015).

Se a internacionalização de empresas é multifacetada, o conceito de pme não lhe fica atrás. A definição de PME varia significativamente entre os vários países. Contudo, entre os Estados Unidos (EUA) e a União Europeia (UE) utilizam-se critérios relativamente semelhantes na sua definição (EC, 2015; US-SBA, 2015), embora nos eua possa variar de acordo com o tipo de sector.

Nos EUA, uma PME pode ter entre 100 a 1.500 trabalhadores ou um volume de negócios anual que pode rondar entre os USD$ 2,5 a USD$ 21,5 milhões (US-SBA, 2015). No Brasil, o critério mais utilizado (embora não o oficial) baseia-se igualmente no volume de negócios anual (com mais de R$ 3,6 milhões) ou no número de trabalhadores (embora se distinga entre empresas industriais e comerciais ou de serviços, sendo que, na primeira ronda, dos 100 aos 499 e, na segunda, entre 50 a 99 trabalhadores) (IBCE, 2016). No Chile, na Argentina e na Colômbia, não existem critérios unânimes. Neste último, uma PME tem normalmente menos de 150 trabalhadores e um volume de vendas anual entre os COP $ 100 a 150 milhões; na Argentina, e dependendo do sector de atividade (indústria, minério e pesca; comércio e serviços; transporte; agropecuária), é feito um cálculo com base em três critérios, a saber: (a) número de trabalhadores (até 300); (b) volume de vendas anuais (até usd $18 milhões), e (c) ativos produtivos (até usd $10 milhões) (Cepal, 2016). No Chile, e segundo o Ministério da Economia (2016), uma PME pode ter um volume de vendas anual até UF$ 100 mil. Independentemente da definição específica de PME, que certamente varia de país para país, o importante na análise deste artigo é a relevância dada à PME enquanto unidade económica e à forma como ela perceciona a internacionalização.

No mundo, as PME representam 90 % dos negócios e empregam mais de 50 % da mão de obra disponível (IFC, 2015). Especificamente na AL, as PME são um fator-chave no crescimento económico e no desenvolvimento, sendo que grande parte da população e da economia depende da sua atividade, capacidade produtiva e criação de emprego (Cepal, 2016). Desta forma, as PME representam caminhos estratégicos de saída da atual crise financeira global, especialmente em mercados emergentes, como forma de desenvolvimento e redução da pobreza (IFC, 2015).

As PME ocupam mais de 40% do emprego registado na Argentina, no Brasil e no Uruguai; mais de 30% na Colômbia, no México e na República Dominicana e entre 25% e 30% no Chile, no Equador e em El Salvador. Estas percentagens são mais elevadas quando se juntam as microempresas às PME, conjunto que representa mais de 93 % das empresas registadas na AL, pelo que os diversos governos destes países têm feito esforços de desenvolvimento de programas de apoio às PME, como forma de fomentar o seu crescimento (Cepal, 2016).

As PME são um dos principais motores de desenvolvimento económico, pelo que têm vindo a receber cada vez mais atenção na literatura, o que justifica por si só a sua análise no CA, onde tradicionalmente as multinacionais têm obtido mais atenção por parte dos investigadores.

Metodologia na Recolha de Dados

Esta pesquisa inclui várias perspetivas da investigação na internacionalização de PME que recorrem às seguintes bases de dados científicas: EBSCO, Emerald, Web of Knowledge e ScienceDirect.

Contrariando a tendência de apenas analisar alguns artigos tipo "A" aquando da revisão da literatura (Pickering & Byrne, 2014), esta pesquisa não teve qualquer restrição quanto às revistas científicas deste campo de investigação, já que o objetivo era captar as diversas perspetivas existentes na literatura.

A metodologia utilizada teve por base três condições essenciais: (1) apenas artigos completos; (2) todos os artigos que incluíam duas palavras-chave (SME e internationaliz(s)ation), de forma a abranger a terminologia americana e britânica no título, no resumo e/ou nas palavras-chave; (3) artigos empíricos com investigações nas PME do CA. A pesquisa foi efetuada com as duas palavras-chave em inglês, uma vez que esta é a língua obrigatória no título, resumo e palavras-chave das revistas científicas internacionais, indexadas naquelas bases de dados, mesmo que o corpo do texto esteja noutra língua. O foco desta pesquisa está na internacionalização de PME, refletido na metodologia, eliminando toda a literatura que, podendo basear-se na internacionalização de empresas, não identificou claramente a PME. Só assim se garantiu que a pesquisa se direcionasse exclusivamente ao nicho das PME, incluindo qualquer subtema no âmbito da internacionalização.

Na Tabela 1, identificam-se os critérios metodológicos assumidos nesta pesquisa.

Tabela 1
Critério de seleção

Fonte: elaboração própria.

Numa primeira fase, foram aplicados nas bases de dados os critérios "tipo de artigo", "tópico de pesquisa" no título, no resumo e nas palavras-chave, sem qualquer restrição temporal ou tipo de revista, resultando em 329 artigos. Numa segunda fase, a seleção foi refinada tendo em conta a confirmação dos critérios anteriores e a aplicação dos restantes: artigos empíricos respeitantes à internacionalização de pme localizadas no CA. Aplicados os critérios metodológicos e, após as duas fases de seleção, identificaram-se 39 artigos entre 1999 e 2014, escritos nas línguas inglesa, francesa, espanhola e portuguesa.

De notar que não foram encontrados artigos anteriores a 1999 que correspondessem ao critério definido, o que se pode explicar pelo facto de a grande maioria dos estudos anteriores não mencionar explicitamente pequena e média empresa ou o acrónimo "SME" (PME em inglês). De forma a verificar a "ausência" de estudos sobre PME, foi realizada uma pesquisa em vários artigos sobre internacionalização de PME e verificou-se que a alusão às PME é mais tácita do que explícita, o que foi uma novidade.

Para analisar os 39 artigos identificados, foi desenhada uma matriz que continha: (1) a referência do artigo; (2) tópico principal; (3) principais resultados/implicações; (4) metodologia (que inclui o método utilizado na recolha de dados, tamanho da amostra, as fontes de informação, o período da pesquisa, a taxa de resposta); (5) o país da PME; (6) o sector de atividade, e (7) a identificação da revista. Estes sete itens permitiram criar tabelas dinâmicas, de onde foram exportados vários quadros de análise a partir dos quais se tiraram conclusões sobre o estado, padrões e tendências das investigações sobre o tema em análise. O método utilizado nesta revisão da literatura respeita um processo sistemático, envolvendo uma análise indutiva dos tópicos de cada artigo (Braun & Clarke, 2006) e uma tentativa de organizar a literatura em padrões, os quais foram agrupados de forma a identificar categorias mais abrangentes.

Tal como apresentado por Jones, Coviello e Tang (2011), foi seguida uma perspetiva interpretativista, baseada na análise do foco, ideias e argumentos dos artigos. Como resultado desta análise, foram criados tópicos - que representam conceitos/temas fundamentais de cada artigo - e categorias - que representam conceitos mais latos que incluem tópicos relacionados. Para tal, foram primeiro identificados os tópicos e posteriormente as categorias. De forma a facilitar a análise dos artigos, foi construída uma tabela organizada por tópicos, categorias, referências dos artigos e o ano de publicação. Cada artigo foi analisado através de uma abordagem interpretativo-sintética (Noblit & Hare, 1988), recorrendo a uma combinação de análise quer temática, quer de conteúdo (Weed, 2008), de forma a identificar aspetos quantitativos e qualitativos de cada artigo.

De forma a apurar esta revisão da literatura, optou-se por dividir, em todos os itens de análise, os estudos com origem na América do Norte (AN) - EUA e Canadá, excetuando o México - e na AL, que neste estudo incluem os países hispano-americanos do CA.

Resultados da Análise

A Tabela 2 mostra o número de artigos publicados ao longo dos anos, sendo que 69 % do total de publicações estão entre 2009 a 2014, o que reflete a crescente importância do tema e das publicações dos países da AL, embora 54 % dos estudos tenham por base a AN.

Tabela 2
Intensidade dos artigos publicados

Nota. Fonte: elaboração própria.

Publicações

Os 39 artigos identificados estão publicados em 27 revistas diferentes, sendo que as três revistas mais representativas, com três artigos cada, representam 23,1 % do total de artigos publicados neste período (Tabela 3). Seis revistas publicaram dois artigos (representando 30 % do total de publicações) e as restantes 18 revistas identificadas publicaram um artigo cada.

Tabela 3
Top das publicações

Fonte: elaboração própria.

Do top 3, os dois primeiros meios publicaram artigos que abordaram PME localizadas na AN. Os três artigos publicados na Estudios Gerenciales identificam PME da AL, o mesmo acontece com os dois artigos publicados na Cuadernos de Gestión e na Revista Brasileira de Gestão de Negócios.

Tópicos e Categorias

Da revisão da literatura, foram identificados 28 tópicos diferentes, sendo que o conjunto dos 39 artigos abordou um total de 77 tópicos, conforme se apresenta na Tabela A1, no apêndice. Os tópicos mais utilizados pelos investigadores são: (1) estratégia internacional (em oito artigos, representando 20,5% do total de artigos e 10,4% do total de vezes em que os tópicos foram analisados); (2) desempenho e (3) internacionalização sequencial em exaequo (em sete artigos, representado 18% do total de artigos e 9,1% do total de vezes em que os tópicos foram analisados); (4) abordagem empreendedora (identificado em seis artigos, representando 15,4% do total de artigos e 7,8% do total de vezes em que os tópicos foram analisados); (5) teoria de recursos (com cinco artigos, representando 12,8% do total de artigos e 6,5% do total de vezes em que os tópicos foram analisados). Estes cinco tópicos representam 84,7% do total de artigos (39) e 42,9% do total de vezes em que os tópicos foram analisados.

A Tabela 4 expressa duas realidades diferentes mas complementares. Se, por um lado, os investigadores têm tido uma clara preferência pela abordagem de um e dois tópicos nas suas investigações, por outro, os artigos publicados mais recentemente têm revelado uma complexidade crescente, verificando-se que, a partir de 2009, há uma clara tendência para serem investigados três ou mais tópicos. De notar que apenas em 2013 e 2014 foram publicados artigos que analisam quatro ou mais tópicos.

Tabela 4
Número de artigos por quantidade de tópico selecionado por artigo

Fonte: elaboração própria.

Aliado ao aumento da quantidade de tópicos, há também a emergência de novos tópicos. Por exemplo, o efeito bancário, as international new ventures, as alianças, a seleção do mercado, o país de acolhimento e o capital humano nunca foram tratados antes de 2010, tendo por base investigações nas PME da AN. Por outro lado, a inovação, as redes e a gestão intercultural são temas que emergiram na AL. Por exemplo, o tópico género, que também emergiu após 2010, está representado equitativamente nos estudos da AN e da AL.

Os 39 artigos analisaram 28 tópicos diferentes com uma tendência mais acentuada para os últimos três anos, quer na investigação (quantidade de artigos publicados), quer nos tópicos em estudo (quantidade, complexidade e inovação), o que confirma a fragmentação encontrada na literatura nesta área.

Com base nos 28 tópicos, foram encontradas quatro categorias fundamentais transversais aos 39 artigos analisados. Estas quatro categorias foram identificadas tendo por base padrões e tendências, a saber: (1) teorias da internacionalização; (2) estratégia; (3) perspetiva internacional; (4) desempenho. Agrupando tematicamente e classificando os 28 diferentes tópicos encontrados na literatura, esta tipologia deu origem a um quadro analítico em que estas quatro categorias se relacionam duas a duas (denominado por quadrantes). As categorias 1 e 2 incluem os tópicos que se encaixam nas categorias teorias de internacionalização e estratégia (por exemplo, born global). As categorias 2 e 3 englobam todos os tópicos relacionados com a estratégia e perspetiva internacional (por exemplo, canais on-line). As categorias 3 e 4 compreendem os tópicos relacionados com a perspetiva internacional e desempenho (exemplo, capacidade/intensidade de exportação) e as categorias 4 e 1 incluem os tópicos relacionados com desempenho e teorias da internacionalização (exemplo, grau de internacionalização). É usual encontrar investigadores que se enquadram em duas categorias (Li, Li & Shi, 2011). São poucos os que relacionam três categorias (Floriani & Fleury, 2012).

As categorias 1, 2 e 3 (teorias da internacionalização, estratégia e perspetiva internacional) representam 89,4% da investigação, isto é, as categorias 1 e 2 (teorias da internacionalização e estratégia) com 35,8% (10 tópicos identificados no conjunto dos 28 tópicos) e as categorias 2 e 3 (estratégia e perspetiva internacional) com 53,6% (15 tópicos identificados de entre os 28). Por outro lado, as categorias 3, 4 e 1 (perspetiva internacional, desempenho e teorias da internacionalização) representam apenas 10,7% da investigação, ou seja, as categorias 3 e 4 (perspetiva internacional e desempenho) com 7,1°% (dois tópicos identificados no conjunto dos 28 tópicos) e as categorias 4 e 1 (desempenho e teorias de internacionalização) com 3,6% (um tópico identificado de entre os 28). Verifica-se, nesta análise, que o desempenho e o conceito de estratégia são cruciais na literatura sobre internacionalização de pme, reforçando o facto de que o desempenho é um constructo de difícil investigação, quer quantitativamente, quer qualitativamente, sobretudo em PME que acabam por não ter tradição na utilização sistemática de diferentes e aprofundados indicadores de desempenho (ao contrário das multinacionais).

Se, num primeiro nível, se identificaram 28 tópicos, tendo-se destacado cinco pela sua ampla utilização, num segundo nível os tópicos foram agrupados em quatro categorias (teorias de internacionalização, estratégia, perspetiva internacional e desempenho) relacionadas duas a duas. Comparando todos os tópicos identificados, os cinco principais tópicos e a relação com as quatro categorias, confirma-se uma dicotomia entre a fragmentação e a concentração encontrada na literatura, por exemplo, se os 39 artigos abordam 28 tópicos diferentes, cerca de 84,7% dos artigos cingem-se a cinco principais tópicos de análise (33 artigos num total de 39 artigos) e 42,9% do total de vezes em que os tópicos foram analisados (77). As categorias estratégia e perspetiva internacional representam 53,6% do total de tópicos e 87,2% do total de artigos (34/39).

Quando se analisa a origem dos estudos, verifica-se equilíbrio entre a internacionalização das PME localizadas na AN e AL, quer em relação ao número total de artigos que analisam diferentes tópicos (38 vs 39 respetivamente), quer ao número total de tópicos investigados (20 vs 21 respetivamente). Quanto ao número total de artigos, é na AN onde se concentra o maior número de artigos (21, o que corresponde a 53,9% dos 39 artigos analisados) com destaque para o Canadá, enquanto na AL se identificaram 18 artigos (46,2% do total de 39). Quanto ao número de tópicos analisados, os estudos centrados na AN destacam-se por analisar um e dois tópicos, embora haja um artigo que relaciona cinco tópicos diferentes. Por sua vez, há dois artigos que abordam quatro tópicos com origem na AL.

Os tópicos de maior investigação nos EUA e no Canadá são: (1) a estratégica internacional e (2) a performance (ambos com cinco artigos cada), seguido pelo tópico internacionalização sequencial, abordagem empreendedora e canais on-line (com três artigos cada). Tópicos como o grau de internacionalização, a capacidade/intensidade de exportação, a perspetiva cognitiva, a gestão intercultural, a inovação, o apoio governamental à exportação e a globalização nas PME são tópicos exclusivos dos artigos que centram as suas pesquisas em PME da AL. Já os tópicos como a proximidade e a diversidade geográfica, canais on-line, parcerias, crédito bancário, marketing internacional, seleção do mercado são exclusivos dos artigos que se focalizam nas PME da AN.

Métodos de Pesquisa e Análise

Os métodos utilizados na recolha de dados estão apresentados na Tabela 5. O questionário é o método mais utilizado, seguido da entrevista. Apenas 7,7% dos artigos utilizam múltiplos métodos na recolha de dados. Por sua vez, dos artigos que identificam claramente o método de pesquisa e análise, os casos de estudo tomam de alguma forma relevância (cerca de 18 % do total das publicações). Os estudos empíricos optam claramente pela análise quantitativa, com amostras acima de 50 empresas. Apenas foi encontrado um estudo que utiliza as duas abordagens (quantitativa e qualitativa). 36% das investigações são de corte transversal.

Tabela 5
Número de artigos relacionados com o método na recolha de dados e opções analíticas

Fonte: elaboração própria.

As fontes de informação mais comuns nos investigadores com a recolha de dados são os gestores de topo (com 28% do total das publicações), seguido dos fundadores e do gestor internacional (com 7,7% cada).

Tratando-se de estudos com abordagem empírica, torna-se pertinente perceber o tamanho da amostra utilizada pelos investigadores. Grande parte dos estudos quantitativos (cerca de 41%%) opta por uma amostra pequena (entre 50 a 400 PME), contudo 23% dos artigos contêm uma amostra acima de 1000 PME, centradas na AN. Dos 8 estudos qualitativos, a amostra centra-se maioritariamente abaixo de 20 empresas. O alvo destes estudos são PME, pelo que tendencialmente as amostras são de número mais reduzido ao contrário de estudos extensíveis ao "grande público". Nestes 39 artigos, só foram encontrados dois artigos que tenham optado por múltiplas fontes de informação, ambos com foco em PME da AN.

O principal método de análise identificado neste estudo é a regressão (com 23%), seguido da investigação exploratória, análise descritiva ou indutiva e modelagem por equações estruturais, (com 10,26% cada), este último presente nos estudos apenas a partir de 2012 e maioritariamente aplicado às PME da AL (75%). Oito (21%%) dos estudos combinam duas técnicas de análise dos dados recolhidos (dos quais 63% são estudos que se baseiam em PME da AN) e apenas um estudo combinou três técnicas (Kuhlmeier & Knight, 2010), que se focou em PME da AN.

Os estudos empíricos cingem-se maioritariamente a recolher dados de PME de um único país (71,9 %). Apenas um estudo envolveu 11 países da AL (Ketkar & Acs, 2013).

Conclusões e Implicações

A primeira conclusão é a de que dos 77 tópicos que emergiram na revisão da literatura, os mais importantes são os seguintes:estratégiainternacional,desempenho,internacionalização sequencial, abordagem empreendedora e teoria de recursos.

Embora haja tópicos específicos na an e na al, outra conclusão importante está relacionada com a proximidade de tópicos quando se compara a perspetiva da AN e da AL, como é o caso da internacionalização sequencial, da abordagem empreendedora e da teoria dos recursos. Mais, há tópicos como a bornglobalness ou as international new ventures, que são próximos e onde se verifica que as necessidades das empresas e da academia são relativamente semelhantes tanto na AN como na AL.

Confirma-se a fragmentação temática encontrada na literatura, tal como apresentado por McAuley (2010). O tema é multifacetado em termos de análise e configurações, refletindo diversos modelos propostos sob a égide económica, comportamental, social, estratégica e, como última tendência, integrativa, ao explicar todo o complexo fenómeno da internacionalização de empresas.

Ao contrário das revisões da literatura anteriores, o presente artigo apenas inclui estudos do CA, que representam apenas 12% do total de 329 artigos identificados nesta área, tendo sido identificada uma ligeira preponderância dos estudos originários dos EUA e do Canadá, relativamente aos países da AL, embora, a nível temporal, esta tendência seja decrescente. Há uma clara necessidade de aumentar o foco em estudos sobre PME localizadas na AL com o objetivo de melhor compreender a variabilidade das características únicas das PME localizadas nestes países emergentes, o que permitirá não só apoiar os profissionais nas suas tomadas de decisão, bem como as entidades governamentais a definir estratégias de apoio à internacionalização de PME.

Tal como no estudo de McAuley (2010), existe um crescente interesse na análise de determinados tópicos (por exemplo, a inovação, gestão intercultural e capital humano, todos eles investigados entre 2013 e 2014) e a combinação de diferentes tópicos (Cui, Walsh & Zou, 2014, que combinaram a estratégia internacional com marketing internacional, desempenho, seleção de mercados e o país de acolhimento).

Confirmando o estudo de McAuley (2010), grande parte dos investigadores opta por um único método na recolha dos dados, sendo que apenas três artigos utilizam múltiplos métodos (7,7%), muito longe da percentagem referida quer no primeiro estudo de McAuley (1999) (18,5%), quer no segundo (37,4%) (McAuley, 2010). Da Tabela 5, conclui-se que tanto os estudos da AN como os da AL têm uma maior preponderância por estudos quantitativos em detrimento dos qualitativos.

Ratificando as conclusões de revisões anteriores, o tamanho da amostra é normalmente maior em estudos quantitativos do que qualitativos e os ceos, fundadores e executivos são as fontes de informação eleitas pela maioria dos estudos. De referir que apenas 5% dos estudos recorrem a várias fontes de informação, aspeto que se sugere ver ultrapassado em próximas investigações, uma vez que várias fontes de informação promovem diferentes perspetivas e suportam a triangulação dos dados recolhidos pelo investigador, valorizando o estudo.

Mais de 50% dos estudos revistos por McAuley (1999) referiam-se a um único sector. Esta revisão indica-nos que os investigadores se dividem entre estudos multissectoriais e unissetoriais, quer na AN, quer na AL. Apesar de existirem mais estudos que envolvem múltiplos sectores, há um gap na pesquisa comparativa dentro e entre sectores. Tanto nos estudos da AN como nos da AL, o sector industrial é alvo dos investigadores, em detrimento dos serviços, o que indicia um gap em todo o CA.

Os temas que dominam a investigação são a compreensão e conceptualização da internacionalização das PME numa perspetiva estratégica e empreendedora, seguindo uma visão tradicional em que a internacionalização é identificada como um processo evolutivo. Dos 28 tópicos encontrados, 57,2 % foram utilizados por um ou dois artigos. Entre os artigos encontrados referentes à AN e à AL, é comum os investigadores centrarem-se no estudo de um tópico, contudo é nos artigos da AN que se identificam as amostras mais elevadas, o recurso a múltiplas fontes de informação e à combinação de duas ou três técnicas de análise de dados. No entanto, é na AL que foi identificado um artigo que envolve onze países. Sendo as PME consideradas um fator-chave de crescimento sobretudo nas economias emergentes da AL e alvo de programas governamentais de apoio, seria expectável que a literatura refletisse a preocupação do financiamento das entidades bancárias, os efeitos dos programas de apoio no desenvolvimento das PME, de forma a suportar a definição de estratégias públicas e empresariais.

A diversidade e os novos temas trazidos para a discussão indicam que, apesar de a literatura sobre a internacionalização de empresas ser uma área de intensas pesquisas, ainda pode ser alargada e aprofundada. Um desafio futuro é o de sedimentar conhecimento que integre tópicos em estudo (por exemplo, born global, e-commerce, gestão intercultural, proximidade geográfica, capital humano, país de origem). Outros temas podem ser identificados com potencial desenvolvimento e ainda não estudados, por exemplo, os avanços tecnológicos como facilitadores dos negócios internacionais das PME; o grau de integração económica (com base em acordos comerciais de integração e livre comércio, como Nafta, Mercosul, Comunidade Andina) do país de origem como influenciador da internacionalização das PME e os seus resultados; a diferença das pme entre entrarem num mercado externo pertencente ao mesmo espaço económico do país de origem, de um espaço económico diferente; as diferenças culturais como influenciadoras da internacionalização das PME quando estas estão em países de diferentes continentes; o comportamento das empresas familiares no seu processo de internacionalização; género como influenciador no alcance de objetivos de desempenho internacional. As questões étnicas, familiares e de igualdade de género parecem ser questões críticas nas empresas localizadas sobretudo na AL, onde a resposta a uma questão básica de como estas PME se internacionalizam parece não ter resposta na literatura. Torna-se, portanto, necessário dar uma perspetiva múltipla aos temas abordados pelos investigadores, como forma de atingir uma visão multidimensional das PME em ambientes internacionais.

Qualquer revisão da literatura tem limitações. Esta resulta da análise de um número selecionado de artigos a partir de um critério predefinido. Este artigo partiu de duas palavras-chave, independentemente do subtópico abordado. Comparando com revisões da literatura anteriores, com critérios mais limitativos (não só referente à notoriedade do trabalho, do investigador, da revista, como também referente aos temas abordados), o critério adotado para este estudo foi integrativo, tendo em conta que apenas se definiu uma limitação: as PME do CA.

Este trabalho teve como propósito estimular a análise e a interpretação. Não foi encontrado nenhum estudo que refletisse as investigações feitas à internacionalização de PME do CA, nem que agrupasse tematicamente os tópicos encontrados ou que identificasse tendências e padrões. Contudo, para futuras revisões sistemáticas, poderão ser incluídas outras palavras-chave na pesquisa, livros e capítulos de livros, monografias e dissertações académicas que complementem o conhecimento aqui gerado.

Como apenas 10 % dos estudos utilizam técnicas e ferramentas analíticas mais sofisticadas, como equações estruturais e Partial Least Squares (PLS), que analisam relações entre constructos e efeitos de moderação e mediação, é expectável que estudos futuros recorram a estas técnicas de análise, bem como a técnicas econométricas que abracem estudos longitudinais. De forma a complementar os resultados obtidos, seria relevante que investigações vindouras endereçassem a internacionalização de serviços, dado que complementaria a clássica perspetiva industrial.

Devido à natureza multidisciplinar e à diversidade teórica desta área, torna-se fundamental o seu desenvolvimento e consolidação, sobretudo em economias emergentes, onde as PME desempenham um papel fundamental no seu dinamismo e desenvolvimento económico e social.

Material suplementar
Apêndices
Apêndice 1.

Referências por categorias e tópicos

Nota. * Número de artigos em cada tópico. Fonte: elaboração própria.

Fonte: elaboração própria.

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Notas
Notas
CITACIÓN: Ribau, C. P., Moreira, A. M., & Raposo, M. (2018). Internacionalização de PME no Continente Americano: Revisão da Literatura. Innovar, 28(67), 59-73. doi: 10.15446/innovar.v28n67.68613
Autor notes

*DIRECCIÓN DE CORRESPONDENCIA: Cláudia Pires Ribau. Rua Gago Coutinho, 1523830-669. Gafanha da Nazaré, Portugal.

Tabela 1
Critério de seleção

Fonte: elaboração própria.
Tabela 2
Intensidade dos artigos publicados

Nota. Fonte: elaboração própria.
Tabela 3
Top das publicações

Fonte: elaboração própria.
Tabela 4
Número de artigos por quantidade de tópico selecionado por artigo

Fonte: elaboração própria.
Tabela 5
Número de artigos relacionados com o método na recolha de dados e opções analíticas

Fonte: elaboração própria.
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