Fissuras labiopalatinas: pós-operatório com vastos nichos microbiológicos?
Fisuras labiopalatinas: ¿postoperatorio con vastos nichos microbiológicos?
DOI:
https://doi.org/10.15446/revfacmed.v63n1.47308Palabras clave:
Fissuras labiopalatinas (pt)Fisuras labiopalatinas (es)
DOI: https://doi.org/10.15446/revfacmed.v63n1.47308
COMUNICACIÓN BREVE
Fissuras labiopalatinas: pós-operatório com vastos nichos microbiológicos?
Fisuras labiopalatinas: ¿postoperatorio con vastos nichos microbiológicos?
Marcos Roberto Tovani-Palone1
1 Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo, Bauru, Brasil.
Correspondência: Marcos Roberto Tovani Palone. Seção de Odontopediatria e Saúde Coletiva, Rua Silvio Marchione, 3-20 – Vila Universitária. CEP 17012-900, Bauru, SP. Telefone: +14 3235-8141/Fax +14 3234-7818. E-mail: marcos_palone@hotmail.com.
Tovani-Palone MR. Fissuras labiopalatinas: pós-operatório com vastos nichos microbiológicos? Rev. Fac. Med. 2015;63(1):117-8. Portuguese. doi: https://doi.org/10.15446/revfacmed.v63n1.43708.
Tovani-Palone MR. [Fisuras labiopalatinas: ¿postoperatorio con vastos nichos microbiológicos?] Rev. Fac. Med. 2015;63(1):117-8. Portuguese. doi: https://doi.org/10.15446/revfacmed.v63n1.43708.
Received: 17/11/2014 Accepted: 16/01/2015
Diversos estudos demonstram que a colonização do corpo humano por microrganismos ocorre no início da vida. Estima-se que o trato gastrintestinal do homem seja colonizado por mais de 500 espécies de microrganismos (1).
Por sua vez, as fissuras labiopalatinas correspondem às malformações craniofaciais mais prevalentes na espécie humana, as quais podem acarretar perda de continuidade dos tecidos labiais, alveolares e palatinos da maxila, necessitando na grande maioria dos casos de numerosos procedimentos cirúrgicos para a reabilitação estética e funcional (2,3).
Frente ao exposto, convém salientar que crianças com fissuras completas, que acometem o rebordo alveolar, são submetidas no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC/USP) ao procedimento de enxerto alveolar secundário com uso de proteína morfogenética óssea recombinante humana tipo-2 (rhBMP-2), realizado idealmente entre os 9 e 12 anos de idade (2).
Entretanto, diante de uma possível exacerbação edematosa, sugerida por alguns autores através de observação subjetiva, no período pós-operatório da cirurgia de enxerto alveolar com rhBMP-2 comparada à técnica convencional com utilização de osso ilíaco (2,4), pressupõe-se a ocorrência de agravos consideráveis acerca das possibilidades de higienização bucal adequada durante o respectivo período em razão das dificuldades para a realização de técnica adequada de escovação, bem como do receio de manipulação local dos tecidos, predispondo a eventuais quadros infecciosos.
Ademais, tem-se que a cavidade bucal consiste na principal porta de entrada de microrganismos do ambiente externo para o interior do corpo humano de modo que, os microrganismos da microbiota gastrintestinal constituem uma comunidade ecologicamente dinâmica e desempenham atividades metabólicas em nível local e sistêmico (1,5,6).
Por conseguinte, dentre os diversos fatores de risco para esta população passíveis de influenciar a microbiota de todo o sistema gastrintestinal, destacam-se a idade do indivíduo, dieta, localização geográfica, cirurgias do trato gastrintestinal, etnia, hospitalização (6), uso de antibióticos (5,6) e, as próprias condições individuais de higiene bucal.
Ainda, diante das malformações outro fator relevante deve ser considerado, o genótipo de cada malformado, em face de a relação do controle da colonização estar vinculada com a disponibilidade e qualidade dos sítios de adesão na mucosa gastrintestinal, visto que a permanência das bactérias neste trato dependeria de ligação a um sítio de adesão (6), caso contrário nos intestinos por exemplo, a bactéria seria eliminada pelo peristaltismo.
Contudo, mediante a escassez literária a respeito deste tema, torna-se imprescindível a descoberta de melhores elucidações sobre a participação das malformações craniofaciais, bem como suas repercussões na alimentação pós-operatória, além da utilização de antimicrobianos apropriados durante os procedimentos cirúrgicos reabilitadores, a fim de minimizar as modificações da microbiota gastrintestinal.
Conflitos de interesses
Não declarados pelo autor.
Financiamento
Não houve.
Agradecimientos
Não há.
Referencias
1. Dewhirst FE, Chen T, Izard J, Paster BJ, Tanner AC, Yu WH, et al. The human oral microbiome. J Bacteriol [Internet]. 2010 [cited 2015 mar 26];192(19):5002-17. doi: http://doi.org/czbkzv.
2. Carvalho RM. Reparo do defeito alveolar com proteína morfogenética óssea (rhBMP-2) em pacientes com fissura labiopalatina [tese]. Bauru: Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais; 2011 [acesso 2015-03-26]. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/61/61132/tde-14022012-100227/.
3. Pang J, Broyles J, Redett R. Cleft lip and palate. Eplasty [Internet]. 2013 [cited 2015 mar 26];13:ic25.
4. Leal CR, Calvo AM, Faco RAS, Júnior JCCB, Yaedú RYF, Dalben GS, et al. Evolution of Postoperative Edema in Alveolar Graft Performed With Bone Morphogenetic Protein (rhBMP-2). Cleft Palate Craniofac J [Internet]. 2014 [cited 2015 mar 26]. Epub ahead of print. doi: https://doi.org/10.1597/14-169.
5. Vieira NA, Borgo HC, Dalben GS, Bachega MI, Pereira PCM. Evaluation of fecal microorganisms of children with cleft palate before and after palatoplasty. Braz J Microbiol [Internet]. 2013 [cited 2015 mar 26];44(3):835-8. doi: http://doi.org/25s.
6. Tovani Palone MR, Saldias Vargas VP. Las fisuras labiopalatinas frente al equilibrio de la microbiota gastrointestinal. Salud Cienc. 2014;20(8):875-7.
Referencias
Dewhirst FE, Chen T, Izard J, Paster BJ, Tanner AC, Yu WH, et al. The human oral microbiome. J Bacteriol [Internet]. 2010 [cited 2015 mar 26];192(19):5002-17. doi: http://doi.org/czbkzv.
Carvalho RM. Reparo do defeito alveolar com proteína morfogenética óssea (rhBMP-2) em pacientes com fissura labiopalatina [tese]. Bauru: Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais; 2011 [acesso 2015-03-26]. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/61/61132/tde-14022012-100227/.
Pang J, Broyles J, Redett R. Cleft lip and palate. Eplasty [Internet]. 2013 [cited 2015 mar 26];13:ic25.
Leal CR, Calvo AM, Faco RAS, Júnior JCCB, Yaedú RYF, Dalben GS, et al. Evolution of Postoperative Edema in Alveolar Graft Performed With Bone Morphogenetic Protein (rhBMP-2). Cleft Palate Craniofac J [Internet]. 2014 [cited 2015 mar 26]. Epub ahead of print. doi: http://dx.doi.org/10.1597/14-169.
Vieira NA, Borgo HC, Dalben GS, Bachega MI, Pereira PCM. Evaluation of fecal microorganisms of children with cleft palate before and after palatoplasty. Braz J Microbiol [Internet]. 2013 [cited 2015 mar 26];44(3):835-8. doi: http://doi.org/25s.
Tovani Palone MR, Saldias Vargas VP. Las fisuras labiopalatinas frente al equilibrio de la microbiota gastrointestinal. Salud Cienc. 2014;20(8):875-7.
Cómo citar
APA
ACM
ACS
ABNT
Chicago
Harvard
IEEE
MLA
Turabian
Vancouver
Descargar cita
CrossRef Cited-by
1. Marcos Roberto Tovani-Palone, Gabriela Benedini Strini Portinari-Beja, Leonardo Pérez-Faverani, Gabriel Ramalho Ferreira. (2017). Expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente no tratamento reabilitador das fissuras bilaterais completas de lábio e palato: particularidades técnicas. Revista de la Facultad de Medicina, 65(1), p.157. https://doi.org/10.15446/revfacmed.v65n1.54756.
2. Marcos Roberto Tovani-Palone. (2015). Letter to the editor on: Oral care and nosocomial pneumonia: a systematic review. einstein (São Paulo). 2015;13(2):290-6.. Einstein (São Paulo), 13(3), p.479. https://doi.org/10.1590/S1679-45082015CE3454.
3. Marcos Roberto Tovani-Palone, Sridhar Premkumar. (2019). Evaluation of surgical outcomes of alveolar graft with rhBMP-2 assisted by content-based images retrieval: a commentary. Electronic Journal of General Medicine, 16(5), p.em149. https://doi.org/10.29333/ejgm/103632.
Dimensions
PlumX
Visitas a la página del resumen del artículo
Descargas
Licencia
Derechos de autor 2015 Revista de la Facultad de Medicina

Esta obra está bajo una licencia Creative Commons Reconocimiento 3.0 Unported.
Derechos de autor
Los autores deben aceptar transferir a la Revista de la Facultad de Medicina los derechos de autor de los artículos publicados. La editorial tiene el derecho del uso, reproducción, transmisión, distribución y publicación en cualquier forma o medio. Los autores no podrán permitir o autorizar el uso de la contribución sin el consentimiento escrito de la revista. Estos archivos están disponibles en https://goo.gl/EfWPdX y https://goo.gl/6zztk4 y deben cargarse en el paso 4 del envío OJS (archivos complementarios).
La carta de cesión de derechos de autor y la de responsabilidad de autoría deben ser entregadas junto con el original.
Aquellos autores/as que tengan publicaciones con esta revista, aceptan los términos siguientes:
- Los autores/as conservarán sus derechos de autor y garantizarán a la revista el derecho de primera publicación de su obra, el cuál estará simultáneamente sujeto a la Licencia de reconocimiento de Creative Commons que permite a terceros compartir la obra siempre que se indique su autor y su primera publicación esta revista.
- Los autores/as podrán adoptar otros acuerdos de licencia no exclusiva de distribución de la versión de la obra publicada (p. ej.: depositarla en un archivo telemático institucional o publicarla en un volumen monográfico) siempre que se indique la publicación inicial en esta revista.
- Se permite y recomienda a los autores/as difundir su obra a través de Internet (p. ej.: en archivos telemáticos institucionales o en su página web) antes y durante el proceso de envío, lo cual puede producir intercambios interesantes y aumentar las citas de la obra publicada. (Véase El efecto del acceso abierto).