Publicado

2016-01-01

Efeitos del Ejercicio Aguda en Eergómetro del Cuerpo Superior en Individuos con Obesidad Mórbida

DOI:

https://doi.org/10.15446/rsap.v18n1.38664

Palabras clave:

Obesidade mórbida, exercício, pressão arterial, oximetria, frequência cardíaca (es)

Autores/as

  • Felipe Monnerat Marino Rosa
  • José Fernandes Filho
  • Renato Vidal Linhares
  • José Carlos Quaresma
  • João Régis Carneiro
  • Gustavo Gavina Cruz
  • Denise Rodrigues Xerez
  • Francisco Navarro

Objetivo O objetivo deste estudo foi estudar o efeito agudo do exercício físico em cicloergômetro adaptado para membros superiores sobre marcadores fisiológicos em obesos mórbidos.

Métodos Participaram da pesquisa dez pacientes que realizaram 30 minutos de atividade contínua em um cicloergômetro adaptado para membros superiores. Foram avaliados a pressão arterial sistêmica, a frequência cardíaca, o duplo produto e a saturação de oxigênio. Para análise estatística utilizou-se de análise descritiva.

Resultados Os pacientes apresentaram o valor de 52,1 ± 8,3 no Índice de Massa Corporal. A maioria dos avaliados apresentaram uma discreta redução na pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) após a atividade física, com valores médios pré e pós na PAS de 135,5±11,4 e 133,5±15,3 mmHg, e 83±7,5 e 77±7,1 na PAD. A frequência cardíaca média foi de 68±10,4 bpm antes, 100,6±16,5 bpm durante e 80,7±14,5 bpm após 1 minuto. O Duplo Produto (DP) apresentou aumento médio de 29,6±17,1 % entre os homens e de 10,4±8,9 % entre as mulheres quando comparado com a fase inicial. A saturação de oxigênio não apresentou diferença média antes, durante e após a atividade.

Conclusão Conclui-se que o exercício físico em cicloergômetro para membros superiores, realizado de forma aguda em obesos mórbidos não apresenta risco elevado, sendo uma boa intervenção para promoção da saúde.

DOI: https://doi.org/10.15446/rsap.v18n1.38664

Efeitos do exercício físico agudo em ciclo ergômetro de membros superiores em indivíduos com obesidade mórbida

Effects of acute exercise with upper body cycle ergometer in individuals with morbid obesity

Efectos de ejercicio físico agudo con ciclo ergómetro de miembros superiores en individuos con obesidad mórbida

Felipe Monnerat Marino Rosa1, José Fernandes Filho2, Renato Vidal Linhares3, José Carlos do Vale Quaresma1, João Regis Ivar Carneiro1, Gustavo Gavina da Cruz1, Denise Rodrigues Xerez1 e Francisco Navarro4

1 Hospital Universitário Clementino Fraga Filho/UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil. felipemonnerat@gmail.com; quaresma@hucff.ufrj.com.br; endoregis@globo.com; gustavogavina@gmail.com; drxerez@gmail.com
2 Escola de Educação Física e Desportos/UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil. centrodeexcelencia@gmai.com
3 Colégio Pedro II. Rio de Janeiro, Brasil. renatolinharesjf@hotmail.com
4 Departamento de Educação Física/UFMA, Maranhão, Brasil. francisconavarro@uol.com.br

Recebido 2 Outubro 2013/Enviado para Modificação 19 Janeiro 2014/Aprovado 2 Setembro 2015


RESUMO

Objetivo O objetivo deste estudo foi estudar o efeito agudo do exercício físico em cicloergômetro adaptado para membros superiores sobre marcadores fisiológicos em obesos mórbidos.

Métodos Participaram da pesquisa dez pacientes que realizaram 30 minutos de atividade contínua em um cicloergômetro adaptado para membros superiores. Foram avaliados a pressão arterial sistêmica, a frequência cardíaca, o duplo produto e a saturação de oxigênio. Para análise estatística utilizou-se de análise descritiva.

Resultados Os pacientes apresentaram o valor de 52,1 ± 8,3 no Índice de Massa Corporal. A maioria dos avaliados apresentaram uma discreta redução na pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) após a atividade física, com valores médios pré e pós na PAS de 135,5±11,4 e 133,5±15,3 mmHg, e 83±7,5 e 77±7,1 na PAD. A frequência cardíaca média foi de 68±10,4 bpm antes, 100,6±16,5 bpm durante e 80,7±14,5 bpm após 1 minuto. O Duplo Produto (DP) apresentou aumento médio de 29,6±17,1 % entre os homens e de 10,4±8,9 % entre as mulheres quando comparado com a fase inicial. A saturação de oxigênio não apresentou diferença média antes, durante e após a atividade.

Conclusão Conclui-se que o exercício físico em cicloergômetro para membros superiores, realizado de forma aguda em obesos mórbidos não apresenta risco elevado, sendo uma boa intervenção para promoção da saúde.

Palavras-chave: Obesidade mórbida, exercício, pressão arterial, oximetria, frequência cardíaca (fonte: DeCS, BIREME).


ABSTRACT

Objective The purpose of this study is to research effects of acute exercise with cycle ergometers adapted for the upper limbs on physiological markers in the morbidly obese.

Methods Ten morbidly obese patients participated in the study. They were submitted to thirty minutes of continuous activity on a cycle ergometer adapted to the upper limbs. The following physiological markers were evaluated: systemic arterial pressure, heart rate, the double product, and oxygen saturation. For the statistical analysis, descriptive analysis was used.

Results Patients showed a Body Mass Index (BMI) value of 52.1 ± 8.3. Most of the subjects showed a slight reduction in systolic blood pressure (SBP) and diastolic blood pressure (DBP) after physical activity, with SBP before and after physical activity of 135.5±11.4 and 133.5±15.3 mmHg, respectively, and, for DBP, 83±7.5 and 77±7.1 respectively. The average heart rate was 68±10.4 bpm before, 100.6±16.5 bpm during and 80.7±14.5 bpm 1 minute after. The double product (DP) had a mean increase of 29.6±17.1 % in men and 10.4±8.9 % in women when compared with the initial phase. The oxygen saturation showed no mean difference before, during or after activity.

Conclusion It can be concluded that acute physical exercise with an upper limbs cycle ergometer in morbidly obese patients does not represent an elevated risk to these patients, being in fact a good intervention to promote health.

Key Words: Morbid obesity, exercise, blood pressure, oximetry, heart rate (source: MeSH, NLM).


RESUMEN

Objetivo El objetivo de este estudio fue investigar el efecto del ejercicio físico agudo en un ciclo ergómetro adaptado para miembros superiores sobre marcadores fisiológicos en obesos mórbidos.

Métodos Participaron en la investigación diez pacientes que realizaron 30 minutos de actividad continua en un ciclo ergómetro adaptado para miembros superiores. Fueron evaluadas la presión arterial sistémica, la frecuencia cardíaca, el doble producto y la saturación de oxígeno. Para el análisis estadístico se utilizó el análisis descriptivo.

Resultados Los pacientes presentaron un valor de Índice de Masa Corporal de 52,1±8,3. La mayoría de los evaluados presentaron una discreta reducción en la presión arterial sistólica (PAS) y diastólica (PAD) después de la actividad física, con valores medios pre y pos en la PAS de 135,5±11,4 y 133,5±15,3 mmHg respectivamente y, para la PAD, 83±7,5 y 77±7,1, respectivamente. El valor medio de la frecuencia cardíaca fue de 68±10,4 lpm antes, 100,6±16,5 lpm durante y 80,7±14,5 lpm 1 minuto después de la actividad física. El producto doble (DP) presentó un aumento medio de 29,6±17,1 % en los hombres y de 10,4±8,9 % en las mujeres comparado con la fase inicial. La saturación de oxigeno no presentó ninguna diferencia media antes, durante ni después de la actividad.

Conclusión Se concluye que el ejercicio físico agudo en el ciclo ergómetro para miembros superiores realizado por obesos mórbidos no representa ningún riesgo elevado, siendo una buena intervención para la promoción de la salud.

Palabras Clave: Obesidad mórbida, ejercicio, presión arterial, oximetría, frecuencia cardíaca (fuente: DeCS, BIREME).


Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica (SBCB), há no Brasil atualmente aproximadamente 3 799 000 portadores de obesidade mórbida, valor este equivalente a 3 % da população. Além disto, é uma doença multifatorial que exige intervenção de uma equipe multidisciplinar (1), sendo mais comum em mulheres do que em homens (4 % e 2 %, respectivamente).

Define-se obesidade como o acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo (2) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece alguns pontos de corte para classificação da obesidade através do Índice de Massa Corporal (IMC). Valor entre 30 e 34,9 kg/m² é considerada obesidade I, 35 a 39,9 kg/m² obesidade II e acima de 40 obesidade mórbida ou grau III. Ainda encontra-se uma subclassificação da obesidade mórbida adotada pela SBCB onde para IMC entre 50 e 59,9 kg/m² classifica-se com superobesidade e para IMC >60kg/m² pode se chamar de Super-super obesidade (3).

O paciente portador de obesidade mórbida geralmente apresenta outras doenças associadas, entre elas, a hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemias, doenças articulares degenerativas entre outras (4-6). Nos casos onde a obesidade está associada a outras comorbidades acarreta um tratamento mais complexo por vias convencionais, surgindo muitas vezes à necessidade de intervenção cirúrgica (7). Galvão y Kohlmann Jr (8) estimam que 1/3 dos casos de hipertensão guarde uma correlação com a obesidade.

O excesso de peso acaba por comprometer as articulações principalmente de membros inferiores provocando grandes limitações sobre a marcha, impossibilitando muitas vezes grande parte dos doentes de caminhar por um período prolongado. Para minimizar o impacto sobre as articulações o cicloergômetro de membros superiores torna-se um grandioso recurso para a prática de exercício (9,10).

Diversos estudos demonstram que o exercício físico ajuda no controle das comorbidades e perda de peso, principalmente associado a uma dieta hipocalórica. De forma aguda, o exercício proporciona redução da glicemia, efeito hipotensor e aumento do gasto energético entre outros benefícios (5,6,10-13).

O I Consenso Nacional de Reabilitação Cardiovascular (12) classifica como efeito agudo do exercício aqueles que acontecem em associação direta com a sessão de exercício, efeitos agudos imediatos, os que ocorrem durante ou pós-imediato à sessão e os efeitos agudos tardios como os observados ao longo das primeiras 24 h que se seguem a uma sessão de exercício.

Objetivo do estudo foi avaliar o efeito agudo do exercício físico em cicloergômetro para membros superiores sobre marcadores fisiológicos em obesos mórbidos.

MATERIAIS E MÉTODOS

Amostra

Participaram do estudo dez indivíduos portadores de obesidade mórbida, sendo três homens e sete mulheres com idade média de 50 anos (±12,7) do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho do Rio de Janeiro - RJ, Brasil. Todos os participantes foram informados sobre as etapas do teste e receberam avaliação e liberação médica para o teste, assim como, assinaram Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE).

Instrumentos

Para o cálculo da massa corporal e da estatura foram utilizados uma balança de bioimpedância de marca INBODY® modelo 230 e um estadiômetro da marca PHYSICAL®. A pressão arterial (PA) foi aferida com auxílio de um estetoscópio cardiológico da marca GLICOMED® e um esfigmomanômetro da marca GLICOMED®. Para a verificação da frequência cardíaca (FC) e da saturação de oxigênio (SPO2) utilizou-se de um oxímetro da marca CONTEC®.

Procedimentos

O IMC foi calculo dividindo-se a massa corporal pela estatura ao quadrado. A PA foi aferida no estado de repouso e após 1 minuto do término através do método auscultatório com aferição realizada no antebraço direito. A FC e a SPO2 foram checadas sempre no dedo indicador direito, no estado de repouso, com 15 minutos de atividade e após 1 minuto do término do exercício físico. A aferição realizada durante o esforço foi feita de forma que os pacientes continuassem pedalando com a mão esquerda e a FC foi expressa em batimentos por minuto (BPM) e a SPO2 em percentual (%). O duplo produto (DP) foi calculado pela multiplicação da FC pela PA sistólica em dois momentos (repouso e após a atividade).

Os indivíduos realizaram o exercício de cicloergômetro adaptado para membros superiores em uma bicicleta ergométrica da marca TECNOGYM® modelo XT apoiada sobre uma plataforma durante 30' (minutos) sem carga. Adotou-se uma zona alvo de segurança entre 70 e 90 % da frequência cardíaca máxima (FCmáx) do teste de 6' minutos de caminhada. No final da atividade foi coletada a distância total percorrida em quilômetros/hora (km/h).

Análise Estatística

Os dados foram analisados de forma descritiva através da média e desviopadrão, os quais foram calculados e computados pelo programa EXCELL®, assim como os gráficos.

RESULTADOS

Todos os participantes conseguiram concluir a atividade sem qualquer intercorrência ou exaustão após o teste. Os valores médios de IMC (Figura 1) coletados foi de 52,1kg/m² (±8,3).

A pressão arterial sistólica (PAS) teve uma discreta queda pós-atividade em seis indivíduos (5-9), apresentando uma média pré e pós-atividade de 135,5 mmHg (±11,4) e 133,5 mmHg (±15,3) respectivamente (Figura 2). O mesmo foi observado na pressão arterial diastólica (PAD), com uma pequena redução após atividade, com os valores médios de 83 mmHg (±7,5) pré e 77mmHg (±7,1) pós (Figura 3). Somente dois participantes não apresentaram alteração na PAD (8 e 9).

A FC é diretamente proporcional ao gasto calórico envolvido na atividade e consequentemente para o controle e tratamento da obesidade. Na figura 4 abaixo é possível verificar a FC média antes, durante e após a atividade do estudo, as quais foram respectivamente de 68 bpm (±10,4), 100,6 bpm (±16,5) e 80,7 bpm (±14,5). Após o termino da atividade a FC teve redução média de 30,5% (±18,3) em 1 minuto. Os participantes 2 e 5 obtiveram discreto aumento da frequência cardíaca pelo uso de medicação betabloqueadora.

O Duplo Produto (DP) apresentou aumento de 16,2±14,3 % em média quando comparado com a fase inicial devido ao aumento da FC pós-esforço. Houve diferença também entre os sexos, principalmente pós-esforço, onde os homens apresentaram um aumento médio de 29,6±17,1% enquanto as mulheres apresentaram aumento de 10,4±8,9% (Figura 5).

A saturação de oxigênio (SpO2) não apresentou diferença na média antes, durante e após atividade, como podemos visualizar na Figura 6. Nesta pesquisa, somente 2 indivíduos (5 e 7) dessaturaram após o teste (94 % e 93 %), porém voltaram a padrões normais alguns minutos após o repouso. Dois sujeitos (2 e 6) apresentaram melhora na oximetria pós teste (98 % e 99 %) quando comparado a valores iniciais (97 % e 96 %) e outros 3 pacientes (3, 8 e 10) apresentaram melhora na saturação durante o teste (99 %) quando comparado a fase inicial (98%, 97% e 98%) e a fase final (97 %, 98 % e 97 %).

Com relação a distância média percorrida pelos participantes deste estudo, o resultado médio foi de 8,5 km (± 1,9), gerando uma velocidade média de 17 km/h (±3,7), como ilustrado na Figura 7. Com relação ao sexo, os homens demostraram um melhor desempenho médio do que as mulheres 10,2 km (± 2,1) e 7,8 km (± 1,3) respectivamente.

DISCUSSÃO

Neste estudo houve uma pequena queda na PAS após o exercício físico, apesar de Pontes Jr. et. al. (13) relatar que em indivíduos normotensos a queda da pressão arterial sistólica e diastólica pós-exercício físico ser de aproximadamente de 8 a 10 mmHg e 3 a 5 mmHg, respectivamente. O resultado respalda-se na literatura, através de estudos de vários pesquisadores (6,8,11,13,14) os quais afirmam que imediatamente após uma única sessão de exercício físico, em indivíduos normotensos e hipertensos, à redução da PA, sendo que no estudo de Bermudes et. al. (14), uma única sessão de exercício aeróbico foi capaz de promover redução significativa dos níveis pressóricos.

De acordo com Pontes Jr. et. al. (13), após o exercício físico ocorre o reajuste para pressões mais baixas, de tal forma que a ativação simpática vindo do sistema nervoso central diminui, ficando menor que nos níveis préexercício, induzindo a diminuição da Resistência Vascular Periférica (RVP) e da PA. De acordo com Brum, et. al. (11) os valores pressóricos durante os exercícios dinâmicos tendem a uma elevação por parte da pressão arterial sistólica (PAS) e a manutenção ou até redução da pressão arterial diastólica (PAD). Bermudes et. al. (14) sugere que o exercício agudo sendo aeróbico ou resistivo pode provocar redução pressórica pós-atividade.

Este fenômeno é bastante comum e é denominado hipotensão pós-exercício. Ele se caracteriza pela redução pressórica durante o período de recuperação, onde os valores pressóricos ficam abaixo do medido antes de iniciar atividade (11,13). Galvão e Kohlmann Jr. (8), relatam que o exercício físico, principalmente o aeróbico, exerce efeito hipotensor independente da massa corporal.

Em relação à PAD, Ciolac e Guimarães (6) relatam que o efeito do exercício aeróbico sobre a PA está mais relacionado ao efeito agudo da última sessão de exercício do que às adaptações cardiovasculares do treinamento. Os autores citam um estudo realizado pelo seu grupo de pesquisa que demonstrou que indivíduos hipertensos tiveram reduções na monitoração ambulatorial da PA durante 24 horas (MAPA 24h) quando realizada logo após a última sessão de exercício físico, as quais não foram observadas quando realizadas 72 horas após a última sessão. Em outro estudo conduzido por Brum et. al. (11) em indivíduos normotensos, observou-se que a execução de uma única sessão de 45 minutos de exercício em cicloergômetro com 50 % do VO2 pico, foi possível reduzir a PAS e PAD em -7/-4 mmHg respectivamente. Além disso, nessa população, essa redução perdura por um período prolongado pós-exercício, visto que a média da pressão arterial nas 24 horas pós-exercício estava diminuída. Entretanto, Politto e Farinatti (15) não verificam diferença na atividade praticada sobre a PA e sim na intensidade imprimida, o mesmo acontecendo em idosos do estudo de Brum et. al. (11), onde não houve redução da PA após sua execução.

Já a frequência cardíaca (FC), que significa a quantidade de trabalho que o coração deve realizar para suprir o déficit metabólico durante o esforço, apresentou aumento em todos os participantes durante o exercício. Em repouso, a FC deve se situar entre 60 a 80 batimentos por minuto, já emindivíduos sedentários, esta pode exceder os 100 bpm (14). É interessante observar que, em grande parte dos estudos a FC permaneceu elevada após o exercício, sugerindo um aumento da atividade simpática cardíaca, demonstrando que a regulação simpática para o coração e a circulação periférica podem sofrer adaptações diferentes após o exercício (11).

De acordo com Politto e Farinatti (14) o DP cardíaco é um ótimo método não invasivo para avaliar a sobrecarga cardíaca, tanto no repouso quanto durante o exercício aeróbico contínuo, obtendo alta correlação com o fluxo sanguíneo e a captação de oxigênio pelo miocárdio (15), sendo considerado o valor em torno de 6000 como normais em repouso, até 40 000 ou mais durante a atividade física (16).

O DP parece ser menor em exercício contra resistente em relação aos exercícios aeróbicos devido ao curto tempo de exposição ao esforço. Para o calculo do DP utiliza-se os valores da PAS x FC durante o momento que se queira investigar, sendo essas duas variáveis diretamente proporcionais (14).

A SpO2 demonstrou pouca diferença entre os momentos analisados, sendo um bom sinal, já que a maior parte dos pacientes encontrava-se dentro da faixa de normalidade, concluindo assim que o exercício proposto não prejudicou a troca gasosa nem consequentemente sofrimento tecidual nos pacientes. A função primordial do sistema respiratório é manter o equilíbrio nas tensões gasosas arteriais sanguíneas. A SpO2 está habitualmente acima de 95 % no repouso, modificando-se menos que 3 % com o exercício incremental, sendo que quedas superiores a 3-4 % podem ser consideradas insatisfatórias desde que se assegure que não se trata de problema técnico na obtenção do sinal (17). As dessaturações são consideradas quando houver queda maior que 4 % em relação ao valor basal, sendo que na saturação de pulso de oxigênio menor do que 90% é indicado a suplementação de oxigênio (18).

Segundo Rondelli, et. al. (19), e caminhada é mais sensível para detectar queda na SpO2 do que os testes realizados em cicloergômetro devido ao maior consumo de oxigênio muscular induzindo redução da pressão venosa de oxigênio. Morante, et al. (20) demonstraram relação significante entre a SpO2 obtida por meio de oximetria de pulso ambulatorial e aquela obtida através do exercício caminhada.

Com base nos valores coletados, pode-se concluir que o exercício de cicloergômetro adaptado para membros superiores provocou efeito benéfico de forma aguda nos pacientes portadores de obesidade mórbida na pressão arterial e consequentemente no duplo produto, justificando efeito hipotensor pós-exercício. A FC teve aumento desejável durante o esforço e redução esperada após a atividade, o que justifica ser uma boa atividade para gasto calórico. Nenhum paciente dessaturou e nem apresentou dispneia durante e após o esforço, provando ser um mecanismo eficaz para o trabalho cardiopulmonar. Também não houve queixa de dor ou desconforto articular.

É importante que outros trabalhos investiguem o efeito crônico desta atividade, incluindo acompanhamento glicêmico e outros marcadores bioquímicos*


REFERÊNCIAS

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Cómo citar

APA

Monnerat Marino Rosa, F., Fernandes Filho, J., Linhares, R. V., Quaresma, J. C., Carneiro, J. R., Cruz, G. G., Xerez, D. R. y Navarro, F. (2016). Efeitos del Ejercicio Aguda en Eergómetro del Cuerpo Superior en Individuos con Obesidad Mórbida. Revista de Salud Pública, 18(1), 37–49. https://doi.org/10.15446/rsap.v18n1.38664

ACM

[1]
Monnerat Marino Rosa, F., Fernandes Filho, J., Linhares, R.V., Quaresma, J.C., Carneiro, J.R., Cruz, G.G., Xerez, D.R. y Navarro, F. 2016. Efeitos del Ejercicio Aguda en Eergómetro del Cuerpo Superior en Individuos con Obesidad Mórbida. Revista de Salud Pública. 18, 1 (ene. 2016), 37–49. DOI:https://doi.org/10.15446/rsap.v18n1.38664.

ACS

(1)
Monnerat Marino Rosa, F.; Fernandes Filho, J.; Linhares, R. V.; Quaresma, J. C.; Carneiro, J. R.; Cruz, G. G.; Xerez, D. R.; Navarro, F. Efeitos del Ejercicio Aguda en Eergómetro del Cuerpo Superior en Individuos con Obesidad Mórbida. Rev. salud pública 2016, 18, 37-49.

ABNT

MONNERAT MARINO ROSA, F.; FERNANDES FILHO, J.; LINHARES, R. V.; QUARESMA, J. C.; CARNEIRO, J. R.; CRUZ, G. G.; XEREZ, D. R.; NAVARRO, F. Efeitos del Ejercicio Aguda en Eergómetro del Cuerpo Superior en Individuos con Obesidad Mórbida. Revista de Salud Pública, [S. l.], v. 18, n. 1, p. 37–49, 2016. DOI: 10.15446/rsap.v18n1.38664. Disponível em: https://revistas.unal.edu.co/index.php/revsaludpublica/article/view/38664. Acesso em: 29 mar. 2024.

Chicago

Monnerat Marino Rosa, Felipe, José Fernandes Filho, Renato Vidal Linhares, José Carlos Quaresma, João Régis Carneiro, Gustavo Gavina Cruz, Denise Rodrigues Xerez, y Francisco Navarro. 2016. «Efeitos del Ejercicio Aguda en Eergómetro del Cuerpo Superior en Individuos con Obesidad Mórbida». Revista De Salud Pública 18 (1):37-49. https://doi.org/10.15446/rsap.v18n1.38664.

Harvard

Monnerat Marino Rosa, F., Fernandes Filho, J., Linhares, R. V., Quaresma, J. C., Carneiro, J. R., Cruz, G. G., Xerez, D. R. y Navarro, F. (2016) «Efeitos del Ejercicio Aguda en Eergómetro del Cuerpo Superior en Individuos con Obesidad Mórbida», Revista de Salud Pública, 18(1), pp. 37–49. doi: 10.15446/rsap.v18n1.38664.

IEEE

[1]
F. Monnerat Marino Rosa, «Efeitos del Ejercicio Aguda en Eergómetro del Cuerpo Superior en Individuos con Obesidad Mórbida», Rev. salud pública, vol. 18, n.º 1, pp. 37–49, ene. 2016.

MLA

Monnerat Marino Rosa, F., J. Fernandes Filho, R. V. Linhares, J. C. Quaresma, J. R. Carneiro, G. G. Cruz, D. R. Xerez, y F. Navarro. «Efeitos del Ejercicio Aguda en Eergómetro del Cuerpo Superior en Individuos con Obesidad Mórbida». Revista de Salud Pública, vol. 18, n.º 1, enero de 2016, pp. 37-49, doi:10.15446/rsap.v18n1.38664.

Turabian

Monnerat Marino Rosa, Felipe, José Fernandes Filho, Renato Vidal Linhares, José Carlos Quaresma, João Régis Carneiro, Gustavo Gavina Cruz, Denise Rodrigues Xerez, y Francisco Navarro. «Efeitos del Ejercicio Aguda en Eergómetro del Cuerpo Superior en Individuos con Obesidad Mórbida». Revista de Salud Pública 18, no. 1 (enero 1, 2016): 37–49. Accedido marzo 29, 2024. https://revistas.unal.edu.co/index.php/revsaludpublica/article/view/38664.

Vancouver

1.
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1. Felipe Monnerat Marino Rosa, Renato Vidal Linhares, Jose Carlos Do Valle Quaresma, Roberto Simão, Valéria Bender Bráulio, João Régis Ivar Carneiro, Denise Pires Carvalho, Jose Fernandes Filho. (2017). Perfil da composição corporal de mulheres com obesidade grau III pelo método de bioimpedância multipolar. Revista de Salud Pública, 19(5), p.631. https://doi.org/10.15446/rsap.v19n5.58246.

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