Crónica de una ruptura anunciada: la (des) autonomía fiscal municipal en la República Argentina

Chronicle of a breakup foretold: municipal fiscal (non) autonomy in the Argentine Republic

Argentina exhibe el mayor grado de descentralización del gasto público de América Latina, pero en lugar de acompañar dicho proceso con otro igualmente ambicioso en materia de autonomía impositiva y recursiva, se optó por financiar con un esquema de transferencias intergubernamentales. Las funciones que poseen los entes locales, propias y delegadas, sin obtener o asignar recursos suficientes, representa un desafío que se focaliza en la propia noción de autonomía municipal, en su matriz económica y financiera. El artículo es un diseño exploratorio-explicativo y de metodología cualitativa que identifica problemáticas fiscales materiales endógenas y exógenas que atentan contra la implementación de esta, y se plantean desafíos que deben desarrollarse a nivel subnacional y local con propuestas específicas.

Argentina shows the highest level of public spending decentralization in Latin America. However, instead of supporting this process with an equally ambitious approach to tax and resource autonomy, the country chose to finance it through a system of intergovernmental transfers. The functions carried out by local entities—both their own and delegated—without sufficient resources being obtained or allocated, pose a significant challenge. This challenge fundamentally affects the very concept of municipal autonomy, as well as its economic and financial foundations. The article adopts an exploratory and explanatory approach with a qualitative methodology, identifying both endogenous and exogenous material fiscal issues that hinder the implementation of decentralization. It also highlights specific challenges that need to be addressed at the subnational and local levels, along with targeted proposals.

A Argentina apresenta o maior nível de descentralização dos gastos públicos na América Latina. No entanto, em vez de apoiar esse processo com uma abordagem igualmente ambiciosa de autonomia tributária e de recursos, o país optou por financiá-lo por meio de um sistema de transferências intergovernamentais. As funções exercidas pelos entes locais — tanto as próprias quanto as delegadas—, sem recursos suficientes sendo obtidos ou alocados, representam um grande desafio que afeta diretamente a própria noção de autonomia municipal, bem como sua base econômica e financeira. Este artigo adota uma abordagem exploratória e explicativa, com uma metodologia qualitativa, identificando questões fiscais materiais, tanto endógenas quanto exógenas, que dificultam a implementação da descentralização. Além disso, destaca desafios específicos que precisam ser enfrentados nos níveis subnacional e local, juntamente com propostas direcionadas para superá-los.