Deuda habitacional como mecanismo socioespacial. Aprendizajes desde Solanda y Carapungo

Housing debt as socio-spatial mechanism. Insights from Solanda and Carapungo

Desde la década de 1970, varios planes estatales en Ecuador buscaron mitigar el déficit habitacional mediante proyectos de vivienda social para poblaciones de bajos recursos. Este estudio analiza la relación entre deuda y producción del espacio urbano en dos casos emblemáticos: Solanda y Carapungo, ubicados en los extremos sur y norte de Quito. A través de una metodología cualitativa e inductiva basada en entrevistas semiestructuradas a los primeros residentes y deudores, se indaga en los mecanismos utilizados para construir las viviendas y afrontar el endeudamiento. Los hallazgos revelan que, pese a la planificación inicial, las viviendas presentaron serias limitaciones materiales y funcionales, lo que condujo a procesos generalizados de autoconstrucción. La deuda no solo aparece como medio de acceso a la vivienda, sino también como factor configurador del territorio, articulando prácticas de autogestión barrial ante la insuficiencia de respuestas institucionales. El estudio aporta a una lectura crítica del rol de la deuda en la urbanización popular

Since the 1970s, several state-led housing projects in Ecuador sought to address the housing deficit through social housing initiatives targeting low-income populations. This study analyzes the relationship between debt and urban space production in two emblematic cases: Solanda and Carapungo, located at the southern and northern edges of Quito. Using an inductive qualitative methodology based on semi-structured interviews with original residents and debtors, the research explores the mechanisms employed to build housing and manage financial obligations. Findings reveal that despite formal planning, housing units showed serious material and functional shortcomings, prompting widespread self-construction. Debt emerges not only as a means of housing access but also as a territorial structuring force, linking informal construction practices with collective neighborhood self-management in the absence of sufficient institutional support. The study contributes to a critical understanding of debt as a socio-spatial mechanism in the configuration of popular urbanization.

Depuis les années 1970, plusieurs projets de logement publics en Équateur ont cherché à combler le déficit de logements par le biais d'initiatives de logement social ciblant les populations à faibles revenus. Cette étude analyse la relation entre dette et production d'espace urbain dans deux cas emblématiques : Solanda et Carapungo, situés aux confins sud et nord de Quito. À l'aide d'une méthodologie qualitative inductive basée sur des entretiens semi-directifs avec des résidents et des débiteurs d'origine, la recherche explore les mécanismes mis en œuvre pour construire des logements et gérer les obligations financières. Les résultats révèlent que, malgré une planification formelle, les logements présentaient de graves lacunes matérielles et fonctionnelles, favorisant l'autoconstruction généralisée. La dette apparaît non seulement comme un moyen d'accès au logement, mais aussi comme une force structurante territoriale, reliant les pratiques de construction informelles à l'autogestion collective des quartiers en l'absence de soutien institutionnel suffisant. Cette étude contribue à une compréhension critique de la dette comme mécanisme socio-spatial dans la configuration de l'urbanisation populaire

Desde a década de 1970, vários projetos habitacionais liderados pelo Estado no Equador buscaram lidar com o déficit habitacional por meio de iniciativas de habitação social voltadas para populações de baixa renda. Este estudo analisa a relação entre dívida e produção do espaço urbano em dois casos emblemáticos: Solanda e Carapungo, localizados nas extremidades sul e norte de Quito. Utilizando uma metodologia qualitativa indutiva baseada em entrevistas semiestruturadas com moradores originais e devedores, a pesquisa explora os mecanismos empregados para construir moradias e administrar obrigações financeiras. Os resultados revelam que, apesar do planejamento formal, as unidades habitacionais apresentaram sérias deficiências materiais e funcionais, levando à autoconstrução generalizada. A dívida surge não apenas como um meio de acesso à moradia, mas também como uma força estruturante territorial, vinculando práticas informais de construção à autogestão coletiva do bairro na ausência de apoio institucional suficiente. O estudo contribui para uma compreensão crítica da dívida como um mecanismo socioespacial na configuração da urbanização popular.