Habitar el retorno en la vivienda despojada

Inhabiting the Return: Life in Dispossessed Homes After Forced Displacement

Este trabajo presenta historias de vida registradas desde una descripción densa de las condiciones espaciales de las viviendas a las que regresan, treinta años después, cinco familias despojadas y expulsadas por la masacre de El Topacio en 1989, en el municipio de San Rafael (Antioquia, Colombia). El retorno al hábitat de origen, promovido por el programa estatal de restitución de tierras e idealizado como el mejor lugar para regresar con promesas de reparación y estabilización socioeconómica, se enfrenta a la realidad de la ruina y el despojo. Las familias retornadas perdieron no solo sus casas, sino también a sus parientes, sus redes comunitarias, su reconocimiento como campesinos y mineros, así como la agricultura y el barequeo como medios de subsistencia. En este contexto, emergen tres perspectivas desde las cuales los retornados asumen la adaptación a sus hogares en el lugar de origen: la emoción de volver y el reconocimiento de su identidad como mineros artesanales y campesinos trabajadores; la ruptura al descubrir el deterioro de su patrimonio; y la estigmatización derivada de ser identificados como desplazados forzados en el marco del proceso de restitución.

This study presents life histories recorded from a dense description of the spatial conditions of the homes to which five families returned thirty years after being dispossessed and expelled during the 1989 El Topacio massacre in the municipality of San Rafael (Antioquia, Colombia). The return to their original habitat—promoted by the state land restitution program and idealized as the best place to come back to, with promises of reparations and socioeconomic stabilization—confronts the harsh reality of ruin and dispossession. The returning families lost not only their homes but also their relatives, community networks, recognition as peasants and miners, as well as agriculture and artisanal mining as means of subsistence. Within this context, three perspectives emerge regarding how the returnees adapt to their original homes: the emotional significance of returning and the reaffirmation of their identity as artisanal miners and working peasants; the rupture experienced upon discovering the deterioration of their heritage; and the stigmatization associated with being identified as forcibly displaced persons within the restitution process.

Este trabalho apresenta histórias de vida registradas a partir de uma descrição densa das condições espaciais das moradias para as quais retornam, trinta anos depois, cinco famílias despojadas e expulsas pelo massacre de El Topacio em 1989, no município de San Rafael (Antioquia, Colômbia). O retorno ao habitat de origem, promovido pelo programa estatal de restituição de terras e idealizado como o melhor lugar para retornar com promessas de reparação e estabilização socioeconômica, enfrenta a realidade da ruína e do despojo. As famílias retornadas perderam não apenas suas casas, mas também seus parentes, suas redes comunitárias, seu reconhecimento como camponeses e mineiros, bem como a agricultura e a extração de bareque como meios de subsistência. Nesse contexto, surgem três perspectivas a partir das quais os retornados assumem a adaptação aos seus lares no local de origem: a emoção de voltar e o reconhecimento de sua identidade como mineiros artesanais e camponeses trabalhadores; a ruptura ao descobrir a deterioração de seu patrimônio; e a estigmatização derivada de serem identificados como deslocados forçados no âmbito do processo de restituição.