Habitar como cuidar. Espacialidades relacionales en un asentamiento informal de Coquimbo, Chile

Dwelling as caring. Relational spatialities in an informal settlement in Coquimbo, Chile

En Chile, durante los últimos años, ha aumentado la diversidad de asentamientos informales que, pese a las oportunidades que abren a sus habitantes, siguen siendo leídos como espacios residenciales transitorios marcados por la marginalidad urbana. Sin embargo, muchos de ellos hoy se proyectan como hábitats residenciales definitivos, en los que convergen trayectorias, saberes y prácticas diversas. Con una perspectiva etnográfica, estudiamos cómo, en un campamento con más de 10 años de historia en la ciudad de Coquimbo, el proceso de configuración espacial y sociomaterial se articula en torno a relaciones afectivas, sensibilidades ecológicas y aspiraciones que producen ambientes de vida. El texto presenta tres relatos construidos a partir de experiencias de habitantes del campamento, que permiten identificar una espacialidad basada en relaciones que, de forma amplia, pueden ser entendidas desde los cuidados. En la historia de sus habitantes, el campamento deviene una infraestructura que sostiene la vida, un proceso inacabado y permanente. El artículo contribuye a los debates sobre informalidad urbana al mostrar cómo los cuidados se configuran como una dimensión clave en la consolidación socioespacial de asentamientos con vocación de permanencia.

In Chile, the diversity of informal settlements has increased in recent years. Despite the opportunities they open for their inhabitants, they continue to be read as transient residential spaces marked by urban marginality. However, many of these settlements are now projected as permanent habitats where multiple trajectories, knowledges, and practices converge. From an ethnographic perspective, this study examines how, in a settlement with more than ten years of history in the city of Coquimbo, the process of spatial and sociomaterial configuration is articulated around affective relationships, ecological sensibilities, and aspirations that generate living environments. The text presents three narratives built from the experiences of camp residents, which reveal a spatiality grounded in relationships broadly understood through care. In the life stories of its inhabitants, the settlement becomes an infrastructure that sustains life — an unfinished and ongoing process. The article contributes to debates on urban informality by showing how care emerges as a key dimension in the socio-spatial consolidation of settlements with a vocation for permanence.

Au Chili, ces dernières années, la diversité des quartiers informels s’est accrue. Malgré les opportunités qu’ils offrent à leurs habitants, ils continuent d’être perçus comme des espaces résidentiels transitoires marqués par la marginalité urbaine. Cependant, nombre d’entre eux se projettent aujourd’hui comme des habitats permanents où convergent trajectoires, savoirs et pratiques diverses. À partir d’une perspective ethnographique, cette étude analyse comment, dans un quartier informel fort de plus de dix ans d’histoire à Coquimbo, le processus de configuration spatiale et sociomatérielle s’articule autour de relations affectives, de sensibilités écologiques et d’aspirations qui produisent des environnements de vie. Le texte présente trois récits élaborés à partir des expériences des habitants du quartier, permettant d’identifier une spatialité fondée sur des relations largement compréhensibles à travers le prisme du soin. Dans l’histoire de ses habitants, le quartier devient une infrastructure qui soutient la vie — un processus inachevé et permanent. L’article contribue aux débats sur l’informalité urbaine en montrant comment le soin se configure comme une dimension clé dans la consolidation sociospatiale des établissements ayant une vocation de permanence.

No Chile, nos últimos anos, tem aumentado a diversidade de assentamentos informais que, apesar das oportunidades que oferecem a seus habitantes, continuam sendo interpretados como espaços residenciais transitórios marcados pela marginalidade urbana. No entanto, muitos deles hoje se projetam como habitats residenciais permanentes, nos quais convergem trajetórias, saberes e práticas diversas. A partir de uma perspectiva etnográfica, o estudo analisa como, em um assentamento com mais de dez anos de história na cidade de Coquimbo, o processo de configuração espacial e sociomaterial se articula em torno de relações afetivas, sensibilidades ecológicas e aspirações que produzem ambientes de vida. O texto apresenta três relatos construídos a partir das experiências dos moradores do assentamento, que permitem identificar uma espacialidade baseada em relações amplamente compreendidas a partir dos cuidados. Na história de seus habitantes, o assentamento torna-se uma infraestrutura que sustenta a vida — um processo inacabado e permanente. O artigo contribui para os debates sobre a informalidade urbana ao mostrar como o cuidado se configura como uma dimensão chave na consolidação socioespacial de assentamentos com vocação de permanência.