Humano, demasiado animal

Human, All Too Animal

A lo largo de la historia de la humanidad se han elaborado explicaciones que intentan delinear los bordes del conflictivo campo de lo humano, a partir de aquello que nos diferencia y nos acerca a los animales. En el presente escrito se desarrollan distintas concepciones que cuestionan la idea del ser humano dócil y racional, al tiempo que se ubica su tendencia constitutiva a la agresividad como un intento de dominar aquello que le resulta radicalmente otro. El animal, representante de esa alteridad y objeto histórico de nuestra observación y manipulación en las distintas esferas de nuestras vidas, conscientes e inconscientes, nos confronta con lo real de la vida, que inquieta e interpela por dejar relucir que se puede existir en el mundo sin cargar las marcas de una pérdida.

Throughout human history, various explanations have been developed to outline the boundaries of the conflicted field of the human, based on what differentiates us from and connects us to animals. This paper explores different conceptions that question the idea of the human being as docile and rational, while situating its constitutive tendency toward aggressiveness as an attempt to dominate that which is radically other. The animal, representative of this alterity and a historical object of our observation and manipulation in the various spheres of our conscious and unconscious lives, confronts us with the real of life, which disturbs and challenges us by revealing that it is possible to exist in the world without bearing the marks of loss.

Au cours de l’histoire de l’humanité, on a élaboré diverses explications visant à tracer les frontières du champ conflictuel de l’humain, à partir de ce qui nous différencie et nous rapproche des animaux. Le présent texte développe différentes conceptions qui remettent en question l’idée de l’être humain docile et rationnel, tout en situant sa tendance constitutive à l’agressivité comme une tentative de dominer ce qui lui est radicalement autre. L’animal, représentant de cette altérité et objet historique de notre observation et manipulation dans les diverses sphères de nos vies conscientes et inconscientes, nous confronte au réel de la vie, qui nous trouble et nous interpelle en laissant voir qu’il est possible d’exister dans le monde sans porter les marques d’une perte.

Ao longo da história da humanidade, foram elaboradas explicações que procuram delinear os limites do campo conflitivo do humano, a partir daquilo que nos diferencia e, ao mesmo tempo, nos aproxima dos animais. No presente texto desenvolvem-se distintas concepções que colocam em questão a ideia do ser humano dócil e racional, ao mesmo tempo em que se situa sua tendência constitutiva à agressividade como uma tentativa de dominar aquilo que lhe é radicalmente outro. O animal, representante dessa alteridade e objeto histórico de nossa observação e manipulação nas diversas esferas de nossas vidas, conscientes e inconscientes, nos confronta com o real da vida, que inquieta e interpela por deixar entrever que é possível existir no mundo sem carregar as marcas de uma perda.