Publicado
“Ver a cidade”: o Porto artístico de Mário Cláudio*
“See the City”: Mario Claudio’s Artistic Oporto
“Ver la ciudad”: el artístico Oporto de Mário Cláudio
DOI:
https://doi.org/10.15446/rcpeha.n18.101701Palabras clave:
cidade, diálogos interartes, literatura, literatura portuguesa contemporânea;, Mário Cláudio, Meu Porto. (pt)city, contemporary Portuguese literature, interartistic dialogues, literature, Mário Cláudio, Meu Porto (en)
ciudad, diálogos interartísticos, literatura, literatura portuguesa contemporánea, Mário Cláudio, Meu Porto (es)
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em Meu Porto (2001), o escritor português Mário Cláudio apresenta sua cidade natal não apenas sob os vieses turístico e literário, que, inevitavelmente, a leitura traz à tona, mas opta por inscrever o Porto em uma profícua recolha afetiva. Assim, ruas, construções, monumentos, pinturas, narrativas, receitas culinárias e filmes, além de efabulações, anedotas e memórias, tripeiras e pessoais, constituem o Porto artístico de Mário Cláudio. Para “ver a cidade” sob o óculo marioclaudiano, a presente leitura baseia-se nas ideias teórico-críticas de, entre outros, Georges Didi-Huberman, Maria Theresa Abelha Alves e Dalva Calvão, além de na produção do próprio escritor, bem como na de outros artistas portuenses, como Helder Pacheco e Manoel de Oliveira – respectivamente, cronista e realizador, que contribuem, na obra, com a elaboração dessa espécie de mapa afetivo-estético da cidade Invicta. Com este texto, pretende-se demonstrar que Mário Cláudio, escritor da contemporaneidade, cria visualidades complementares ao texto literário, que dialoga intensamente com outras formas de expressão artística, quer pelo destaque dado ao caráter autorreflexivo de sua literatura, quer pelos recortes artísticos da cidade e sobre ela, que a referida obra dá a ler/ver.
in Meu Porto (2001), the Portuguese writer Mário Cláudio presents his birth town not only under tourist and literary points of view, which are inevitably brought up by reading, but also chooses to inscribe Oporto in a fruitful affective collection. Thus, streets, buildings, monuments, paintings, narratives, recipes and cinema, in addition to stories, anecdotes and memories, local and personal ones, constitute the artistic Oporto of Mário Cláudio. In order to “see the city” under Mario-Claudian lens, this reading is based on the theoretical-critical ideas of, among others, Georges Didi-Huberman, Maria Theresa Abelha Alves, and Dalva Calvão, in addition to the writer’s own production, as well as other Oporto artists, such as Helder Pacheco and Manoel de Oliveira – chronicler and director, respectively, who contribute in the book for the elaboration of this kind of affective-aesthetic map of Invicta. With this text, we intend to demonstrate that Mário Cláudio, a contemporary writer, creates visualities complementary to the literary text, which dialogues intensely with other forms of artistic expression, either by the emphasis given to the self-reflexive character of his literature, or by the artistic frames of the city and about it, which the referred work allows us to read/see.
en Meu Porto (2001), el escritor portugués Mário Cláudio presenta su ciudad natal no sólo desde los puntos de vista turísticos y literarios, que la lectura inevitablemente saca a la luz, sino que opta por transformar Oporto en una valiosa obra afectiva. Así, calles, construcciones, monumentos, pinturas, narraciones, recetas culinarias y películas, además de fabulaciones, anécdotas y recuerdos, locales y personales, constituyen la perspectiva artística de la descripción realizada por Mário Cláudio. Para “ver la ciudad” bajo el lente mario-claudiano, la presente lectura se apoya en las ideas teórico-críticas de, entre otros, Georges Didi-Huberman, Maria Theresa Abelha Alves y Dalva Calvão, además de la producción del propio escritor, así como en la de otros artistas portuenses, como Helder Pacheco y Manoel de Oliveira – respectivamente, cronista y cineasta, que contribuyen, en la obra, a la elaboración de este tipo de mapa afectivo-estético de la ciudad Invicta. Con este texto, se busca demostrar que Mário Cláudio, escritor contemporáneo, crea visualidades complementarias al texto literario, que dialoga intensamente con otras formas de expresión artística, ya sea por el énfasis dado al carácter autorreflexivo de su literatura, o por los fragmentos artísticos de la ciudad y sobre ella, que la citada obra invita a leer/ver.
Referencias
Bibliografía
Fontes primárias
Documentos impressos e manuscritos
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