Publicado

2019-01-01

Música popular indígena: encantar-se ou desencantar-se para entender?

Indigenous popular music: enchant or disenchant yourself to understand?

Música popular indígena: ¿encantar o desencantar para entender?

DOI:

https://doi.org/10.15446/ma.v10n1.73185

Palabras clave:

kuxiymauara, bahsamori, bahsana, até ykuema, música popular (pt)
kuxiymauara, bahsamori, bahsana, até ykuema, popular music (en)
kuxiymauara, bahsamori, bahsana, até ykuema (es)

Autores/as

  • Agenor Cavalcanti Vasconcelos Neto Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

Apresento um conjunto de expressões que surgiram no decorrer do trabalho de campo entre músicos indígenas de São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, Brasil. Esta lista de expressões representa práticas e conceituações utilizadas entre indígenas do Noroeste Amazônico que praticam e escutam música popular. Sobre as bases de certo repertório, os músicos indígenas praticam sequencias musicais que duram mais de 12h, criam um gênero local chamado kuxiymauara e praticam o “amanhecer o dia”. Em tese, a música popular proporciona um contexto profícuo para a lógica, escuta, prática e interpretação indígena de um repertório que agrega música brasileira, colombiana e venezuelana. Desenvolve-se a ideia de uma agenda política na medida em que a música popular apresenta uma cena, um espaço no qual se articula a prática e o pensamento ameríndio sobre música.

In this article is presented a set of expressions wich emerged during the course of field work among indigenous musicians from São Gabriel da Cachoeira, Amazonas state, Brazil. This list of expressions represents practices and concepts used among indigenous people of the Northwest Amazon who practice and listen popular music. On the basis of a certain repertoire, indigenous musicians practice musical sequences that last more than 12 hours, create a local genre called kuxiymauara and practice "dawning the day". In thesis, popular music provides a useful context for the logic, listening, practice and indigenous interpretation of a repertoire that aggregates Brazilian, Colombian and Venezuelan music. The idea of a political agenda is developed to the extent that popular music presents a scene, a space articulating Amerindian practice and thinking about music.

En este artículo se presenta un conjunto de expresiones que surgieron en el transcurso del trabajo de campo entre músicos indígenas de São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, Brasil. Esta lista de expresiones representa prácticas y conceptualizaciones utilizadas entre indígenas del Noroeste Amazónico que practican y escuchan música popular. Sobre las bases de un repertorio específico, los músicos indígenas practican secuencias musicales que duran más de 12h, crean un género local llamado kuxiymauara y practican el "amanecer el día". En la tesis, la música popular proporciona un contexto provechoso para la lógica, escucha, práctica e interpretación indígena de un repertorio que agrega música brasileña, colombiana y venezolana. Se desarrolla la idea de una agenda política en la medida en que la música popular presenta una escena, un espacio en el que se articula la práctica y el pensamiento amerindio sobre música.

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Vasconcelos Neto, A. C. (2019). Música popular indígena: encantar-se ou desencantar-se para entender?. Mundo Amazónico, 10(1), 209–222. https://doi.org/10.15446/ma.v10n1.73185

ACM

[1]
Vasconcelos Neto, A.C. 2019. Música popular indígena: encantar-se ou desencantar-se para entender?. Mundo Amazónico. 10, 1 (ene. 2019), 209–222. DOI:https://doi.org/10.15446/ma.v10n1.73185.

ACS

(1)
Vasconcelos Neto, A. C. Música popular indígena: encantar-se ou desencantar-se para entender?. Mundo Amazon. 2019, 10, 209-222.

ABNT

VASCONCELOS NETO, A. C. Música popular indígena: encantar-se ou desencantar-se para entender?. Mundo Amazónico, [S. l.], v. 10, n. 1, p. 209–222, 2019. DOI: 10.15446/ma.v10n1.73185. Disponível em: https://revistas.unal.edu.co/index.php/imanimundo/article/view/73185. Acesso em: 27 ene. 2025.

Chicago

Vasconcelos Neto, Agenor Cavalcanti. 2019. «Música popular indígena: encantar-se ou desencantar-se para entender?». Mundo Amazónico 10 (1):209-22. https://doi.org/10.15446/ma.v10n1.73185.

Harvard

Vasconcelos Neto, A. C. (2019) «Música popular indígena: encantar-se ou desencantar-se para entender?», Mundo Amazónico, 10(1), pp. 209–222. doi: 10.15446/ma.v10n1.73185.

IEEE

[1]
A. C. Vasconcelos Neto, «Música popular indígena: encantar-se ou desencantar-se para entender?», Mundo Amazon., vol. 10, n.º 1, pp. 209–222, ene. 2019.

MLA

Vasconcelos Neto, A. C. «Música popular indígena: encantar-se ou desencantar-se para entender?». Mundo Amazónico, vol. 10, n.º 1, enero de 2019, pp. 209-22, doi:10.15446/ma.v10n1.73185.

Turabian

Vasconcelos Neto, Agenor Cavalcanti. «Música popular indígena: encantar-se ou desencantar-se para entender?». Mundo Amazónico 10, no. 1 (enero 1, 2019): 209–222. Accedido enero 27, 2025. https://revistas.unal.edu.co/index.php/imanimundo/article/view/73185.

Vancouver

1.
Vasconcelos Neto AC. Música popular indígena: encantar-se ou desencantar-se para entender?. Mundo Amazon. [Internet]. 1 de enero de 2019 [citado 27 de enero de 2025];10(1):209-22. Disponible en: https://revistas.unal.edu.co/index.php/imanimundo/article/view/73185

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