Autonomía, mecanización y guerra: la trama del oro en el pacífico colombiano

Autonomy, Mechanization and War: the Social Fabric of Gold in the Colombian Pacific Region

El presente artículo busca destacar la agencia multidimensional del oro en diferentes aspectos de la historia de la región Pacífico y de sus habitantes, tanto humanos como no-humanos. A través de las reflexiones que surgen de un breve recorrido histórico sobre el Pacífico y del trabajo etnográfico realizado en los ríos Quito y Guapi, problematizamos la relación entre los habitantes de la región y el oro. Nuestra tesis es que en la actualidad el oro ha perdido su carácter multidimensional (imán de la conquista de territorios de difícil acceso en el período colonial, dinamizador de la esclavitud, medio para que las personas esclavizadas pudieran adquirir su libertad y complemento económico de las actividades de subsistencia), para tornarse en un vehículo de devastadora explotación, tanto para humanos como para no-humanos, en un contexto de conflicto armado y de mecanización de la actividad minera, que profundiza sus rasgos destructivos asociados a la muerte y el despojo.

This article highlights the multidimensional gold agency in the history of the Pacific region of Colombia, both for its human and non-human inhabitants. Based on a historical approach of the region and ethnographic fieldwork in the Guapi and the Quito rivers, we problematize the relationships between gold and the human inhabitants of the Pacific region. Our thesis is that gold has lost its former multidimensional agency (as a trigger for colonizing isolated territories during the colonial period, a driving force of slavery, a means to obtain freedom and a supplement of economic subsistence). Therefore, in a context of armed conflict and mining mechanization, it has become a vehicle of brutal exploitation for both humans and non-humans, a transformation that deepens its destructive traits of death and dispossession.

Este artigo pretende destacar a agência multidimensional do ouro em diferentes aspectos da história do Pacífico colombiano e de seus habitantes, tanto humanos quanto não humanos. Por meio das reflexões que surgem de um breve percorrido histórico sobre o Pacífico e do trabalho etnográfico realizado nos rios Quito e Guapi, problematizamos a relação entre os habitantes da região e o ouro. Levantamos a tese de que, na atualidade, o ouro vem perdendo seu caráter multidimensional (ímã da conquista de territórios de difícil acesso no período colonial, dinamizador da escravidão, meio para que as pessoas escravizadas pudessem adquirir sua liberdade e complemento econômico das atividades de sobrevivência) para se tornar um veículo de devastadora exploração, tanto para humanos quanto para não humanos, em um contexto de conflito armado e de mecanização da atividade mineradora, que aprofunda seus traços destrutivos associados à morte e à desapropriação.