Menstruación, epistemología y etnografía amazónica

Menstruation, Epistemology, and Amazonian Ethnography

Este ensayo reflexiona sobre la epistemología en antropología, a partir de las investigaciones antropológicas sobre la menstruación. La perspectiva etnográfica revela cómo se ha abordado este tema y sus consecuencias en la generación de concepciones masculinizadas sobre lo social y lo cultural. El contraste entre diferentes trabajos etnográficos sobre la menstruación me lleva a notar que la crítica de género se cuestiona a sí misma cuando la construcción de conocimiento social se da desde lo corporal, lo material, lo subjetivo y lo emocional. Finalmente, al contrastar los alcances que estas dimensiones cobran en distintos trabajos de sociedades indígenas amazónicas, pongo en evidencia las desigualdades entre los sexos en el marco de relaciones de género enmarcadas en una interconexión entre lo rural y lo urbano, atravesadas por relaciones coloniales.

Ethnographic research on menstruation offers insight into anthropological epistemology and its masculine visions of culture and society.  Comparing and contrasting a range of ethnographic studies on menstruation, I also purport that gender criticism questions itself when it produces knowledge on the corporeal, the material, the subjective, and the emotional dimensions of social life. Finally, by examining these dimensions in different works about indigenous Amazonian societies, I highlight the inequalities between the sexes within the framework of gender relations marked by rural-urban interconnections and colonial relations.

Este ensaio reflete sobre a epistemologia em Antropologia, a partir das pesquisas antropológicas acerca da menstruação. A perspectiva etnográfica revela como esse tema tem sido abordado e suas consequências na geração de conceitos masculinizados sobre o social e o cultural. O contraste entre trabalhos etnográficos sobre a menstruação me leva a perceber que a crítica de gênero é questionada a si mesma quando a construção de conhecimento social ocorre a partir do corporal, do material, do subjetivo e do emocional. Finalmente, ao contrastar os alcances que essas dimensões ganham em diferentes trabalhos de sociedades indígenas amazônicas, coloco em evidência as desigualdades entre os sexos no âmbito de relações de gênero delimitadas em uma interconexão entre o rural e o urbano, permeadas por relações coloniais.