![](https://revistas.unal.edu.co/public/journals/52/submission_88492_70890_coverImage_es_ES.png)
Published
Espalhamento da Covid-19 no interior do Amazonas: panorama e reflexões desde o Alto Solimões, Brasil
Dissemination of COVID-19 inside the Amazon territories: overview and reflections from the Alto Solimões, Brazil
Diseminación del COVID-19 al interior del Amazonas: panorama y reflexiones desde el Alto Solimões, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.15446/ma.v11n2.88492Keywords:
Pandemia, Povos indígenas, Políticas de Saúde, Fronteiras, Amazônia (pt)Pandemia, Pueblos indígenas, Políticas de salud, Fronteras, Amazonia (es)
Pandemic, Indigenous people, Health policies, Borders, Amazonia (en)
Downloads
Neste estudo, apresentamos um panorama do espalhamento do novo Coronavírus (SARS-Cov-2) nos municípios da microrregião Alto Solimões no Estado do Amazonas, Brasil. Os dados utilizados são oriundos do Sistema Monitoramento de casos de infecção por Covid-19 nos municípios do estado do Amazonas e do Sistema Monitoramento de casos de Covid-19 nos povos indígenas do Brasil, organizados em um banco de dados e no WebSig, coordenados por pesquisadores das universidades federais do Rio Grande do Sul e do Amazonas, e da Universidade do Estado do Amazonas. Sistematizamos e analisamos informações disponibilizadas por organismos públicos municipais e estaduais, responsáveis pela prevenção e combate à pandemia, com destaque para os dados divulgados sobre a saúde indígena, presentes nos boletins da Secretaria Especial de Saúde Indígena, mas questionados por informes de organizações indígenas. Confrontados com as características geográficas, políticas e socioeconômicas da microrregião do Alto Solimões, os dados de contágio do novo coronavírus e os óbitos resultantes de complicações da doença projetam um cenário de vulnerabilidade e de risco para a população, em especial, a indígena. A ineficácia das políticas para a saúde pública em contexto de pandemia revela o agravamento de situações nas quais os serviços e atuação de profissionais da saúde são deficitários, o que favorece o espalhamento do vírus num contexto transfronteiriço.
In this study we present an overview of the dissemination of the new Coronavirus (SARS-Cov-2) in the municipalities of the Alto Solimões micro-region in the state of Amazonas, Brazil. The data used comes from the Monitoring System of cases of COVID-19 infection in the municipalities of the State of Amazonas, and from the Monitoring System of cases of COVID-19 among indigenous peoples in Brazil, which are organized in the database and WebSig coordinated by researchers from the federal universities of Rio Grande do Sul and Amazonas, and the university of the State of Amazonas. We systematize and analyze information from municipal and state public agencies responsible for preventing and combating the pandemic, giving special attention to data on indigenous health, present in the bulletins of the Special Secretary of Indigenous Health, but, which are questioned by reports made by indigenous organizations. By comparing these data with the geographical, political and socio-economic characteristics of the Alto Solimões micro-region, the numbers of new coronavirus infections and of deaths resulting from complications of the disease, we forecast a scenario of vulnerability and risk for the population, especially for the indigenous peoples. The ineffectiveness of public health policies in the context of the pandemic reveals a worsening of situations in which the services and actions of health professionals are deficient, which favours the spread of the virus in a cross-border context.
En este estudio presentamos un panorama de la diseminación del nuevo Coronavirus (SARS-Cov-2) en los municipios de la microrregión del Alto Solimões en el Estado de Amazonas, en Brasil. Los datos utilizados provienen del Sistema de Monitoreo de casos de infección por COVID-19 en los municipios del Estado de Amazonas, y del Sistema de Monitoreo de casos de COVID-19 entre pueblos indígenas de Brasil, organizados en el banco de datos y el WebSig coordinados por investigadores de las universidades federales de Rio Grande do Sul y de Amazonas, y de la universidad del Estado de Amazonas. Sistematizamos y analizamos información proveniente de organismos públicos municipales y estatales responsables por la prevención y el combate de la pandemia, dando especial atención a los datos sobre salud indígena, presentes en los boletines de la Secretaría Especial de Salud Indígena, pero, que son cuestionados por informes realizados por las organizaciones indígenas. Al confrontar estos datos con las características geográficas, políticas y socioeconómicas de la microrregión del Alto Solimões, las cifras de contagio del nuevo coronavirus y las muertes resultantes de complicaciones de la enfermedad, se proyecta un escenario de vulnerabilidad y riesgo para la población, en especial para la población indígena. La ineficacia de las políticas para la salud pública en el contexto de la pandemia revela un agravamiento de situaciones en las cuales los servicios y la actuación de profesionales de la salud son deficitarios, lo que favorece la diseminación del virus en un contexto transfronterizo.
References
ALMEIDA, A. W. B. DE. (2008). Antropologia dos Archivos da Amazônia. Rio de Janeiro: Casa 8.
AUBERTIN, C. (org.). (1988). Fronteiras. Brasília: Editora Universidade de Brasília; Paris: ORSTOM.
AZEVEDO, M., Damasco, F., Antunes, M., Martins, M. H. e Rebouças, M. P. (2020). Análise de Vulnerabilidade Demográfica e Infraestrutural das Terras Indígenas à Covid-19 – Caderno de insumos. https://www.nepo.unicamp.br/publicacoes/Caderno-Demografia-Indigena-eCOVID19.pdf.
BAINES, S. G. (2001). As chamadas “aldeias urbanas” ou índios na cidade. Brasil Indígena, Fundação Nacional do Índio, 7, 15-17.
CORTÉS, JOSÉ JOAQUIN CARVAJAL., Reis, Rodrigo. e Rapozo, Pedro. (2020). Perfil indígena dos municípios do Alto Solimões-AM / Brasil e dos departamentos da amazônia colombiana. Cadernos de Estudos Socioambientais, 1(1). http://periodicos.uea.edu.br/index.php/ces/article/view/1821
DAMASCO, F., Antunes, M. e Azevedo, M. (2020). Deslocamentos da população indígena para acesso aos serviços de saúde: elementos para ações emergenciais de enfrentamento à COVID-19. GEOgraphia, 22(48). https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2020.v22i48.a42681
IBGE, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010. Características da população e dos domicílios: resultados do universo. Rio de Janeiro: IBGE. http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/caracteristicas_da_populacao/resultados_do_universo.pdf
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Indígenas. Informações sobre a distribuição da população autodeclarada indígena no território brasileiro. https://indigenas.ibge.gov.br/
IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. (2015). Radar IDHM: Evolução do IDHM e de seus índices.
FERREIRA, I. C. B. (1988) Ceres e Rio Verde: Dois Momentos da Expansão da Fronteira Agrícola. In: Aubertin, Catherine (org.), Fronteiras (pp. ?-?). Brasília: Editora Universidade de Brasília; Paris: ORSTOM.
LEAL, D. A. (2013). Direitos e processos diferenciados de territorialização: os conflitos pelo uso dos recursos naturais no rio Madeira (1861-1932) (Tese de Doutorado). Universidade Federal do Amazonas.
MEDEIROS, R. A. L. DE. (2009). Delineando um quadro para pensar discursos geopolíticos ambientais para a Amazônia: internacionalização, nacionalismos e governanças globais no Brasil e nos EUA. Série Ceppac, 023.
MÉNDEZ, C. (2011). De indio a serrano: nociones de raza y geografía en el Perú (siglos XVIII- XXI). Histórica, 35(1), 53–102.
NEVES, L. J. DE O. (2012). Volta ao começo: demarcação emancipatória de Terras Indígenas no Brasil (Tese de Doutorado). Universidade de Coimbra.
NÚCLEO DE MÉTODOS ANALÍTICOS PARA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO PROCC / Fiocruz e GRUPO de Trabalho sobre Vulnerabilidade Sociodemográfica e Epidemiológica dos Povos Indígenas no Brasil à Pandemia de COVID-19. (2020). Risco de espalhamento da COVID-19 em populações indígenas: considerações preliminares sobre vulnerabilidade geográfica e sociodemográfica. http://gitlab.procc.fiocruz.br/mave/repo/blob/master/Relatórios%20técnicos%20%20COVID-19/procc-emap-ensp-covid-19-report4_20200419-indigenas.pdf
OLIVEIRA, J. P. DE. (1998) Uma etnologia dos ‘índios misturados’? Situação colonial, territorialização e fluxos culturais. Mana. Estudos de Antropologia Social, 4(1), 47-77. https://doi.org/10.1590/S0104-93131998000100003
PEREIRA, H.S., Barbosa, D.E.S. e Saraiva, N. (2020). Mobilidade por barcos de linha e a difusão da pandemia de COVID-19 nos municípios do interior do Amazonas. Boletim ODS Atlas Amazonas. Especial n.7. http://riu.ufam.edu.br/handle/prefix/5749
RAMOS, A. R. (1994). The hyperreal Indian. Critique of Anthropology, 14,153-171. https://doi.org/10.1177/0308275X9401400203
REIS, R. e Ramos, A. S F. (2018). Direitos territoriais dos povos indígenas: um estudo comparado sobre o brasil e o peru. Revista Eletrônica da OABRJ http://revistaeletronica.oabrj.org.br/?artigo=direitos-territoriais-dos-povos-indigenas-um-estudo-comparado-sobre-o-brasil-e-o-peru
REIS, R. (2013). Os Matsés e as fronteiras: conflitos, territorialização e a construção de uma identidade transfronteiriça (Dissertação de Mestrado em Antropologia). Universidade Federal de Pernambuco.
REIS, R. (2015). Entre fissões e fusões - a dinâmica social matsés e os processos de territorialização na fronteira Brasil-Peru. Revista Ambivalências, 3(5), 28–60. https://doi.org/10.21665/2318-3888.v3n5p28-60
REIS, R., Comapa, D. D., Wadick, A. A., Castro, A. I. e Rapozo, P. (2020). Povos indígenas do Vale do Javari e o perfil sociodemográfico na cidade de Atalaia do Norte – AM. Cadernos de Estudos Socioambientais, 1(1) http://periodicos.uea.edu.br/index.php/ces/article/view/1825
RIVERO, O. E. DE. (2009). ¿Salvajes opuestos al progreso?: aproximaciones históricas y antropológicas a las movilizaciones indígenas en la Amazonía peruana. Anthropologica, 27, 123–168.
SILVA, F. B. DA. e Aguiar, V. A. S. (Org.). (2016). Fronteiras amazônicas: vivências, representações e conhecimentos. Porto Velho: EDUFRO.
SOUSA, I. DOS S., Lima, S. P. M. de. e Soares, A. P. A. (2020). A densidade da população urbana no Amazonas e a difusão espacial do Novo Coronavírus: uma perspectiva geográfica (NOTA TÉCNICA COVID-19 No 001). Manaus: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação.
ZÁRATE BOTÍA, C. G. (2008). Silvícolas, siringueros y agentes estatales: el surgimiento de una sociedade transfronteiriza en la Amazonia de Brasil, Perú y Colombia, 1880-1932. Letícia: Universidad Nacional de Colombia. Instituto Amazónico de Investigaciones (IMANI).
How to Cite
APA
ACM
ACS
ABNT
Chicago
Harvard
IEEE
MLA
Turabian
Vancouver
Download Citation
CrossRef Cited-by
1. Jarliane Da Silva Ferreira, Rosemara Staub de Barros, Carmen Pineda Nebot. (2022). Entre ríos y bosques: los desafíos de ser investigadora en comunidades amazónicas. Mundo Amazónico, 13(1), p.e90636. https://doi.org/10.15446/ma.v13n1.90636.
2. Kerrie Pickering, Eranga K Galappaththi, James D Ford, Chandni Singh, Carol Zavaleta-Cortijo, Keith Hyams, J Jaime Miranda, Ingrid Arotoma-Rojas, Cecil Togarepi, Harpreet Kaur, Jasmitha Arvind, Halena Scanlon, Didacus B Namanya, Cecilia Anza-Ramirez. (2023). Indigenous peoples and the COVID-19 pandemic: a systematic scoping review. Environmental Research Letters, 18(3), p.033001. https://doi.org/10.1088/1748-9326/acb804.
Dimensions
PlumX
Article abstract page views
Downloads
License
Copyright (c) 2020 Geise de Góes Canalez, Pedro Rapozo, Taciana Coutinho, Rodrigo Reis
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/4.0/88x31.png)
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Authors are responsible of all the authorizations that the publication of their contributions may require. When the manuscript is accepted for publication, authors must send a formal declaration about the authenticity of the work, assuming personally the responsibility for all the contents of the article, and explicitely indicating their right to publish it. Publication of a contribution in Mundo Amazónico does not imply the cession of copyright by the authors; however, sending a contribution to this journal represents an authorization by the authors to the Editors of Mundo Amazónico to publish it. In case that the authors reprint, totally or partially, an article previously published in Mundo Amazónico, either in its original language or in translation, the original source must be cited. The articles published in the journal are covered by a Creative Commons 4.0.
The authors who publish in this magazine agree with the following terms:
- The authors retain the copyright and grant the magazine the right of the first publication, with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Attribution License that allows others to share the work with the acknowledgment of authorship and the initial publication in this journal.
- Authors may make additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the version published in the journal (for example, placing it in an institutional repository or publishing it in a book), with recognition of its initial publication in this journal.