Publicado

2014-07-01

Pescadores artesanais, justiça social e justiça cognitiva: acesso à terra e à água

Palabras clave:

pescadores artesanais, justiça cognitiva, lutas pela terra, direito à água, justiça social, construção do espaço, direitos territoriais, direito à alimentação adequada. (pt)
pescadores artesanais, justiça cognitiva, lutas pela terra, direito à água, justiça social, construção do espaço, direitos territoriais, direito à alimentação adequada. (es)

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Autores/as

  • César Augusto Baldi Tribunal Regional Federal do Brasil, Quarta Região, Porto Alegre

A luta pelos territórios tradicionais, no geral, tem sido associada com a questão da terra. O movimento dos pescadores artesanais coloca novos desafios jurídicos, sociológicos e epistêmicos para as lutas e a construção do espaço, em especial nos campos da justiça social e da justiça cognitiva, mas também no que diz respeito à luta pela alimentação
adequada. O artigo, inicialmente, desenvolve a questão dos instrumentos jurídicos nacionais relacionados com a defesa do território, tanto terrestre quanto aquático, dessas comunidades e salienta os conhecimentos tradicionais que vêm sendo invisibilizados nesse processo de não reconhecimento de tais comunidades, para fins de se trabalhar a questão da justiça cognitiva. Depois, destaca o uso comum das terras, o que é também características de outras comunidades tradicionais no Brasil, e mostra como isso está associado com um processo histórico de concentração fundiária e injustiça social. Analisam-se alguns instrumentos existentes na legislação e pouco conhecidos, no que diz respeito ao reconhecimento de terras públicas no tocante à questão da água, para, logo em
seguida, destacar os instrumentos jurídicos de direito internacional de direitos humanos que podem servir de proteção aos pescadores artesanais, em especial aqueles relativos à relatoria do direito à alimentação adequada, com especial atenção para as medidas necessárias para respeitar, proteger e garantir seus direitos. Também é enfocada jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Isso coloca, sem dúvida, a necessidade de repensar o próprio entendimento de direitos a terra, posse ou propriedade, tais como entendidos na dogmática jurídica tradicional, ao considerá-los como um verdadeiro cluster of rights. Especial atenção é dada também ao princípio da não discriminação e da igualdade para o tratamento da questão, seja relativamente à prova produzida judicialmente, seja à necessidade de perícia antropológica, seja ao racismo ambiental, seja à incorporação
da questão de gênero (muito forte no caso dos pescadores artesanais) ou de repensar o estatuto da oralidade e da história oral, seja, ainda, relativamente à pretensa neutralidade
da legislação. 

A luta pelos territórios tradicionais, no geral, tem sido associada com a questão da terra. O movimento dos pescadores artesanais coloca novos desafios jurídicos, sociológicos
e epistêmicos para as lutas e a construção do espaço, em especial nos campos da justiça social e da justiça cognitiva, mas também no que diz respeito à luta pela alimentação adequada. O artigo, inicialmente, desenvolve a questão dos instrumentos jurídicos nacionais relacionados com a defesa do território, tanto terrestre quanto aquático, dessas comunidades e salienta os conhecimentos tradicionais que vêm sendo invisibilizados
nesse processo de não reconhecimento de tais comunidades, para fins de se trabalhar a questão da justiça cognitiva. Depois, destaca o uso comum das terras, o que é também
características de outras comunidades tradicionais no Brasil, e mostra como isso está associado com um processo histórico de concentração fundiária e injustiça social. Analisam-se alguns instrumentos existentes na legislação e pouco conhecidos, no que diz respeito ao reconhecimento de terras públicas no tocante à questão da água, para, logo em seguida, destacar os instrumentos jurídicos de direito internacional de direitos humanos que podem servir de proteção aos pescadores artesanais, em especial aqueles relativos à relatoria do direito à alimentação adequada, com especial atenção para as medidas necessárias para respeitar, proteger e garantir seus direitos. Também é enfocada jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Isso coloca, sem dúvida, a necessidade de
repensar o próprio entendimento de direitos a terra, posse ou propriedade, tais como entendidos na dogmática jurídica tradicional, ao considerá-los como um verdadeiro cluster
of rights. Especial atenção é dada também ao princípio da não discriminação e da igualdade para o tratamento da questão, seja relativamente à prova produzida judicialmente, seja à necessidade de perícia antropológica, seja ao racismo ambiental, seja à incorporação da questão de gênero (muito forte no caso dos pescadores artesanais) ou de repensar o estatuto da oralidade e da história oral, seja, ainda, relativamente à pretensa neutralidade da legislação. 

Cómo citar

APA

Baldi, C. A. (2014). Pescadores artesanais, justiça social e justiça cognitiva: acesso à terra e à água. Revista Colombiana de Sociología, 37(2), 91–119. https://revistas.unal.edu.co/index.php/recs/article/view/51700

ACM

[1]
Baldi, C.A. 2014. Pescadores artesanais, justiça social e justiça cognitiva: acesso à terra e à água. Revista Colombiana de Sociología. 37, 2 (jul. 2014), 91–119.

ACS

(1)
Baldi, C. A. Pescadores artesanais, justiça social e justiça cognitiva: acesso à terra e à água. Rev. colomb. soc. 2014, 37, 91-119.

ABNT

BALDI, C. A. Pescadores artesanais, justiça social e justiça cognitiva: acesso à terra e à água. Revista Colombiana de Sociología, [S. l.], v. 37, n. 2, p. 91–119, 2014. Disponível em: https://revistas.unal.edu.co/index.php/recs/article/view/51700. Acesso em: 18 abr. 2024.

Chicago

Baldi, César Augusto. 2014. «Pescadores artesanais, justiça social e justiça cognitiva: acesso à terra e à água». Revista Colombiana De Sociología 37 (2):91-119. https://revistas.unal.edu.co/index.php/recs/article/view/51700.

Harvard

Baldi, C. A. (2014) «Pescadores artesanais, justiça social e justiça cognitiva: acesso à terra e à água», Revista Colombiana de Sociología, 37(2), pp. 91–119. Disponible en: https://revistas.unal.edu.co/index.php/recs/article/view/51700 (Accedido: 18 abril 2024).

IEEE

[1]
C. A. Baldi, «Pescadores artesanais, justiça social e justiça cognitiva: acesso à terra e à água», Rev. colomb. soc., vol. 37, n.º 2, pp. 91–119, jul. 2014.

MLA

Baldi, C. A. «Pescadores artesanais, justiça social e justiça cognitiva: acesso à terra e à água». Revista Colombiana de Sociología, vol. 37, n.º 2, julio de 2014, pp. 91-119, https://revistas.unal.edu.co/index.php/recs/article/view/51700.

Turabian

Baldi, César Augusto. «Pescadores artesanais, justiça social e justiça cognitiva: acesso à terra e à água». Revista Colombiana de Sociología 37, no. 2 (julio 1, 2014): 91–119. Accedido abril 18, 2024. https://revistas.unal.edu.co/index.php/recs/article/view/51700.

Vancouver

1.
Baldi CA. Pescadores artesanais, justiça social e justiça cognitiva: acesso à terra e à água. Rev. colomb. soc. [Internet]. 1 de julio de 2014 [citado 18 de abril de 2024];37(2):91-119. Disponible en: https://revistas.unal.edu.co/index.php/recs/article/view/51700

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