“Dios nos guía”: teodicea del desplazamiento forzado y ciudadanías liminales

“God guides us”: theodicy of forced displacement and liminal citizenships

En este artículo analizo la experiencia del desplazamiento forzado entendiéndola como un tipo de ciudadanía liminal. En ella confluyen la experiencia dolorosa del desplazamiento con nuevas formas de sentirse ciudadano y de agenciar ante el Estado neoliberal y la sociedad, bajo el rótulo de desplazado. Muestro cómo las personas desplazadas se apropian de su destino y elaboran nuevas subjetividades políticas en la Iglesia Cristiana Menonita. Observaciones etnográficas, notas de campo, grupos focales y entrevistas sitúan a la Iglesia como el centro de la experiencia de un grupo de personas desplazadas que se convierten al cristianismo, lo que constituye una teodicea, como lo denomino en este artículo. Planteo que la agencia es más un producto de las emociones vividas y de una relación social particular que de una acción racional del Estado.

In this article, I analyze the experience of forced displacement. I understand it as a type of liminal citizenship in which the painful experience of displacement converges with new ways of experiencing citizenship and agency. I analyze how people who are labelled as displaced face and negotiate with a neoliberal State and new social rules. I show how a group of displaced persons have taken control of their destiny and created new political subjectivities within the Mennonite Christian Church. Ethnographic observations, field notes, focus groups, and interviews all situate the Church as the center of their experience as they have converted to Christianity. This process is what I call a theodicy. I propose that their agency is more the result of lived emotions and of specific lived social relationships, rather than of a rational State action.

Neste artigo, analiso a experiência do deslocamento forçado entendendo-a como um tipo de cidadania liminar. Nesta, confluem a experiência dolorosa do deslocamento com novas formas de sentir-se cidadão e de agenciar diante do Estado neoliberal e da sociedade, sob o rótulo de deslocado. Mostro como essas pessoas apropriam-se de seu destino e elaboram novas subjetividades políticas no contexto da Igreja Cristã Menonita. Observações etnográficas, anotações de campo, grupos focais e entrevistas posicionam a Igreja como o centro da experiência de um grupo de pessoas deslocadas que se convertem ao cristianismo, o que constitui uma teodiceia, como o denomino neste artigo. Proponho que a agência é mais um produto das emoções vividas e de uma relação social particular do que uma ação racional do Estado.