Investigación colaborativa, relacionalidad y reciprocidad: reflexiones con miras a la igualdad epistémica

Collaborative research, relationship and reciprocity: Reflections with a view to epistemic equality

Este ensayo tiene por objeto explorar y hacer un balance sobre los enfoques teóricos y metodológicos que promueven la igualdad discursiva y epistémica entre investigadores con diferentes ontologías. La atención se centra en los esfuerzos de colaboración entre investigadores indígenas y no indígenas de la Amazonia, con ejemplos también de otros contextos interculturales en Colombia y Latinoamérica. A partir de esta revisión, se entreveran experiencias de campo de la autora en la tentativa de hacer un acercamiento a las dinámicas de las relaciones sociales en el Complejo Sociocultural del Vaupés y cómo estas relaciones pueden impactar la práctica de la investigación, a la luz de los roles asignados dentro de un sistema de valores que pondera los principios de reciprocidad y relacionalidad. Reconocer y comprender la forma como operan de manera diferencial dichos principios, así como la pluralidad de relaciones que preceden a la investigación, parecen ser aspectos ineludibles en un pacto colaborativo en esta área cultural. Las formas como se gestan las redes de intercambio ―en sociedades donde los preceptos de descendencia y alianza aún permean de manera significativa las relaciones sociales― se vislumbran de utilidad para comprender las lógicas relacionales que se establecen en un proyecto de investigación colaborativa.

This essay aims to explore and take stock of theoretical and methodological approaches that promote discursive and epistemic equality between researchers with different ontologies. The focus is on collaborative efforts between Indigenous and non-Indigenous researchers in the Amazonian region, with examples also from other intercultural contexts in Colombia and Latin America. From this reflection, the author’s field experiences are interwoven in an attempt to approach the dynamics of social relations in the Vaupés Sociocultural Complex and how these relations can impact research practice, in light of the roles assigned within a value system that weights reciprocity and relationality principles across different social spheres. Recognizing and understanding how these principles operate differently, as well as the plurality of relationships that precede research, seem to be inescapable aspects of a collaborative pact in this cultural area. The ways in which exchange networks are developed - in societies where the precepts of descent and alliance still significantly permeate social relations - are useful for understanding the relational logics that are established in a collaborative research project.

Este ensaio tem o objetivo de explorar e fazer um balanço das abordagens teóricas e metodológicas que promovem a igualdade discursiva e epistêmica entre pesquisadores com diferentes ontologias. A atenção está centrada nos esforços de colaboração entre investigadores indígenas e não indígenas na Amazônia, com exemplos também de outros contextos interculturais na Colômbia e na América Latina. A partir dessa reflexão, as experiências de campo da autora são entrelaçadas em uma tentativa de abordar a dinâmica das relações sociais no Complexo Sociocultural do Vaupés e como essas relações podem impactar a prática da pesquisa, à luz dos papéis atribuídos dentro de um sistema de valores que ressalta os princípios de reciprocidade e relacionalidade. O reconhecimento e a compreensão de como esses princípios operam de forma diferenciada, bem como a pluralidade de relações que precedem a pesquisa, parecem ser aspectos inevitáveis de um pacto colaborativo nessa área cultural. As formas como as redes de intercâmbio são desenvolvidas - em sociedades em que os preceitos de descendência e aliança ainda permeiam significativamente as relações sociais - são úteis para a compreensão das lógicas relacionais que são estabelecidas em um projeto de pesquisa colaborativa.