Encauzando la justicia transicional: reivindicaciones socioecológicas de comunidades afrocolombianas del Cauca para el reconocimiento del río Cauca como víctima del conflicto ante la Jurisdicción Especial para la Paz (2017-2023)

Channeling transitional justice: socio-ecological claims of Afro-Colombian communities of Cauca for the Recognition of the Cauca river as a victim of the conflict before the Special Jurisdiction for Peace (2017-2023)

el conflicto armado interno que azotó a la región del norte del departamento del Cauca (Colombia) alteró el vínculo ancestral entre las comunidades afrodescendientes y la naturaleza. Buscando el reconocimiento de estos hechos y los consecuentes daños generados, el Consejo Comunitario de Cuenca del Río Cauca y Microcuenca de los ríos Teta y Mazamorrero (Buenos Aires y Santander de Quilichao, Cauca) solicitó a la Jurisdicción Especial para la Paz (JEP) el reconocimiento del río Cauca como víctima del conflicto armado desde una apuesta étnica, territorial y socioecológica que aboga por las intrínsecas relaciones entre lo humano y lo no-humano. El artículo recoge esta experiencia para indagar los factores que posibilitan la incidencia de comunidades étnicas ante dichas instancias. Siguiendo una metodología de Investigación Acción Participativa que da cuenta del proceso de reflexión, sanación y reivindicación socioecológica comunitaria ante la JEP y los marcos teóricos de construcción de paz local, decolonialidad e infrapolítica, la investigación demuestra el potencial de los saberes ancestrales y los procesos histórico-políticos de las comunidades afrodescendientes para promover nuevos enfoques, nociones y metodologías para el reconocimiento de la naturaleza como víctima del conflicto armado, desafiando así la visión moderno-liberal-capitalista de la justicia transicional.

the internal armed conflict that affected the northern region of the department of Cauca (Colombia) altered the ancestral link between Afro-descendant communities and nature. Seeking the recognition of these events and the consequent damages generated, the Community Council of the Cauca river basin and of the Teta and Mazamorrero rivers micro-basin (Buenos Aires and Santander de Quilichao, Cauca) requested the Special Jurisdiction for Peace (JEP) to recognize the Cauca river as a victim of the armed conflict from an ethnic, territorial and socio-ecological perspective that advocates for the intrinsic relations between the human and the non-human. The article draws on this experience to investigate the factors that enable the influence of ethnic communities on such instances. Following a methodology of Participatory Action Research that accounts for the process of reflection, healing and socioecological community claim before the JEP and the theoretical frameworks of local peacebuilding, decoloniality and infrapolitics, the research demonstrates the potential of ancestral knowledge and historical-political processes of Afro-descendant communities to promote new approaches, notions and methodologies for the recognition of nature as a victim of the armed conflict, thus challenging the modern-liberal-capitalist vision of transitional justice.

o conflito armado interno que assolou a região norte do departamento do Cauca (Colômbia) alterou o vínculo ancestral entre as comunidades afrodescendentes e a natureza. Procurando o reconhecimento destes fatos e dos consequentes danos causados, o Conselho Comunitário da Bacia do Rio Cauca e da Microbacia do Rio Teta e Mazamorrero (Buenos Aires e Santander de Quilichao, Cauca) solicitou à Jurisdição Especial para a Paz (JEP) o reconhecimento do Rio Cauca como vítima do conflito armado, a partir de uma perspectiva étnica, territorial e socioecológica que defende as relações intrínsecas entre o humano e o não-humano. O artigo retoma essa experiência para investigar os fatores que possibilitam o impacto das comunidades étnicas nessas instâncias. Seguindo uma metodologia de investigação-ação participativa que dá conta do processo de reflexão, cura e reivindicação sócio-ecológica da comunidade perante a JEP e os quadros teóricos da construção local da paz decolonial e infrapolítica, a investigação demonstra o potencial do conhecimento ancestral e dos processos histórico-políticos das comunidades afrodescendentes para promover novas abordagens, noções e metodologias para o reconhecimento da natureza como vítima do conflito armado, desafiando assim a visão moderno-liberal-capitalista da justiça transicional.