Publicado

2016-01-01

Uma leitura do estado de Goiás (Brasil): elos entre música, território e lugar

A Reading from the state of Goiás, Brazil: links between music and place

DOI:

https://doi.org/10.15446/rcdg.v25n1.48152

Palabras clave:

cultura, geografia humanística, identidade, letras de músicas, lugar. (pt)
culture, music geography, humanistic geography, identiy, place. (en)

Autores/as

  • Rodrigo Capelle Suess Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

A música, além de propagadora de cultura, destaca-se por ser uma forte condutora de identidade e reveladora da alma dos lugares. Na Geografia, o lugar é a ferramenta adequada para o estudo dessas marcas que se expressam no espaço e que também são percebidas por meio das canções, pois o lugar permite compreender o que acontece no espaço em que se vive para além das suas condições naturais ou humanas. O método adotado foi a fenomenologia hermenêutica, e boa parte do referencial teórico se associa com autores e temáticas que possuem uma afinidade com esse método. Assim, este trabalho tem como objetivo realizar algumas leituras de letras de músicas que interpretam o estado de Goiás como lugar e constitui-se em uma boa opção para aqueles que querem compreendê-lo de outra perspectiva, além de apresentar essa óptica para que se possa ler outros territórios e lugares.

Music, in addition to propagating culture, stands out as a strong promoter of identity and reveals the soul of its locations. In geography, the location is the appropriate tool for studying those prints or marks that express themselves in space. These are also perceived via songs, given that the location allows us to understand what happens in the space in which we live beyond natural or human conditions. The method used was hermeneutics phenomenology, in that a great part of the theoretical framework is associated with authors and topics that have some kind of affinity with said method. Therefore, this work has as its objective to carry out a reading of musical letters that interpret the Goiás state as a location. It is about a good option for whoever desires to get to know Goiás from another perspective or in a different way from that which other territories and sites are read.

DOI: https://doi.org/10.15446/rcdg.v25n1.48152

Uma leitura do estado de Goiás (Brasil): elos entre música, território e lugar*

Una lectura del Estado de Goiás (Brasil): enlaces entre música y lugar

A Reading from the state of Goiás, Brazil: links between music and place

Rodrigo Capelle Suess**
Universidade de Brasília (UNB), Brasília – Brasil

*Este manuscrito resume alguns dos resultados da pesquisa realizada entre 2013 e 2014 no bojo do Programa Institucional Voluntário de Iniciação Científica (Pivic), com o projeto denominado “Lugar e Paisagem: contribuições das categorias geográficas no município de Formosa-GO”, sob a coordenação da Professora Suelen Alonso de Almeida.

**Mestrando em Geografia na Universidade de Brasília–UnB (Brasil). Graduado em Geografia pela Univtersidade Estadual de Goiás–UEG (Brasil). Linhas de pesquisa de interesse: estudo do conceito de lugar; geografia humanista cultural ou humanística; geografia, música e literatura; geografia humanista e ensino de geografia; escola, cotidiano e espaço; geografia urbana, simbolismo e lugar.
Endereço postal: CLN 207, bloco C, 106 CEP: 70852530. Correio electrônico: rodrigo.capellesuess@gmail.com.

RECIBIDO: 8 DE JANEIRO DE 2015. ACEPTADO: 28 DE AGOSTO DE 2015.
Artigo de reflexão sobre ouso da música para fazer leituras geográficas do estado de Goiás, em especial, por meio do território e do lugar.

CÓMO CITAR ESTE ARTÍCULO: Capelle Suess, Rodrigo. 2015. “Uma leitura do estado de Goiás (Brasil): elos entre música, território e lugar”. Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía 25 (1): 195-206. DOI: 10.15446/rcdg.v25n1.48152.


Resumo
A música, além de propagadora de cultura, destaca-se por ser uma forte condutora de identidade e reveladora da alma dos lugares. Na Geografia, o lugar é a ferramenta adequada para o estudo dessas marcas que se expressam no espaço e que também são percebidas por meio das canções, pois o lugar permite compreender o que acontece no espaço em que se vive para além das suas condições naturais ou humanas. O método adotado foi a fenomenologia hermenêutica, e boa parte do referencial teórico se associa com autores e temáticas que possuem uma afinidade com esse método. Assim, este trabalho tem como objetivo realizar algumas leituras de letras de músicas que interpretam o estado de Goiás como lugar e constitui-se em uma boa opção para aqueles que querem compreendê-lo de outra perspectiva, além de apresentar essa óptica para que se possa ler outros territórios e lugares.
Palavras-chave: cultura, geografia humanística, identidade, letras de músicas, lugar.


Resumen
La música, además de propagar la cultura, se destaca por ser una fuerte promotora de la identidad y revelar el alma de los lugares. En Geografía, el lugar es la herramienta adecuada para el estudio de aquellas marcas que se expresan en el espacio, y que también son percibidas por medio de las canciones, dado que el lugar nos permite entender lo que sucede en el espacio en el que vivimos más allá de sus condiciones naturales o humanas. El método utilizado fue la fenomenología hermenéutica, así que gran parte del marco teórico se asocia con autores y temas que tienen alguna afinidad con dicho método. Así, este trabajo tiene como objetivo realizar una lectura de letras musicales que interpretan el estado de Goiás como un lugar. Se trata de una buena opción para quienes desean conocer Goiás desde otra perspectiva, así como de una forma distinta de leer otros territorios y lugares.
Palabras clave: cultura, geografía de la música, geografía humanística, identidad, lugar.


Abstract
Music, in addition to propagating culture, stands out as a strong promoter of identity and reveals the soul of its locations. In geography, the location is the appropriate tool for studying those prints or marks that express themselves in space. These are also perceived via songs, given that the location allows us to understand what happens in the space in which we live beyond natural or human conditions. The method used was hermeneutics phenomenology, in that a great part of the theoretical framework is associated with authors and topics that have some kind of affinity with said method. Therefore, this work has as its objective to carry out a reading of musical letters that interpret the Goiás state as a location. It is about a good option for whoever desires to get to know Goiás from another perspective or in a different way from that which other territories and sites are read.
Keywords: culture, music geography, humanistic geography, identity, place.


Introdução

As músicas sempre se apresentaram como excelente condutora de significados. Expressam tanto manifestações estabelecidas com o espaço quanto angústias, prazeres e diversas expressões da vida cotidiana e erudita. Toda essa amálgama de combinações nos faz reafirmar a música como forte instrumento cultural. Nas últimas décadas, o seu estudo vem ganhando destaque nas pesquisas acadêmicas, entre as quais se inserem as da ciência geográfica.

Considerando esse cenário, este trabalho adotou a fenomenologia hermenêutica, considerada tanto uma teoria como uma prática de interpretação, em especial de textos. A hermenêutica soma-se à fenomenologia e constitui uma abordagem que é chamada de fenomenológica- hermenêutica. A questão-chave se deve a que, hermeneuticamente, o autor de um texto, diário pessoal, poema, canção, pintura, documento, escultura, entre outras formas de expressão, não está normalmente disponível para comentar e tirar dúvidas de sua obra e os significados envoltos. De tal modo, o pesquisador tem que encontrar maneiras de descobrir esses significados por meio da própria obra uma vez que “there are many ways to interpret the text, thus interpretation is never complete but always underway” (Seamon 2000, 168).1

Neste estudo, algumas associações são importantes, como a relação homem-cultura-música para quem a compõe ou a interpreta. Nessa relação, o homem sintetiza em canção e versos sua cultura e mundo vivido repassando essa relação por meio da música. Outra situação é a relação música-cultura-homem para quem é espectador. Como um filtro nesse sentido primeiro se identifica a música, depois por meio da interpretação se chega à experiência cultural e, por fim, se chega ao indivíduo propagador dessa cultura; nesse caso, o cantor ou o compositor e com o próprio indivíduo que se identifica ou refuta a música. O lugar é a chave para compreendermos melhor essas associações.

A escolha do lugar2 para esse estudo se deve a como este se manifesta na geografia e na vida das pessoas. Segundo Lukermann (1964, 167-168), “[…] o estudo do lugar é a matéria-prima da Geografia, porque é a consciência do lugar, é uma parte imediatamente aparente da realidade, e não uma tese sofisticada”. Para Copetti Callai (2000, 84), “[…] estudar e compreender o lugar, em Geografia, significa entender o que acontece no espaço onde se vive para além das suas condições naturais ou humanas”. Da mesma forma, pode-se compreender a música.

Na Constituição do Estado de Goiás (Governo do Estado de Goiás 1989), a seção II refere-se à cultura (art. 163): “[…] o patrimônio cultural goiano é constituído dos bens de natureza material e não material, nos quais se incluem: I— as formas de expressão e os modos de criar, fazer e viver”. De tal modo, podemos considerar a música como um patrimônio cultural de Goiás, pois ela se manifesta como uma das mais autênticas formas de expressão e mundo vivido das pessoas, no qual fica explícito o criar, o fazer e o viver. Fato que pode ser comprovado no cotidiano e nos hábitos da maioria dos goianos, além da forte identificação com os versos entoados, principalmente, da música de raiz e do sertanejo.

Assim, este artigo se justifica ao fato de que, no Brasil, existem poucos trabalhos na temática abordada e as traduções são escassas, ainda mais que ressaltem o Estado de Goiás como ponto de partida. Compreende-se que a leitura do espaço de Goiás por meio das músicas pode revelar fatores geográficos e valores estabelecidos entre homem e o seu meio. Busca-se, assim, o conhecimento geográfico para além das fronteiras disciplinares do saber acadêmico (Marandola Júnior 2010).

Dessa maneira, o ponto de partida deste artigo é o mundo vivido expresso nos versos das músicas compostas e manifestadas por autores ou compositores que consideram o estado de Goiás um lugar, um território dotado de identidade, o que o torna uma opção alternativa de compreendê-lo.

A importância de se estudar a categoria lugar

Ao estudar o lugar, estamos abertos a conhecer melhor a nós mesmos, o outro, os outros e o meio vivido e desconhecido até então. Lugares internalizam as afeições humanas, assim como os seres humanos internalizam as afeições dos lugares visto que “lugares devem ser considerados como pessoas e pessoas como lugares” (Pocock 1981, 337). A perspectiva de construir o sentido de lugar se conjugacom o sentido da construção de amizade e familiaridade entre as pessoas.

De acordo com Tuan (1979), lugar não é simplesmente um fato a ser esclarecido na ampla estrutura do espaço; ele é a realidade a ser esclarecida e compreendida sob a perspectiva das pessoas que lhe dão significado. “Todos os actos da vida, particularmente os que se repetem, implicam certas localizações de formas, de signos, de valores, de representações e, por conseguinte, criam lugares” (Fremónt 1980, 133). Assim, entende-se que o lugar possui uma amplitude e deixa de ser visto como um local qualquer na superfície terrestre para incorporar os sentidos experienciais, nos quais cada pessoa reconhece o significado por meio das relações construídas e estabelecidas. Resumidamente, pode-se colocar que lugar é “qualquer localidade que tem significado para uma pessoa ou grupo de pessoas” (Tuan 2011, 8). Nas palavras de Buttimer (1976), o lugar é o somatório das dimensões simbólicas, emocionais, culturais, políticas e biológicas.

O lugar, nesse meandro, deixa de englobar apenas um fator, como é o exemplo do fator econômico muito utilizado na concepção crítica ou marxista, para englobar múltiplas dimensões.3

Tuan (1983) ainda considera o lugar como concentração de valor, valor não econômico ou de fácil manipulação, mas valor sentimental particular ou compartilhado. Não há sentido em estudar o lugar sem antes estudar as pessoas como espectro e a refletância desses próprios lugares. Isso seria impossível já vez que sujeito e o objeto, nesse caso, não se separam. Para cada lugar a ser estudado, um indivíduo ou grupos de indivíduos diversificados são envolvidos (Relph 1976).

Santos (2012, 322) menciona o lugar como um teatro insubstituível das paixões humanas, que, por meio da ação comunicativa, são responsáveis pelas diversas manifestações da espontaneidade e criatividade.

De acordo com Carney (2007), o lugar de nascimento deixa uma marca que determina a maneira como as pessoas percebem outros lugares, de forma que a música contribui para a recordação de experiências do lugar doméstico e contribui, muitas vezes, para o controle e enriquecimento cultural de uma localidade no espaço. Assim, as músicas e os lugares possuem um forte elo uma vez que elas propagam aquilo que já foi vivenciado, sentido e imaginado em diversos lugares.

Música, cultura, mundo vivido e geografia

No dicionário prático de pedagogia Queiroz (2003, 181) menciona que: “por meio das músicas podemos expressar emoções, sensações, percepções e pensamentos que refletem o modo de sentir, perceber e pensar de um indivíduo, uma cultura e uma época”. Esses fatos são de interesse da Geografia, pois esta visa estudar as relações sociais da sociedade com o meio.

Kong (1995) expõe que as pesquisas geográficas relacionadas à música popular foram por muito tempo nem teórica nem metodologicamente sofisticados. Aspecto que ganhou destaque comoa geografia cultural clássica, ligada a escola de Berkeley, posteriormente conhecida como a nova geografia cultural. Esses estudos, como reforça Kong (1995), podem sem divididos em cinco áreas principais, quais sejam: i) a distribuição espacial de formas, atividades e personalidades musicais; ii) os musicais hearths e difusão, no sentido de investigar os agentes e as barreiras de difusão (contágio, relocalização, difusão hierárquica são conceitos amplamente utilizados); iii) regionalização de tipos musicais em diversas escalas; iv) identidades dos lugares por meio de letras, melodias e instrumentos e v) propostas que exploram os conceitos de ambiente/ambientação na música. Embora reconheça essas principais áreas, Kong levanta algumas fraquezas e aventa a possibilidade de expansão dastemáticas, como englobar a política e seu contexto, construção social da natureza, experiência do lugar, consumo e a contribuição para construção de identidades nacionais, de gênero, raça, classe e outros. A experiência do lugar pode ser apontada como uma das áreas pouco explorada na geografia da música, conformea autora. Dessa forma, assume-se tal temática como cerne principal deste artigo.

De forma objetiva, Corrêa explicita a relação da Geografia com a literatura e a música popular:

    A literatura e a música popular são expressões culturais e, como tais, têm uma dimensão espacial. Nascem em determinados contextos espaciotemporais, difundemse no espaço e no tempo e, em muitos casos, abordam características sócioespaciais. São, assim, veículos através dos quais a personalidade dos lugares e regiões, a identidade sócioespacial, a experiência e o gosto pelos lugares, as diferenças e semelhanças entre lugares e regiões, assim como o desvelamento da organização sócioespaciais são explicitados em uma linguagem nãocientífica. (1998, 59)

Por cultura entendemos que ela é uma “[…] forma de comunicação do indivíduo e do grupo com o universo, é uma herança, mas também um reaprendizado das relações profundas entre o homem e o seu meio” (Santos 2012, 326). Como também reforça White e Dillingham “homem e cultura são inseparáveis. Por definição, não há cultura sem homem nem homem sem cultura” (2009, 23).

Como indaga Brum Neto e Bezzi (2009) a música é um código cultural que promove a unidade social/cultural de forma expressiva e que tem o poder de unir grupos culturais e permitir que sua identidade cultural seja reconhecida e fundada. Assim, a identidade é marca da cultura, visto que não existe cultura sem identidade. Há um forte vínculo entre identidade e mundo vivido uma vez que não construímos um significado identitário sem vivenciar uma determinada realidade.

De Mello (1990) entende o mundo vivido como consciência e meio ambiente íntimo de cada um, emocionalmente modelado e revestido de eventos, relações, valores e significados. Antes mesmo do nascimento, explica o autor, o mundo vivido de cada um já existia, cabendo ao indivíduo vivenciá-lo e interpretá-lo, tomando partido de valores e estoques de experiências próprias e de outros indivíduos. Por meio dessa relaçãoé possível a transmissão de conhecimentos do passado e do presente permitindo antecipar o futuro. Buttimer (1976) explica que a experiência do mundo vivido seria o resultado da orquestração de vários ritmos têmporo-espaciais, das dimensões fisiológicas e culturais da vida, dos diferentes estilos de trabalho e dos nossos meio-ambientes físico e funcional.

Para Panitiz (2010), devemos entender a música, em primeiro lugar, como um indicador geográfico, um elemento para descrever e decifrar realidades espaciais. Também, pode-se entender a música como uma situação geográfica, ou seja, o que ela é em um determinado momento, constituindo-se no resultado de ações de diversos elementos que se dão em diferentes níveis. Resumindo, pode-se considerar a música como uma manifestação geográficaproduto das partes e os todos, das identidades na multiplicidade e das ausências e presenças no espaço e no tempo.

Ainda para Brum Neto e Bezzias músicas “São combinações únicas no tempo e no espaço, que originaram formas singulares, as quais servem como testemunho da evolução cultural de um povo em um dado momento da história” (2009, 256).

De acordo com Nash e Carney (1996 apud Panitiz 2010), nas últimas décadas, o desenvolvimento e a expansão da Geografia da Música podem ser entendidos como sendo um dos temas de interesse nas análises locacionais e zonas de origem das atividades musicais, abordando sua origem, difusão, bem como o seu papel de ufanista, o que ajuda na constituição da identidade do local.

Cabe, então, como destaca De Mello (1991, 57), “[…] aos geógrafos analisarem esse material, já pronto, um meio eficaz de investigação, a respeito dos lugares, tradições religiosas, motivações migratórias e contraste espaciais”. Aos geógrafos fica a missão de lerem o espaço por meio das músicas, de buscarem a descoberta e a reflexão sobre os aspectos culturais, ambientais, sociais, econômicos e todas as formas de atribuir valor que vinculem homem e meio. Afinal, como repara Brum Neto (2007), por meio da musicalidade pode-se descrever os aspectos sociais, naturais e sentimentais relevantes de uma determinada cultura, momento em que a música se constitui em um importante código cultural, o que permite que a identidade cultural de um grupo seja reconhecida.

Na próxima seção, discute-se um espaço vivido específico, o estado de Goiás, e um estilo musical reconhecido e fundado em sua geografia, a música sertaneja.

O estado de Goiás

Com 246 municípios, entre eles sua capital Goiânia, Goiás é uma das 27 unidades federativas do Brasil (26 estados e um distrito federal). Juntamente com os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, constitui a região Centro-Oeste do país. O estado destaca-se por sua localidade central e por fazer divisa com pelo menos um estado de cada região do país, exceto com a região Sul. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal4 são os estados da região Centro-Oeste com os quais Goiás possui fronteiras; na região Norte, Tocantins;5 na região Nordeste, Bahia e, na região Sudeste, Minas Gerais.

O estado possui 340.111,783 km2, o que representa 3,99% da área total do território brasileiro (8.515.767,049 km2), e é o sétimo maior estado (Olly 2014). Segundo o último censo realizado em 2010, a população do estado é de 6.003.788 pessoas, de uma população total de 190.732.694 pessoas, o estado representa 3,14% dos brasileiros (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística–IBGE 2011). Localizado no Planalto Central brasileiro, possui clima predominante tropical Aw segundo a classificação de Köppen, com estação seca de inverno, ou seja, com verão úmido e déficit hídrico no inverno (Chistopherson 2012). Possui vegetação típica do bioma Cerradoe, em suas terras, percorrem rios que alimentam três importantes Bacias Hidrográficas do país (Araguaia/Tocantins, São Francisco e Paraná).

A Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento de Goiás destaca o estado por ser a nona economia brasileira com um Produto Interno Bruto (PIB) de R $97,6 bilhões (2011); segundo estimativa preliminar, representa 2,6% do PIB nacional. Sua renda per capita resultou em R $16.251,70 em 2011. O setor de serviços (59%) é a atividade econômica predominante, seguido da industrial (27%) e agropecuário (14%), como mostra o PIB de 2010. A atividade agropecuária é marcante em Goiás, apesar de corresponder a apenas 14% do PIB. O estado se destaca como o 4° maior produtor de grãos do Brasil. Goiás possui o nono maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre os estados no país; o índice medido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil (PNUD, Brasil) é igual a 0,824 (2007), em um índice que vai de 0 a 1, isto é, resultado considerado elevado (Instituto Mauro Borges–IMB de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos e Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento 2014; Santos 2011).

Tendo em vista que o território não é homogêneo e guarda suas particularidades, Arrais nos dá uma pequena dimensão das regiões encontradas no estado de Goiás:

    A região do Rio Araguaia recebe milhões de turistas anualmente durante o mês de julho, quando as águas baixam e formam lindíssimas praias. Também as regiões da Chapada dos Veadeiros e das águas quentes recebem muitos turistas, durante praticamente todas as estações do ano. Já o Sudoeste Goiano não recebe tanto turista assim, mas é conhecido como a região de maior produção de grãos de Goiás; e, por causa da aglomeração de pessoas, a região de Goiânia não passa despercebida. O Noroeste Goiano, no entanto, tem sido mostrado constantemente nas manchetes dos jornais como a região mais pobre do estado de Goiás. (Arrais 2004, 29)

Para explicar o território goiano e seu povo, adotase o conceito de território como a “dimensão simbólica e mais subjetiva, em que território é visto, sobretudo, como produto da apropriação/valorização simbólica de um grupo em relação ao seu espaço vivido” (Haesbaert 2006, 40). Assim, temos o estado de Goiás como território goiano, meio no qual seu povo se desenvolve e cria a sua cultura. Devemos destacar que, para a constituição do sentido de lugar, o território e a territorialidade estabelecidos são importantes.

Goiás possui uma rica cultura, que se recria sem perder sua originalidade e tradições. Povos do passado e do presente (indígenas, africanos, europeus e os resultantes de sua miscigenação) se reuniram na formação do gentílico “goiano” (Governo de Goiás 2013).

Assim, a cultura de Goiás resultada relação de tradições e hábitos dessas etnias com o território e lugar Goiás. Do traçado da escrita de Cora Coralina à arte primitivista de Antônio Poteiro, Goiás manifesta sua arte. Arte em diversas formas, sabores do Cerrado, batucadas de Congos e violas caipiras, resultam em uma diversidade de riquezas culturais que tornam o estado um lugar único (Governo de Goiás 2014). Além das multiterritorialidades estabelecidas por mineiros, nordestinos, gaúchos, indígenas, goianos, do processo de ocupação e desenvolvimento de uma nova economia, tudo isso contribui para a consolidação de uma identidade territorial, que é também, de acordo com Haesbaert (2006, 172), “[…] uma identidade cultural definida através do território, ou seja, dentro de uma relação de apropriação que se dá tanto no campo das ideias quanto no da realidade concreta”.

As letras das músicas e sua relação com o estado de Goiás

Junto com a produção da música e seu contexto social, cultural e ambiental, as letras se integram em uma abordagem social amplade forma a compreender tanto a identidade espacial quanto os espaços de referência identitária (Panitz 2010).

Citando a geógrafa humanística Courtice Rose, De Mello (1990) ressalta que as palavras ou versos permitem múltiplas interpretações. Esses autores acreditam também que qualquer texto (signos, símbolos, textos, linguagem gestual e outros) pode ser objeto de estudo da Geografia Humana. Destarte, houve a escolha de algumas letras de músicas que exemplificam a leitura de Goiás por meio das músicas, localizadas em sites variados de busca de músicas ou indicadas por pessoas doramo, tais como radialistas e artistas locais. Cabe mencionar que esse estudo visa incentivar outras pesquisas e contribuir para a construção do conhecimento a respeito do tema.

A primeira música analisada foi Planeta Goiano, de Adymir Rico, o qual expressa seus sentimentos pelo estado de Goiás:

    No Centro-Oeste gigante um lugar fascinante é destaque do mapa/ é o território goiano onde o ser humano é matéria de capa/ o potencial cobiçado confere ao estado prestígio e cartaz/ quem nasce ali te adora e quem vai de fora apaixona demais/ e não quer mais ir embora do estadão de Goiás.

O cantor transcreve o estado de Goiás de forma mítica e expressa sua devoção a ele. Para Adymir Rico, “pelas montanhas e vales tem sempre um detalhe lembrando poesia/ são maravilhas goianas cheias de luz e magia”. Ele descreve a paisagem como cheia de luz e magia, o que possibilita, aos que conhecem os lugares citados na letra, terem outra perspectiva da paisagem e do lugar.

Essa música permite ao estado de Goiás transportar-se por outras fronteiras, como “patrimônio da raça humana”, “cultura que cresce, o artista aparece a todo momento, brotam do chão de Goiás, mananciais de talento”.

Palavras como: lugar fascinante, destaque, potencial, cobiçado, prestígio, apaixona, valores, bondade, glorioso, contagiante, encanta, extraordinárias, magia, maravilhas, sonho, patrimônio, querida, charmosa, beleza, coração, paixão, bendita, utilizadas na música, marcam Goiás como um lugar de significados para o cantor/compositor, o que mostra suaafeição e eterniza Goiás.

A música Tributo a Goiás (Donizete Santos / Ely Carvalho), cantada por Divino e Donizete, assim como a anterior, põe o estado como um lugar mítico, construído por meio da relação do compositor com esse território, o que fica explícito no seguinte trecho: “[…] Eu te conheço Goiás, você me conhece também/Eu aprendi a amar, as coisas que você tem/Das margens do Paranaíba, até o norte do estado/Araguaia e rio Caiapó, tem lendas de um reino encantado […]”.

No decorrer da música, destacam-se algumas cidades tais como Goiânia, Cidade de Goiás, Rio Verde, Jataí, Mineiros, Itumbiara, Goiatuba, Morrinhos, Anápolis, Palmeiras, Caldas Novas, Catalão, Uruana, Aruanã e Trindade. Todas vêm acompanhadas com algum adjetivo ou cognomes.

Segundo Tuan (1980), o orgulho cívico e a concorrência econômica frequentemente associam-se para atribuir rótulos às cidades (cognomes) a fim de captar o que têm de incomparável com outras cidades e definilas como lugares únicos. Assim, os compositores dessa música recorrem a esse recurso: “Goiânia, capital formosa”, “Goiás da flor do pequi”, “o doce mel de Jataí”, Itumbiara como portal de entrada do estado, “Uruana das melancias”, “Trindade das romarias”, Goiás da Flor de Flambloyante de Cora Coralina. Ou seja, o autor dá destaque a atributos dos municípios goianos.

Marcelo Barra, na clássica música goiana Balada Goiana (Manuel Amorim/ Félix de Sousa), demonstra o amor que ele possui pela sua terra Goiás como no trecho: “[…] Todos têm um amor na vida/que os inspira, a cantar/Eu só canto a minha cidade/minha terra, meu sonho, meu lar/ Terra linda venturosa/terra amada de meus pais/ Minha terra de luz e vida/é Goiás, Goiás, Goiás.”.

O compositor aloca Goiás como um lugar que o inspira e oferece subsídios para cantar e deixa claro que esse espaço se constitui em local de concentração de significados, no qual a relação lugar-homem-meio se realiza. Goiás, na música, por fim, é definido como lar.Para Leite (1998), o lar é onde a vida começa e termina, vamosa todos os tipos de lugares, mas sempre retornamos ao lar.

Descrições que lembram um lugar mítico também são encontradas na letra dessa música, como: “Lá ao longe ao sol poente/ brilha a serra a me ofuscar. Se é bela ao sol caindo/ mas formosa é ao luar” A descrição simples e a presença do cotidiano do compositor são marcas da música e importante fator de aproximaçãoespectador/ cantor/compositor. Detalhes como o canto dos passarinhos, contos festivos, a capelinha, os casais de namorados e o rio ligeiropodem ter sido remetidos à memória seletiva da infância e da adolescência do cantor/compositor, pois como explana Tuan “as características perceptivas do adulto são de vez em quando impregnadas de emoções que procedem das primeiras experiências” (1983, 23).

O tema saudade é ligado constantemente às músicas que falam sobre Goiás. A lembrança traz a sensação de distância e não pertencimento a outros locais, de tal modo que recompõe esse lugar como insubstituível.

As músicas Céu de Goiás (Annah Flavia e Giu Daga), interpretada por Palmeira e Biá, e Visita a Goiás (Goiás e Sidon Barbosa), interpretada por Belmonte e Maraí, são exemplos de melodias que expõem saudades do lugar Goiás, como nos trechos:

    Qualquer dia destes pego um avião/E vou pra Goiás matar uma saudade/Descer em Goiânia que felicidade/ Rever a cidade que amo demais. (Céu de Goiás)
    Como é doído viver distante de ti Goiás/Sentir no peito esta saudade/que fere a gente e não larga mais/E recordando sinto a distância daqui pra ali. (Visita a Goiás)

Algumas músicas relacionam a terra natal dos compositores/ cantores ao estado de Goiás e são formas de demonstrar agradecimento e acolhimento dado pelo estado ou como local adotado para se constituir um lugar de vida. Entre as músicas que expressam essa relação: De Porto Alegre AA Goiás, Goiás e Bahia, Minas Goiás, De Vitória a Goiás e em especial, Sangue de Minas e Coração de Goiás, de Bádia Medeiros, e Pra Goiás, de Gaúcho da Fronteira.

Nessa última música, o compositor expressa seu agradecimento ao povo goiano pelo acolhimento aos gaúchos, que com a expansão agrícola e a revolução verde vieram morar no estado. Assim ele agradece: “Povo goiano agradeço em nome da gauchada /Que aqui se sentem felizes com a vida realizada /Irmanados na peleia por esta terra abençoada”.

Deve-se mencionar que o agronegócio — e não propriamente as técnicas desenvolvidas pela Revolução Verde, mas a intencionalidade com que essas técnicas são utilizadas—, embora tenha gerado certo desenvolvimento econômico no estado, acaba também gerando impactos sociais, culturais e ambientais. Esses impactos influenciam inclusive na transição de uma música de raiz para o sertanejo modernizado e adaptado a uma cultura mais globalizada, adaptada ao mercado e ao recente processo de intensa urbanização que invade o Centro-Oeste brasileiro.

Bádia se declara como amante do estado de Goiás, lugar que o acolheu e pretende passar pelo resto da vida, como em Sangue de Minas, Coração de Goiás: “[…] Sou mineiro de nascença, Goiano de tradição/Goiás e Minas Gerais são meus pedaços de chão/ em Minas eu tenho amor, Goiás eu tenho paixão/Pros mineiros eu dou meu sangue, pros goiano coração […]”.

Bádia expressa sentimentos mútuos tanto por Minas Gerais, lugar que nasceu, “Sangue de Minas”, quanto por Goiás, lugar que o acolheu e se apaixonou, “Coração de Goiás”. De tal modo, encontram-se trechos que mostram essa relação recíproca, quando ele está em Minas, lembra-se de Goiás e vice-versa. Esse recorte espacial possibilitou um relacionamento intenso com ambos os estados: “Sou filho de Unaí, é minha terra natal/ Hoje moro em Formosa, de boa não tem igual”.

O compositor Antonio Victor, natural do município de Formosa, expressa em suas músicaso lugar Goiás, de forma direta ou indireta, como inspiração para composição de sua trajetória já que sujeito e objeto não se separam, ou seja, ele é o que é por causa de seu meio e as possibilidades que este lhe oferece. Em sua música, Primícias do sertão, o autor deixa claro essa relação: “É a coisa mais divina, é o meu pedaço de chão”.

Em várias de suas músicas (Saudade acumulada, Recordando sertãozinho, Primícias do sertão, Lembrança de carreiro), o compositor relata um lugar que, para ele, está eternizado na memória: o sertão de Goiás. Nostalgia de um tempo de carreiro e de carro de boi que, no sertão goiano, não pode mais voltar. Na música Saudade acumulada, com parceria de Zeca Barros, há a exposição de suas relações com o carro de boi, que para eles o tempo tirou de moda, como em: “Juntos vivemos nossos momentos de glória/ Que hoje a história conta com recordação”.

Na música Recordando sertãozinho, o compositor utiliza a recordação para constituir um lugar do passado (fazenda Sertãozinho, interior de Goiás), de infância, onde viveu na companhia dos seus pais e passou grandes momentos:

    Pra que eu sofra mais ainda/Aquela paisagem linda/ O progresso desmanchou, ai[…]/Só restou a cachoeira/Que pode até aumentar/Com as águas dos meus olhos/ Que andam sempre a chorar/Como dói esta saudade/Solidão vai me matar/A dor dos meus desenganos/É saber que aqueles anos/Nunca mais hão de voltar, aí.

Segundo Tuan (1983), um indivíduo pode se apaixonar à primeira vista por um lugar, tal qual por uma pessoa; assim, na ausência da pessoa certa, as coisas e os lugares rapidamente perdem significado, de maneira que sua permanência acaba se tornando uma irritação. As relações dos homens com os lugares acabam sendo voláteis e podem durar anos para se constituir um lugar, mas em instantes ser desfeito. Todas essas questões podem ser ligadas aos versos anteriormente citados.

Antonio Victor também escreve músicas alegres que citam Goiás como lugar, como nos trechos da música Forró Goiano “Tem guariroba, tem piqui e tem rodeio/ o salão tá quente e cheio, esse é o forró de Goiás […] Tem cinturão, bota, chapéu, calça apertada/tem fivela prateada, isso aqui é o meu Goiás”.

O compositor expressa a alegria de Goiás, valoriza a guariroba e o pequi, que são do Cerrado, o rodeio e as vestimentas, típicosde áreas interioranas e centrais do Brasil, ligadas à agropecuária. Além disso, ele também demonstra que o salão está cheio e repassa a imagem que o povo goiano gosta de festa, música e dança.

Ely Camargo, cantora goiana, realizou interpretações de algumas canções como Noites Goianas (Joaquim Bonifácio/Joaquim Santana) e Pregões de Goiás (Márcio Alencastro Veiga/Geraldo Cesário de Jesus). Em Noites Goianas, fica exposta a unicidade que as noites goianas tomam. Há relação de etnocentrismo, é claro, sem causar segregação ou dominação a outros povos, mas como uma afirmação e demonstração de Goiás como lugar, ou melhor, como seu único lar. Segundo Tuan (1980), os grupos aprendem a diferenciar entre o lugar familiar e o território estranho, relação perceptível ao colocar as noites goianas como mais claras, beleza exclusiva de Goiás, como em: “Tão meigas, tão claras/tão berras, tão puras/ por certo não há/[…]. São noites somente /da pátria formosa/ do índio Goya/ As noites goianas/ são claras, são lindas/ não temem rivais/ Goiás traduzem/ doçuras infindas/ as noites que amais.”.

Em Pregões de Goiás, o arroz e a empadinha de frango, comidas típicas do goiano, a Serra Dourada, o garimpo de ouro (tendência econômica da época de composição) e a folia do Divino, são levantados como tradicionais do estado. A festa do Divino tornou-se tradicional e tem relação de pertencimento com o estado de Goiás, como em: “É festa do povo/ folia do divino/ preto e branco/ velho e menino/ juntos sorrindo”.

Gabriel Marcel (s.d.), citado por Matoré, reverbera que “um indivíduo não é distinto do seu lugar, ele é esse lugar” (Matoré 1966, 6). Reunindo ideias de Entrikin (1980) e Sartre (2005), temos a percepção de que existir é possuir um lugar.Várias composições fazem homenagens a lugares que foram e são seus lares, nos quais viveram, abrigaram-se, protegeram-se e projetaram-se para o “mundo”. No espaço que os escritores-autores encontram a gênese da inspiração, por meio de observações e da interiorização de características de seu meio social e natural, encontra-se a matéria-prima para sua criação, que por fim acaba sendo expressa por meio da música.

Para não concluir…

A música se destaca por ser forte condutora de identidade e, assim, expõe as almas dos lugares (De Mello 1991, 2000). As pessoas ou grupos musicais que compuseram, cantam, propagam identidades por meio da expressão musical, da melodia entoada. É perceptível a utilização de uma linguagem que reflete a particularidade da relação, vivência e admiração dos escritores-autores por determinado lugares. Essa é uma forma de retribuição; a final, esses lugares podem ter sido ou podem ser palco de seu sucesso e, até mesmo, espaço no qual se criou e cresceu.

Utilizou-se o reconhecimento de Goiás como um local de significados, de lugariedade e territorialidade, com histórias, trajetórias e afeições, construídas por meio das experiências do homem com o meio.

Segundo Mello (2005, 1), “os laços de afetividade que ligam o homem ao lugar provocam relatos verbais e escritos dos cidadãos comuns, artistas, poetas e intelectuais”. Pretendeu-se mostrar neste trabalho como as coisas mais simples, arraigadas de senso comum e de certa forma despreocupada com os rigores da ciência, como as músicas tradicionais e regionais, tambémpodem ser alvo de estudos e podem revelar fatores geográficos não encontrados na academia, nos livros e nos meios de comunicação. Como muitos sentimentos e significados construídos no e com o espaço.

Espera-se que se tenha atingido o desafio lançado neste trabalho, embora sejamos conscientes de sua constante inconclusão, uma vez que, a atividade de ler o estado de Goiás por meio da música reflete um território repleto de possibilidades. Este estudo foi um espaço de aprendizagem significativa já que a escassez de obras que discutem a música e a Geografia, em especial as que usam o lugar para fazer o seu estudo, acabam deixando em aberto o resultado final. Depois de todas as análises, observa-se que o resultado final foi, sobretudo, um espaço de descoberta e de valorização. (Re)descoberta (pelo menos particular) que os sujeitos simples, sem necessário revestimento de estudo, também fazem e produzem conhecimento, fazem e produzem Geografia. (Re)descoberta que as músicas, aquelas que tocam no rádio, na televisão, ou a que se assiste em um vídeo na internet, também estão revestidas de Geografia. O estudo constitui-se igualmente como uma forma de valorização, visto que se descobrem esses sujeitos e elementos como excelente objeto de estudo e de reflexão.

A escolha dessa área de estudo se deve à experiência vivida nele, tanto boas como ruins. A curiosidade em estudar as músicas apresentadas neste trabalho foi despertada, além de relações simbólicas com elas, pelo testemunho de pessoas que se identificam e se orgulham do seu espaço. Tal fato já confirma a importância delas para construção de identidades com o espaço vivido e concebido por meio desse instrumento de propagação cultural. A análise das letras e seus conteúdos acabam nos levando a descobrir o território goiano, mediante fatos concretos e imaginários, mundos construídos e compartilhados pelas relações de quem a compôs e de quem se identifica com a composição.

Apesar de as letras das músicas analisadas refletirem diversas experiências, sentimentos, gostos e desgostos dos cantores/compositores a respeito do ambiente vivido, no caso, o estado de Goiás, elas podem esconder contradições de caráter econômico e social —embora a maioria não tenha esse objetivo—, além de poderem ser utilizadas como fortes ferramentas ideológicas para esconder essas contradições.

Acredita-se também que este trabalho pode viabilizar subsídios para estudos sobre o estado de Goiás e do conceito de lugar, principalmente, voltado para o processo de ensino-aprendizagem em Geografia, como conteúdo e procedimento metodológico. As possibilidades e oportunidades de pesquisa são múltiplas e a continuidade contribui para diminuir várias lacunas do conhecimento a respeito da temática.


Notas:

1“[…] há muitas maneiras de interpretar o texto, assim a interpretação nunca é completa, mas sempre em andamento” (tradução própria).

2Uma das categorias de análise mais utilizadas em Geografia. Marandola Jr. (2012) sustenta que o lugar é uma das ideias geográficas principais, que transcende, em muito, a Geografia e permite diálogos e conexões com diversas áreas, tais como: a teoria social, a filosofia, a literatura, a arquitetura, a psicologia e o cinema.

3Segundo Sokolowski (2012), Marx, dentro do todo dos relacionamentos humanos, em vez de considerar o econômico como um momento, considerou como um todo e também confundiu o econômico com o político, o social, entre outros momentos. Da mesma forma, muitos marxistas acabam supervalorizando o aspecto econômico e, por vezes, esquecendo outros aspectos.

4Foi o estado de Goiás que cedeu a área para a constituição da nova capital federal em 1950.

5Deve-se destacar que esse estado resulta da separação do norte goiano e que conquistou o título da mais recente unidade da federação brasileira, que ocorreu em 1988, após a aprovação da Assembleia Nacional Constituinte (Borges, Santos e Vieira 2013).


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Suess, R. C. (2016). Uma leitura do estado de Goiás (Brasil): elos entre música, território e lugar. Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía, 25(1), 195–206. https://doi.org/10.15446/rcdg.v25n1.48152

ACM

[1]
Suess, R.C. 2016. Uma leitura do estado de Goiás (Brasil): elos entre música, território e lugar. Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía. 25, 1 (ene. 2016), 195–206. DOI:https://doi.org/10.15446/rcdg.v25n1.48152.

ACS

(1)
Suess, R. C. Uma leitura do estado de Goiás (Brasil): elos entre música, território e lugar. Cuad. Geogr. Rev. Colomb. Geogr. 2016, 25, 195-206.

ABNT

SUESS, R. C. Uma leitura do estado de Goiás (Brasil): elos entre música, território e lugar. Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía, [S. l.], v. 25, n. 1, p. 195–206, 2016. DOI: 10.15446/rcdg.v25n1.48152. Disponível em: https://revistas.unal.edu.co/index.php/rcg/article/view/48152. Acesso em: 18 abr. 2024.

Chicago

Suess, Rodrigo Capelle. 2016. «Uma leitura do estado de Goiás (Brasil): elos entre música, território e lugar». Cuadernos De Geografía: Revista Colombiana De Geografía 25 (1):195-206. https://doi.org/10.15446/rcdg.v25n1.48152.

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Suess, R. C. (2016) «Uma leitura do estado de Goiás (Brasil): elos entre música, território e lugar», Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía, 25(1), pp. 195–206. doi: 10.15446/rcdg.v25n1.48152.

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[1]
R. C. Suess, «Uma leitura do estado de Goiás (Brasil): elos entre música, território e lugar», Cuad. Geogr. Rev. Colomb. Geogr., vol. 25, n.º 1, pp. 195–206, ene. 2016.

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Suess, R. C. «Uma leitura do estado de Goiás (Brasil): elos entre música, território e lugar». Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía, vol. 25, n.º 1, enero de 2016, pp. 195-06, doi:10.15446/rcdg.v25n1.48152.

Turabian

Suess, Rodrigo Capelle. «Uma leitura do estado de Goiás (Brasil): elos entre música, território e lugar». Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía 25, no. 1 (enero 1, 2016): 195–206. Accedido abril 18, 2024. https://revistas.unal.edu.co/index.php/rcg/article/view/48152.

Vancouver

1.
Suess RC. Uma leitura do estado de Goiás (Brasil): elos entre música, território e lugar. Cuad. Geogr. Rev. Colomb. Geogr. [Internet]. 1 de enero de 2016 [citado 18 de abril de 2024];25(1):195-206. Disponible en: https://revistas.unal.edu.co/index.php/rcg/article/view/48152

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