Pobreza e insalubridad en Morelos, México: interpretaciones sociales, remedios y respuestas materiales frente al paludismo (1883-1911)

Poverty and unsanitary conditions in Morelos, Mexico: social interpretations, remedies, and material responses to malaria (1883-1911)

el artículo analizó cómo se concretaron los conocimientos, interpretaciones y prácticas de científicos y autoridades para controlar el paludismo en Morelos, México, entre 1883 y 1911, en el contexto del impulso a la higiene y salud pública del Porfiriato. La investigación se enfocó en Morelos debido a sus condiciones geoclimáticas favorables para la reproducción del mosquito vector de la malaria y a la elevada mortalidad que causó, sumado a la precariedad de su población, que suscitó frecuentes debates sobre la relación entre paludismo y pobreza. Se revisaron notas de prensa, gacetas, artículos médicos e informes oficiales de diversos acervos históricos. Estos documentos permitieron examinar las interpretaciones sobre la proliferación del paludismo, identificar a las personas consideradas “más proclives” a enfermar y los remedios sugeridos para prevenir el contagio, así como advertir sobre las intervenciones territoriales orientadas a mejorar la salubridad de la entidad. Entre los resultados de la investigación, se observó la reproducción de estigmas en torno a la población morelense y sus condiciones de vida, mientras las medidas oficiales privilegiaron recomendaciones sobre orden, aseo y educación sanitaria. El estudio reveló cómo estas disposiciones reforzaron desigualdades mediante discursos higienistas que vinculaban la enfermedad con factores sociales inherentes a ciertos grupos.

the article analyzed how scientists and authorities developed knowledge, interpretations, and practices to control malaria in Morelos, Mexico, between 1883 and 1911, within the framework of the Porfiriato's public health initiatives and hygienist measures. The research focused on Morelos due to its geoclimatic conditions, which were favorable for the reproduction of the malaria-carrying mosquito, and the high mortality caused by the disease. Additionally, the precarious living conditions of its population sparked frequent debates on the relationship between malaria and poverty. The research is based on the comparison and analysis of newspaper articles, gazettes, medical articles, and official reports from different historical sources. These documents provided insights into interpretations of malaria’s origins and proliferation, identified the individuals considered “more prone” to illness, and detailed proposed remedies and hygiene-oriented territorial interventions. The research highlights the reproduction of stigmas surrounding the local population and their living conditions, while official measures prioritized recommendations related to order, cleanliness, and health education. The study revealed how these measures reinforced inequalities through hygienist discourses that linked the disease to social factors inherent to certain groups.

o artigo analisou como os conhecimentos, interpretações e práticas de cientistas e autoridades foram concretizados para controlar a malária em Morelos, México, entre 1883 e 1911, no contexto das iniciativas de saúde pública e das medidas higienistas do Porfiriato. A investigação centrou-se em Morelos devido às suas condições geoclimáticas favoráveis para a reprodução do mosquito transmissor da malária e à elevada mortalidade causada pela doença. Além disso, as condições precárias de vida da população suscitaram debates frequentes sobre a relação entre malária e pobreza. A pesquisa se fundamenta na comparação e análise de artigos de jornal, gazetas, artigos médicos e relatórios oficiais provenientes de diversos acervos históricos. Esses documentos permitiram examinar as interpretações sobre a origem e a proliferação da malária, identificar os grupos considerados “mais propensos” a adoecer e os remédios sugeridos para prevenir o contágio, além de avaliar as intervenções territoriais voltadas para melhorar a saúde pública da região. Os resultados mostram a reprodução de estigmas em relação à população e às suas condições de vida, enquanto as medidas oficiais priorizavam recomendações sobre ordem, limpeza e educação sanitária. O estudo revelou como essas disposições reforçaram desigualdades por meio de discursos higienistas que associavam a doença a fatores sociais inerentes a determinados grupos.