Publicado

2017-09-01

Práticas e crenças populares associadas ao desmame precoce

Popular beliefs and practices related to early weaning

Prácticas y creencias populares asociadas al destete precoz

DOI:

https://doi.org/10.15446/av.enferm.v35n3.62542

Palabras clave:

Aleitamento materno, Crenças Religiosas, Desmame. (pt)
Breast Feeding, Beliefs, Religious, Weaning (en)
Lactancia Materna, Creencias Religiosas, Destete (es)

Autores/as

Objetivo: Compreender a interferência das práticas e crenças populares no desmame precoce em puérperas assistidas na Estratégia Saúde da Família.

Metodologia: Estudo descritivo, de abordagem qualitativa, realizado de abril a maio de 2016, com 12 puérperas cadastradas na unidade de Atendimento Multiprofissional Especializado (AME) Saúde da Família, através de entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados por análise de conteúdo temática.

Resultados: As mulheres compreendem a importância da amamentação exclusiva, porém o retorno ao trabalho e estudo e algumas crenças e tabus como, por exemplo, acreditar que o leite é fraco, dificuldade de pega, e alterações estéticas das mamas, levam ao desmame ou a inclusão de outros alimentos antes dos seis meses de vida da criança. A maioria não recebeu orientação profissional durante o pré-natal sobre amamentação e, as que receberam, reportaram a figura do enfermeiro como agente facilitador.

Conclusão: É importante a desmistificação e favorecimento da prática do aleitamento materno exclusivo pelo tempo mínimo estabelecido.

Objective: To understand the effect of popular beliefs and practices on early weaning of puerperal women attending the Estratégia Saúde da Família program.

Methodology: This is a descriptive qualitative study, conducted from April to May 2016 with 22 puerperal women enrolled in the Atendimento Multiprofissional Especializado (AME) Saúde da Família. Data were collected through semi-structured interviews and they were analyzed using content analysis.

Results: Women who participated in this study understood the importance of exclusive breastfeeding. Nevertheless, factors such as return to work/school, beliefs and taboos (for instance, some mothers believe that breast milk is insufficient), latching problems, and fear for breast changes lead to weaning or to include other foods during first six months of the childʼs life. Most puerperal women did not receive expert guidance on breastfeeding during antenatal care. Those who do received guidance regarded the figure of the nurse as a facilitating agent.

Conclusion: It is necessary to demystify exclusive breastfeeding and to promote this practice to be possible for a certain period of time.

Objetivo: Comprender la influencia de las prácticas y creencias populares en el destete precoz de puérperas que asistían al programa Estratégia Saúde da Família.

Metodología: Estudio descriptivo con enfoque cualitativo, el cual se llevó a cabo entre abril y mayo de 2016 con 12 puérperas registradas en la unidad de Atendimento Multiprofissional Especializado (AME) Saúde da Família, a partir de entrevistas semiestructuradas. Los datos se analizaron mediante el análisis de contenido temático.

Resultados: Las mujeres participantes en nuestro estudio comprendieron la importancia de la lactancia materna exclusiva. Sin embargo, factores como el retorno al trabajo o al estudio, las creencias y tabúes —como creer que la leche materna no es suficiente—, la dificultad de agarre y el temor por las alteraciones estéticas de los senos llevan al destete o a la inclusión de otros alimentos en la dieta antes de los primeros seis meses de vida del niño. La mayoría de las puérperas no recibió orientación profesional sobre la lactancia materna durante el control prenatal; aquellas que obtuvieron orientación informaron que la figura del enfermero fue un agente facilitador.

Conclusión: Es necesario desmitificar la lactancia materna exclusiva y promover que esta práctica se lleve a cabo durante un tiempo determinado.

Recibido: 9 de febrero de 2017; Aceptado: 11 de junio de 2017

Resumo

Objetivo:

Compreender a interferência das práticas e crenças populares no desmame precoce em puérperas assistidas na Estratégia Saúde da Família.

Metodologia:

Estudo descritivo, de abordagem qualitativa, realizado de abril a maio de 2016, com 12 puérperas cadastradas na unidade de Atendimento Multiprofissional Especializado (AME) Saúde da Família, através de entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados por análise de conteúdo temática.

Resultados:

As mulheres compreendem a importância da amamentação exclusiva, porém o retorno ao trabalho e estudo e algumas crenças e tabus como, por exemplo, acreditar que o leite é fraco, dificuldade de pega, e alterações estéticas das mamas, levam ao desmame ou a inclusão de outros alimentos antes dos seis meses de vida da criança. A maioria não recebeu orientação profissional durante o pré-natal sobre amamentação e, as que receberam, reportaram a figura do enfermeiro como agente facilitador.

Conclusão:

É importante a desmistificação e favorecimento da prática do aleitamento materno exclusivo pelo tempo mínimo estabelecido.

Descritores:

Aleitamento Materno, Crenças Religiosas, Desmame (fonte: DeCS, BIREME).

Resumen

Objetivo:

Comprender la influencia de las prácticas y creencias populares en el destete precoz de puérperas que asistían al programa Estratégia Saúde da Família.

Metodología:

Estudio descriptivo con enfoque cualitativo, el cual se llevó a cabo entre abril y mayo de 2016 con 12 puérperas registradas en la unidad de Atendimento Multiprofissional Especializado (AME) Saúde da Família, a partir de entrevistas semiestructuradas. Los datos se analizaron mediante el análisis de contenido temático.

Resultados:

Las mujeres participantes en nuestro estudio comprendieron la importancia de la lactancia materna exclusiva. Sin embargo, factores como el retorno al trabajo o al estudio, las creencias y tabúes -como creer que la leche materna no es suficiente-, la dificultad de agarre y el temor por las alteraciones estéticas de los senos llevan al destete o a la inclusión de otros alimentos en la dieta antes de los primeros seis meses de vida del niño. La mayoría de las puérperas no recibió orientación profesional sobre la lactancia materna durante el control prenatal; aquellas que obtuvieron orientación informaron que la figura del enfermero fue un agente facilitador.

Conclusión:

Es necesario desmitificar la lactancia materna exclusiva y promover que esta práctica se lleve a cabo durante un tiempo determinado.

Descriptores:

Lactancia Materna, Creencias Religiosas, Destete (fuente: DeCS, BIREME).

Abstract

Objective:

To understand the effect of popular beliefs and practices on early weaning of puerperal women attending the Estratégia Saúde da Família program.

Methodology:

This is a descriptive qualitative study, conducted from April to May 2016 with 22 puerperal women enrolled in the Atendimento Multiprofissional Especializado (AME) Saúde da Família. Data were collected through semi-structured interviews and they were analyzed using content analysis.

Results:

Women who participated in this study understood the importance of exclusive breastfeeding. Nevertheless, factors such as return to work/school, beliefs and taboos (for instance, some mothers believe that breast milk is insufficient), latching problems, and fear for breast changes lead to weaning or to include other foods during first six months of the child's life. Most puerperal women did not receive expert guidance on breastfeeding during antenatal care. Those who do received guidance regarded the figure of the nurse as a facilitating agent.

Conclusion:

It is necessary to demystify exclusive breastfeeding and to promote this practice to be possible for a certain period of time.

Descriptors:

Breast Feeding, Beliefs, Religious, Weaning (source: DeCS, BIREME).

Introdução

O leite materno é o alimento ideal para o crescimento e desenvolvimento adequado da criança. Por este motivo, preconiza-se que todas as crianças até o sexto mês de vida devem ser amamentadas exclusivamente com leite materno. Após esse período, o leite deve ser complementado com outros alimentos até dois anos ou mais. No entanto, em todo o mundo, em apenas 35% dos casos essa orientação é seguida 1.

O ato de amamentar traz inúmeros benefícios à saúde da criança, repercutindo diretamente em seu estado nutricional, protegendo contra alguns tipos de infecções e ajudando no seu desenvolvimento cognitivo e emocional. Na vida da mãe também há benefícios, que envolvem o fortalecimento do vínculo afetivo com o filho, proteção contra o câncer de mama e redução do risco de diabetes, recuperação do útero pós parto, o que diminui o risco de hemorragias e nova gravidez e, ainda, a redução dos custos financeiros com outros alimentos 2.

Em contrapartida, a não amamentação e/ou a introdução precoce de outros alimentos antes do período mínimo estabelecido, é associada a um número expressivo de episódios de diarreia, hospitalização por doenças respiratórias e até mesmo risco de desnutrição quando os alimentos introduzidos tiverem valor nutricional inferior ao do leite materno 2,3.

Uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) mostra que bebês de 0 a 30 dias de vida amamentados exclusivamente no peito constituem apenas 51% do total de nascidos. Para bebês entre um e três meses de idade, este percentual de amamentação exclusiva cai de maneira significativa para 21%, seguindo para 6% em crianças entre três a quatro meses de vida, e 9,7% para bebês entre cinco e seis meses de vida 4,5.

A compreensão dos motivos pelos quais muitas mulheres deixam de amamentar seus filhos e a atuação junto à nutriz na tentativa de intervir nos aspectos que levam à decisão do desmame, são importantes desafios para as equipes de saúde. Por outro lado, por se tratar de um processo histórico, social, cultural e psicologicamente delineado, a amamentação sempre foi muito ligada às crenças, valores e mitos repassados de forma intergeracional na rede familiar 2,6.

Entende-se que mulheres que recebem apoio e orientações durante o pré-natal e o puerpério sentem-se mais seguras e têm maior sucesso em relação à amamentação. Entretanto, mulheres que não tiveram suporte nesse período, que têm pouca ou nenhuma experiência anterior com amamentação, são mais suscetíveis ao desmame precoce e a colocar em prática as crenças e mitos acerca do aleitamento por interferência de terceiros 7.

Assim, mesmo sabendo dos diversos benefícios da amamentação, muitas práticas ainda favorecem o desmame precoce e, dessa forma precisam ser desmistificadas pelo profissional de saúde, para que não prejudiquem negativamente o processo de aleitamento materno exclusivo. Nesse cenário, destacamos o papel do profissional enfermeiro que participa como um agente facilitador no desenvolvimento de ações que favorecem a manutenção da saúde da comunidade 8.

Diante desse cenário, o estudo partiu do seguinte questionamento: em que proporção as práticas e crenças populares influenciam o desmame precoce em puérperas? Assim, o objetivo da pesquisa foi compreender a interferência das práticas e crenças populares no desmame precoce em puérperas assistidas na Estratégia Saúde da Família.

Metodologia

Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, que, por sua subjetividade, permitiu trabalhar com sentimentos, emoções e percepções de mães em período de amamentação 9.

A realização da pesquisa ocorreu na residência de mulheres cadastradas na Unidade de Atendimento Multiprofissional Especializado Saúde da Família (AME), localizada em um bairro da zona urbana do município de Petrolina-Pernambuco/Brasil. Nesta unidade atuam quatro equipes de saúde da família, e se configura como um projeto de reestruturação e inovação na gestão da atenção básica, que oferece a população um atendimento humanizado e resolutivo.

Essa unidade conta com infraestrutura adequada e uma equipe multiprofissional que inclui o enfermeiro, profissional atuante na assistência ao ciclo gravídico-puerperal, de forma sistemática, sobretudo com adequada atenção pré-natal e puerperal, com atendimento na unidade de saúde e no domicílio. Esse profissional se mostra importante em todas essas etapas, porém, é no pré-natal que orienta a mulher para que possa viver o parto e o puerpério de forma positiva, com menos riscos de complicações e mais sucesso no processo de amamentação. Assume a postura de educador, compartilhando saberes e favorecendo o empoderamento e a autoconfiança da mulher durante todo esse ciclo 10.

A população da pesquisa foi constituída por doze puérperas cadastradas pelas equipes da ame. Os critérios de inclusão na pesquisa foram: mulheres que estivessem no período de um a seis meses pós-parto, período favorável à análise do desenvolvimento do desmame e suas possíveis causas; ter realizado o pré-natal completo; não ter viven-ciado intercorrências durante e/ou após o parto que pudessem interferir no aleitamento materno exclusivo, como violência obstétrica, fissuras mamilares, ingurgitação mamária, mastite e abscesso mamário, entre outros; apresentar condições emocionais e físicas para participar da entrevista; não estar em amamentação exclusiva; e ter assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, autorizando a pesquisa.

Após a seleção pelos critérios estabelecidos, a amostra constituiu-se de mulheres com as seguintes características: faixa etária de 19 a 34 anos; quatro mulheres eram solteiras, cinco casadas e três vivendo em regime de união estável. A renda familiar variou de um a dois salários mínimos. Nove mães eram primíparas e três eram multíparas. Somente uma delas mencionou ter apresentado intercorrência durante o trabalho de parto, mas que não se configurou como impedimento ou mesmo incentivo à interrupção do processo de amamentação.

O número de participantes foi definido através da saturação teórica dos dados, em que o processo de coleta é encerrado quando as informações obtidas não trazem novos elementos que aprofundem ou subsidiem a teorização pretendida diante dos objetivos estabelecidos pela pesquisa 9.

A coleta dos dados se deu nos meses de abril e maio de 2016, através de entrevista semiestrutu-rada, composta inicialmente por dados sociodemográficos e econômicos das participantes, como idade, renda, estado civil, escolaridade, com quem reside, data do parto e tempo de aleitamento exclusivo. As questões norteadoras foram:

  • Fale-me da importância do aleitamento materno e do seu entendimento sobre desmame precoce.

  • Discorra sobre os motivos que levaram ou podem levar a interrupção do aleitamento materno.

  • Diga-me se houve o recebimento de algum conselho de mãe, irmã, avó ou sogra para desmamar ou introduzir alimentos complementares antes dos seis meses.

  • Fale-me o que você entende sobre práticas e crenças populares, e quais podem interferir na sua amamentação.

  • Relate-me se recebeu orientações sobre o aleitamento materno durante o pré-natal e se as achou importante.

As entrevistas foram realizadas com o auxílio de um gravador portátil, em horários previamente agendados com as participantes, após rigoroso treinamento das pesquisadoras. As entrevistas duraram em média 20 minutos. Para preservar o anonimato das entrevistadas, optamos por atribuir códigos identificadores, de acordo com a sequência em que foram entrevistadas (M1, M2, M3... M12).

A análise dos dados se deu através da análise de conteúdo temática, que envolve leitura compreensiva, exploração do material ou análise e síntese interpretativa, compondo assim as três etapas: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados com interpretações dos dados 9.

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos sob o parecer de n.° 1 265 279, e todos os aspectos dessa pesquisa estão de acordo com a Resolução n.° 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados e Discussão

Compreensão da importância do aleitamento materno

O processo de amamentar desperta diversos sentimentos e influencia a forma como a mulher vivencia a maternidade. Quando indagadas sobre a importância da amamentação, a maioria das mães relatou que essa prática evita doenças e ajuda no crescimento da criança, além de fortalecer o vínculo entre ela e o filho:

Previne contra várias doenças, alergias e ainda deixa a mãe bem mais próxima do filho, tipo um vínculo [M1].

Possui vitamina, nutrientes, além de ser saudável e faz com que o rn tenha mais células de defesas, fora que não custa nada no bolso [M2].

Fortalece o vínculo com a criança, como também, a saúde do bebê e até pra mãe voltar ao corpo anterior mais rápido [M12].

O leite materno é, indiscutivelmente, o alimento ideal para os recém-nascidos e lactentes, devido a vários benefícios comprovados, como reduzir o risco de doenças e obesidade, a mortalidade infantil e infecções, além de proporcionar melhor nutrição e promover o vínculo afetivo entre a mãe e o filho 1,8.

Ressalta-se que a amamentação constitui uma estratégia de promoção à saúde da criança e reduz de maneira significativa a sua morbimortalidade, uma vez que também diminui a ocorrência de hospitalização na criança 11. Assim, diante das explanações, observa-se que a maioria das mães compreende a importância da amamentação e as vantagens que essa prática pode trazer para o crescimento e desenvolvimento da criança.

Vivência do desmame precoce

Diante da importância da amamentação, já evidenciada nesse estudo, reitera-se que a interrupção precoce dessa prática, ou mesmo a introdução de outros alimentos antes do sexto mês de vida, tem o potencial de trazer consequências negativas para a saúde das crianças 12. Diversos fatores que envolvem ou não a vontade materna podem favorecer a prática do desmame precoce, como pode ser evidenciado nas falas a seguir:

Dificuldade de amamentar, o bebê não quer pegar [...]. Tive que voltar a trabalhar, aí tinha que fazer isso (insatisfação). [...] Falta de leite, mamilo fica ferido [M2].

Tive que desmamar minha filha pelo fato de que tenho que continuar na faculdade (expressão de tristeza) [M3].

Parei de dar de mamar com um mês porque tinha que trabalhar e ele não conseguiu pegar o peito e estava perdendo peso [M9].

O desmame precoce se configura como a introdução de um novo alimento antes dos seis meses de vida da criança ou mesmo a supressão completa do aleitamento materno, sendo considerado um processo, e não apenas um momento 8. O aleitamento natural sempre foi caracterizado como uma função biológica vivenciada por quase todas as mulheres. Após a década de 1940, houve um declínio na prática da amamentação e, atualmente, as mulheres o fazem por reconhecerem a importância para o filho, ou por opção de vida.

As causas do desmame precoce estão ligadas às mudanças sociais, estilo de vida, urbanização, industrialização, e outros 2,13. Diante dos fatores citados pelas mães nesse estudo, apesar de não se configurar como foco central dessa pesquisa, observou-se que o motivo mais evidente para a prática do desmame foi a atividade profissional fora do ambiente doméstico. Este dado corrobora os achados de um estudo similar desenvolvido com mães de lactentes, em que o trabalho materno fora de casa e a influência cultural e familiar foram determinantes para o início do desmame precoce. Esse padrão relaciona-se ao fato de que, no Brasil, a partir dos anos 70, houve um significativo crescimento da participação feminina no mercado de trabalho, se configurando uma das principais transformações sociais envolvendo as mulheres 14,15.

Já existem políticas de incentivo no ambiente de trabalho relacionadas à manutenção da amamentação exclusiva pelo menos pelos seis primeiros meses de vida da criança. Considerando que essa alavancada participação da mulher no mercado de trabalho é um fenômeno em ascensão e não mostra nenhum sinal de retrocesso, isto pode ser um fator decisivo no comportamento da mulher com relação ao processo de amamentação 8,16.

Práticas e crenças populares como causas e influências no desmame precoce

Considerando os diversos fatores que podem levar à interrupção da amamentação exclusiva antes dos seis meses de vida da criança, as práticas e crenças populares também têm o potencial de influenciar no desmame precoce. Para a compreensão da transmissão cultural das crenças e mitos alimentares, é necessário fundamentarem-se os conceitos de crença, fé, mitos e tradição 15:

Meus peitos iam cair muito [M2].

Só o leite materno não sustenta; Se o leite pingar no chão, meu peito ia secar; Se a criança arrotar no peito, o leite pedra [M3].

Porque ela sentia muita cólica aí [...] eu dei chá de coentro; chá de cebola [M4].

Dei maisena, leite, chá de erva cidreira, camomila, essas coisas pra sustentar o menino [M10]

A maternidade vem acompanhada de alguma insegurança em relação à capacidade de alimentar e cuidar do próprio filho. Assim, alguns mitos levam à efetivação do desmame precoce do tipo: «meu leite é pouco, fraco, insuficiente»; «meu leite secou»; «peito pequeno não produz leite suficiente»; «se amamentar a mama cai»; «o leite materno não mata a sede do bebê»; «bebê não quis pegar o peito»; motivos para a introdução precoce de mamadeiras, chupetas, chás, água e sucos 17-19.

Uma pesquisa desenvolvida com mulheres que se encontravam no período de até seis meses pós-par-to, evidenciou que as crenças e os mitos podem ser determinantes na prática do aleitamento materno, corroborando o que foi visto nesse estudo. Observou-se que o conhecimento das gestantes com relação à maternidade e à importância do aleitamento materno exclusivo ainda está pouco desenvolvido, provavelmente decorrente de um déficit de orientações no pré-natal, aumentando a taxa de desmame precoce 20.

Observa-se que chás, leites industrializados e até mesmo sucos, fazem parte dos alimentos que são introduzidos na dieta da criança antes do período mínimo estabelecido, mesmo sem a necessidade ou indicação profissional:

Minha vizinha. [...] Disse que era bom dar chá e outros alimentos pra ele ficar forte [M6].

Da minha mãe e avó, pra dar principalmente água e chá [M7].

Minha mãe, meus vizinhos. Dei chá, água, leite normal, arrozina, até comprei suco de morango [M8]

Todo mundo se mete: «dá outro leite, chá». Mas o que mais dei foi leite de cabra [M9].

Essa prática geralmente advém de conselhos e indicações de amigos, vizinhos ou mesmo outras pessoas do convívio da mãe, que transmitem ensinamentos, crenças e práticas que atuam diretamente como elemento desestimu-lador da prática da amamentação exclusiva 21,22. Conhecimentos e experiências adquiridos por membros da família, como mães e avós, em suas experiências maternas, geralmente acompanhados por crenças e valores culturais passados de geração para geração e aceitos dentro de seu contexto histórico, podem vir a desfavorecer a amamentação exclusiva 21.

Ao analisar os mitos e crenças presentes no cotidiano das famílias, observa-se que eles representam um dos grandes desafios para a assistência profissional no processo de amamentação. Deve-se considerar que além das diversas orientações pertinentes, existem as barreiras e mitos que precisam ser quebrados e desmistificados para se garantir o sucesso na manutenção da amamentação exclusiva pelos primeiros seis meses de vida da criança 23.

A figura do profissional de saúde no incentivo ao aleitamento materno: as orientações no pré-natal

O profissional da atenção básica é considerado um agente facilitador de práticas de saúde na vida das gestantes e puérperas e suas orientações envolvem o planejamento de ações que podem influenciar nas percepções, crenças e cultura da população assistida. Particularmente, no tocante ao aleitamento materno, em que diversos conhecimentos adquiridos do senso comum podem impactar de forma negativa na vida da criança 24.

Nesse sentido, com relação às orientações recebidas dos profissionais sobre o aleitamento materno, a maioria disse não ter recebido nenhum tipo de orientação durante o pré-natal:

Nunca recebi nenhuma orientação no meu pré-natal. O que aprendi foi pesquisando na Internet e falando com o povo mesmo [M1].

Recebi não! Só aprendi quando o bebê nasceu mesmo que tinha que dar o peito [M2].

Não recebi de jeito nenhum. Infelizmente! [M10].

As falas mostram que as orientações profissionais com relação à amamentação durante o pré-natal foram de alguma forma deficientes. Isto é preocupante do ponto de vista assistencial, uma vez que um acompanhamento deficiente durante essa fase fragiliza a interação entre a mulher e o profissional e prejudica a prestação de informações importantes para o processo de amamentação.

O aconselhamento e apoio profissional implicam em ajuda mútua na tomada de decisões e estimula um vínculo de confiança. Dessa forma, ao iniciar o acompanhamento no começo da gestação, é importante enfatizar, desde as primeiras consultas pré-natais, a importância do aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros meses da criança, já que a mulher está geralmente focada em várias outras demandas decorrentes desse processo gestacional 25,26.

Ainda com relação a esse contexto, observou-se que somente três mães relataram o recebimento de informações sobre apoio a amamentação e a figura citada nesse cenário foi a do profissional enfermeiro:

Recebi sim das enfermeiras [M3].

Recebi, lá na ame mesmo, das enfermeiras e de alguns estudantes que estavam lá com ela [M5].

Recebi sim, demais até. [...] Das enfermeiras [M11].

A figura do profissional enfermeiro nesse contexto pode ter sido citada justamente por apoiar, dar sugestões e orientar as mães da melhor forma possível, entendendo o contexto no qual essa mãe se insere, promovendo e aperfeiçoando a prática do aleitamento materno.

O fortalecimento da assistência prestada pelos profissionais de saúde, incluindo o enfermeiro, profissional geralmente mais próximo da mulher durante o ciclo gravídico-puerperal, se baseia no desenvolvimento de práticas de educação permanente. Estas práticas preparam a gestante para o aleitamento, de forma que no pós-parto o processo de adaptação seja facilitado e tranquilo, evitando maiores dúvidas, dificuldades e possíveis complicações 27.

O enfermeiro, baseado em seu conhecimento e prática diária, atua realizando a captação precoce das mulheres ao pré-natal de baixo risco, realizando prescrições de medicamentos e solicitações de exames de acordo com os protocolos pré-es-tabelecidos pelo Ministério da Saúde; estabelece vínculo humanizado através do acolhimento, tanto da gestante, quanto de sua família; presta orientações e desenvolve atividades educativas; e quando se tratar de pré-natal de alto risco, realiza os devidos encaminhamentos aos serviços de referência 28. Dessa forma, considerando a atuação do profissional de saúde e compreendendo os diversos fatores socioculturais que podem interferir nas práticas da amamentação e na produção do conhecimento, é importante repensar a discussão dessas questões no âmbito da saúde pública, de forma a contribuir com a estruturação de bases que deem sustentação para a reformulação de estratégias dentro desse contexto 29.

Considerações finais

Percebeu-se nesse estudo que as mulheres têm o conhecimento da importância do aleitamento materno e dos benefícios que proporciona à criança. Porém, a maioria delas disse ter desmamado precocemente devido à volta ao trabalho e aos estudos; dificuldade de pega do recém-nascido na mama e perda de peso do filho; ou feito introdução de outros alimentos antes de completar os seis meses de vida da criança por acreditar que o leite materno é fraco e por visualizar alterações estéticas nas mamas.

Foram relatadas práticas e crenças populares que favoreceram diretamente o desmame precoce, influenciadas por figuras do convívio social e familiar, como mães, avós e vizinhos, que repassaram ensinamentos intergeracionais.

Apesar da importância da orientação profissional durante o pré-natal, evidenciou-se que a maioria das gestantes não recebeu nenhum tipo de orientação no pré-natal, e as que receberam reportaram a figura do enfermeiro como o único profissional que trouxe esclarecimentos e orientações dentro desse contexto da amamentação. Sabe-se que, dentre as funções dos profissionais de saúde, está o compromisso de prestar uma assistência integral e humanizada às mães, disposto a enfrentar e desmistificar os fatores determinantes do desmame, a fim de tornar a prática do aleitamento materno exclusivo um ato prazeroso e efetivo.

Diante da discussão trazida nessa pesquisa, reitera-se a necessidade de estudos mais aprofundados e que assumam perspectivas diferenciadas, mesmo dentro dessa temática, para que se possam triangular os resultados e se consiga trazer maior sustentação nas intervenções frente ao problema.

Referências

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VANCOUVER

1.
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ACM

[1]
de Oliveira, A.K.P., de Melo, R.A., Diniz, L.P.M., Tavares, A.K., Amando, A.R. y Sena, C.R.D.S. 2017. Práticas e crenças populares associadas ao desmame precoce. Avances en Enfermería. 35, 3 (sep. 2017), 303–312. DOI:https://doi.org/10.15446/av.enferm.v35n3.62542.

ACS

(1)
de Oliveira, A. K. P.; de Melo, R. A.; Diniz, L. P. M.; Tavares, A. K.; Amando, A. R.; Sena, C. R. D. S. Práticas e crenças populares associadas ao desmame precoce. Av. enferm. 2017, 35, 303-312.

APA

de Oliveira, A. K. P., de Melo, R. A., Diniz, L. P. M., Tavares, A. K., Amando, A. R. y Sena, C. R. D. S. (2017). Práticas e crenças populares associadas ao desmame precoce. Avances en Enfermería, 35(3), 303–312. https://doi.org/10.15446/av.enferm.v35n3.62542

ABNT

DE OLIVEIRA, A. K. P.; DE MELO, R. A.; DINIZ, L. P. M.; TAVARES, A. K.; AMANDO, A. R.; SENA, C. R. D. S. Práticas e crenças populares associadas ao desmame precoce. Avances en Enfermería, [S. l.], v. 35, n. 3, p. 303–312, 2017. DOI: 10.15446/av.enferm.v35n3.62542. Disponível em: https://revistas.unal.edu.co/index.php/avenferm/article/view/62542. Acesso em: 24 abr. 2024.

Chicago

de Oliveira, Ailkyanne Karelly Pereira, Rosana Alves de Melo, Luciana Pessoa Maciel Diniz, Ana Karoline Tavares, Alexsandra Rodrigues Amando, y Carla Rebeca Da Silva Sena. 2017. «Práticas e crenças populares associadas ao desmame precoce». Avances En Enfermería 35 (3):303-12. https://doi.org/10.15446/av.enferm.v35n3.62542.

Harvard

de Oliveira, A. K. P., de Melo, R. A., Diniz, L. P. M., Tavares, A. K., Amando, A. R. y Sena, C. R. D. S. (2017) «Práticas e crenças populares associadas ao desmame precoce», Avances en Enfermería, 35(3), pp. 303–312. doi: 10.15446/av.enferm.v35n3.62542.

IEEE

[1]
A. K. P. de Oliveira, R. A. de Melo, L. P. M. Diniz, A. K. Tavares, A. R. Amando, y C. R. D. S. Sena, «Práticas e crenças populares associadas ao desmame precoce», Av. enferm., vol. 35, n.º 3, pp. 303–312, sep. 2017.

MLA

de Oliveira, A. K. P., R. A. de Melo, L. P. M. Diniz, A. K. Tavares, A. R. Amando, y C. R. D. S. Sena. «Práticas e crenças populares associadas ao desmame precoce». Avances en Enfermería, vol. 35, n.º 3, septiembre de 2017, pp. 303-12, doi:10.15446/av.enferm.v35n3.62542.

Turabian

de Oliveira, Ailkyanne Karelly Pereira, Rosana Alves de Melo, Luciana Pessoa Maciel Diniz, Ana Karoline Tavares, Alexsandra Rodrigues Amando, y Carla Rebeca Da Silva Sena. «Práticas e crenças populares associadas ao desmame precoce». Avances en Enfermería 35, no. 3 (septiembre 1, 2017): 303–312. Accedido abril 24, 2024. https://revistas.unal.edu.co/index.php/avenferm/article/view/62542.

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