Os inquietos vestígios fotográficos de Dulce Carneiro: uma vida entre Atibaia, São Paulo e São Sebastião (1929-2018)

The restless photographic traces of Dulce Carneiro: a life between Atibaia, São Paulo and São Sebastião (1929-2018)

Dulce Granja Carneiro foi uma fotógrafa brasileira de extensa carreira, mas pouco conhecida, pois destruí seu acervo e esse é o norte desse artigo. Essa ação da fotógrafa instaura um debate em torno da fotografia e da memória. Esse artigo estava interessado em compreender os efeitos desse ato de destruição na discussão sobre a linguagem fotográfica. Filiada ao Foto Cine Clube Bandeirantes, em São Paulo (Brasil), espaço de criação da técnica fotográfica, Dulce logo se profissionalizou, passando a desenvolver suas fotografias de arquitetura e retratos. Através do conceito de rastro de Carlo Ginzburg e das contribuições de outros historiadores e teóricos da fotografia (como Joan Fontcuberta, Vilém Flusser, Arlindo Machado, Helouise Costa) que demarcam o debate fotográfico enquanto registro e além dele, este artigo mapeou os rastros deixados por Dulce Carneiro e propôs uma análise sobre eles, além do efeito de seu desaparecimento pela ausência de suas fotografias. Dada a escassez de materiais, o artigo baseou-se na especulação sobre seus rastros, entrevistas e nos autores referenciais da filosofia da fotografia para propor uma reflexão sobre sua trajetória, sua importância e sua memória, sem que seja uma preocupação teórica descobrir o motivo da destruição de seu acervo.

Dulce Granja Carneiro was a brazilian photographer with an extensive career, but little known, because she destroyed her collection and that is the direction of this article. This act by the photographer sparks a debate around photography and memory. This article was interested in understanding the effects of this act of destruction on the discussion about photographic language. Affiliated to Foto Cine Clube Bandeirantes, in São Paulo (Brazil), a place for the creation of photographic techniques, Dulce soon became a professional, starting to develop her architectural photographs and portraits. Through Carlo Ginzburg's concept of trace and the contributions of other photography historians and theorists (such as Joan Fontcuberta, Vilém Flusser, Arlindo Machado, Helouise Costa) who demarcate the photographic debate as a record and beyond it, this article mapped the traces left by Dulce Carneiro and proposed an analysis of them, in addition to the effect of her disappearance through the absence of her photographs. Given the scarcity of materials, the article relied on speculation about her traces, interviews and referential authors in the philosophy of photography to propose a reflection on her trajectory, her importance and her memory, without it being a theoretical concern to discover the reason for the destruction of her collection.

Dulce Granja Carneiro fue una fotógrafa brasileña con una extensa trayectoria, pero poco conocida, pues destruí su colección y ese es el norte de este artículo. Este acto de la fotógrafa genera un debate en torno a la fotografía y la memoria. Este artículo se interesó en comprender los efectos de este acto de destrucción en la discusión sobre el lenguaje fotográfico. Afiliada al Foto Cine Clube Bandeirantes, en São Paulo (Brasil), sitio de creación de técnicas fotográficas, Dulce pronto se profesionalizó, comenzando a desarrollar sus fotografías de arquitectura y retratos. A través del concepto de huella de Carlo Ginzburg y de los aportes de otros historiadores y teóricos de la fotografía (como Joan Fontcuberta, Vilém Flusser, Arlindo Machado, Helouise Costa) que delimitan el debate fotográfico como un registro y más allá de él, este artículo mapeó las huellas dejadas por Dulce Carneiro y propuso un análisis de las mismas, además del efecto de su desaparición mediante la ausencia de sus fotografías. Ante la escasez de materiales, el artículo se apoyó en especulaciones sobre sus huellas, entrevistas y autores referenciales en la filosofía de la fotografía para proponer una reflexión sobre su trayectoria, su importancia y su memoria, sin que resulte una preocupación teórica descubrir el motivo de la destrucción de su colección.